Psicopatia Infantil
Trabalho Universitário: Psicopatia Infantil. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: lilacom • 16/8/2014 • 1.245 Palavras (5 Páginas) • 1.158 Visualizações
Com o aumento absurdo de casos de psicopatia infantil, parece que finalmente resolveram abrir espaço para se falar a respeito. Mesmo com o choque que tal assunto causa, é algo que precisa ser dito, visto, e principalmente estudado. Quando se trata de crianças nos tornamos cegos, deslumbrando uma inocência que Freud há tempos cantou a pedra dizendo ser dúbia.
De acordo com o psiquiatra Fábio Barbirato, chefe da Psiquiatria Infantil da Santa Casa (RJ), as crianças podem apresentar traços de psicopatia já aos 3 anos de idade. Pois é, aquela criança bonitinha brincando na praça, montando castelos de areia, pode ser um psicopata em potencial.
Agora vocês pensam: “Então uma criança de três anos seria capaz de algo tão hediondo?”, e lhes direi que sim, mesmo que o padrão dos casos estudados seja de crianças com mais de cinco anos, sete em sua maioria.
Creio que uma das histórias mais chocantes de psicopatia infantil seja a de Beth Thomas, que deu origem ao documentário Child of Rage (A Ira de um Anjo), no qual, nas sessões com a menina de apenas 6 anos, é visível sua completa falta de emoção e de empatia; São olhos azuis gélidos, e não expressam nada além de: “Eu mataria mamãe e papai à noite.”. É assustadora a forma como Beth consegue dizer que as pessoas tem medo dela, principalmente o irmão, pois ela o machuca “muito”.
Porém, a história de Beth Thomas possui ao menos uma explicação. Ela e seu irmão perderam a mãe ainda bebês e, desde então, Beth sofria de graves abusos sexuais de seu pai, gerando o Transtorno de Apego Reativo, que se deve por um desenvolvimento de formas perturbadas e inadequadas em estabelecer relacionamentos, além da falta de empatia (característica principal de um psicopata).
Beth Thomas
Felizmente, os irmãos foram levados para um lar adotivo, no qual seus novos pais fizeram de tudo para dar amor a essas crianças – o problema é que os pais adotivos não tinham noção do passado de Beth, então a princípio era difícil acreditar que aquela menina de olhos azuis poderia estar por trás de acontecimentos estranhos pela casa. Quando começaram a perceber que o ninho de passarinhos estava com filhotes mortos, que facas estavam sumindo, e que o irmão de Beth surgia sempre com machucados estranhos pelo corpo, eles passaram a prestar mais atenção no comportamento da menina; então conseguiram enxergar que, de fato, Beth era um risco para todos, e decidiram que a melhor solução (além do tratamento do distúrbio) era trancar o quarto dela à noite.
Beth Thomas é um caso de psicopatia infantil à parte, pois de acordo com o documentário (bem oldfashioned) ela está curada e hoje em dia trabalha como enfermeira. Dizem que Beth leva uma vida normal, mas isso não acontece sempre – até me arriscaria a dizer que é raro – como podemos ver no caso de James Bulger, a criança que chocou a Inglaterra.
No dia 12 de fevereiro de 1993, Denise Bulger entrou com seu filho, James, de 3 anos, em um açougue dentro de um shopping na Inglaterra e, num piscar de olhos, o pequeno James havia simplesmente desaparecido. Com o desespero da mãe, logo os guardas do Shopping estavam à procura do menino, mas tudo acabou sendo em vão. Já era tarde demais.
Enquanto Denise estava no açougue, James foi atraído por outras crianças, Jon Venables e Robert Thompson (ambos de 10 anos) e, de acordo com as câmeras de segurança, pareciam mesmo estar à espreita – feito caçadores. James saiu com os meninos, e o horror começa aí.
Jon e Robert não só abusaram sexualmente de James, como tacaram tinta em seu olho (como método de tortura), e o espancaram mais de 40 vezes com uma barra de ferro, mostrando que o que aconteceu ali foi um ato suprassumo do hediondo. Só que não pára por aí: Após matarem James, os garotos decidiram jogar seu corpo nos trilhos de um trem.
O cadáver de James Bulger foi encontrado dois dias depois do desaparecimento, partido ao meio no trilho. O que chocou os médicos e a policia local foi o abuso, tortura e a forma overkill de matar, por isso demoraram tanto a concluir que os assassinos eram crianças. Você não espera que uma criança seja capaz de pensar num ato desses, mas como se pode ver, crianças psicopatas não pensam somente coisas perturbadoras, como acabam por realizá-las, também.
Sei que é difícil digerir uma notícia dessas, então deixo vocês com o insight de Fábio Barbirato:
“Não é fácil à sociedade aceitar a maldade infantil, mas ela existe. Essas crianças não têm empatia, isto é, não se importam com os sentimentos dos outros e não apresentam sofrimento psíquico pelo que fazem. Manipulam, mentem e podem até matar sem culpa.”
Agora nos perguntamos:
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