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Psicoterapia Humanista

Por:   •  28/11/2016  •  Trabalho acadêmico  •  2.235 Palavras (9 Páginas)  •  291 Visualizações

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Nome: Tamiris Guaitolini                                                                                Data: 18/05
Professora: Andrea Loss                                                                  5º Período – Noturno                      

A FRONTEIRA DO CONTATO – CAPÍTULO 5

     O contato é o sangue vital do crescimento, o meio de modificação da pessoa e das experiências que ela tem do mundo. A mudança é um produto inescapável do contato porque a apropriação da novidade assimilável ou a rejeição da inassimilável levará inevitavelmente à mudança, assim, ele é implicitamente incompatível com permanecer igual.
     A fronteira do contato é o ponto em que a pessoa experiência o “eu” em relação àquilo que não é “eu” e, através deste contato, ambos são experienciados de uma forma mais clara. As fronteiras, os locais de contato, constituem o ego e somente no lugar e no instante em que o Eu se encontra com o “estranho” o Ego começa a funcionar, a existir e a determinar a fronteira entre os “campos” pessoal e impessoal. Assim, o contato envolve não somente o senso próprio do eu, mas também o senso de qualquer coisa que infrinja esta fronteira, e desta forma, cabe ao cliente descobrir a realidade da situação, mais através da sua própria ação do que através das interpretações oraculares do terapeuta.
    A fronteira-do-eu de uma pessoa é a fronteira daquilo que é para ela contato permissível, e a seletividade deste contato determinada pela fronteira-do-eu do indivíduo orientará seu estilo de vida, incluindo sua escolha de amigos, trabalho, fantasia, etc. O modo pelo qual uma pessoa bloqueia ou permite a consciência e a ação na fronteira-do-contato é o seu modo de manter o senso dos seus limites. Por outro lado, a vida algumas vezes é como um artista volúvel, onde ações que eram anteriormente estranhas e sofriam resistências podem tornar-se expressões aceitáveis e levar a novas possibilidades.
    As pessoas têm fronteiras-do-corpo, que são preferências com relação a seus corpos, a consciência da sensação de algumas partes ou funções dos seus corpos é restringida ou limitada e permanece fora do senso que elas têm de si mesmas, onde resultado é que estas pessoas ficam fora do contato com partes importantes delas mesmas. As pessoas também tem fronteiras-de-valor, que muitas vezes estão rigidamente estabelecidas, talvez por pressões que os cercam. Desta maneira, deve-se aprender a expandir as suas fronteiras para incluir outros valores, abrindo caminho para uma solução criativa daquilo que agora parece ser valores incompatíveis e também é ameaçador romper as fronteiras que estabelecemos para nós mesmos, há o medo de perdermos nossa identidade, mas no ato de desmanchar antigas fronteiras-expressivas é possível chegarmos a um senso aumentado de eu. Não somente valores ou questões expressivas, mas a própria mudança traz à tona terror, e faz com que algumas pessoas restrinjam o seu funcionamento a situações limitadoras, mas familiares, sendo estas fronteiras-de-familiaridade. Por fim, existem as fronteiras-de-exposição, onde aquilo que pode começar como uma relutância em expressar-se pode se tornar tão habitual que, mesmo quando o tabu expressivo desaparece, a fronteira de familiaridade assume e continua o tabu, assim, a relutância específica se manifesta com relação à pessoa ser observada ou reconhecida.

CONSCIÊNCIA – CAPÍTULO 8.

     Uma objeção comum que se faz à Gestalt Terapia é a de que ela é demasiadamente autoconsciente, afirmando-se que as pessoas que estão em terapia já estão abertamente conscientes daquilo que fazem. No entanto, as conscientizações que nos interessam na Gestalt Terapia são também aquelas que ajudam a restaurar a unidade do funcionamento total e integrado do indivíduo. Para poder alterar de alguma maneira seu comportamento, o indivíduo deve primeiro tentar captar todas as sensações e sentimentos que o acompanham. A recuperação da aceitabilidade da conscientização é um passo crucial no caminho para o desenvolvimento de um novo comportamento. O indivíduo aprende como melhor se conscientizar, através de vários exercícios, ou de uma orientação sensível do terapeuta que dirige a atenção do cliente para detalhes do seu comportamento que, embora relevantes, estão sendo ignorados. Assim o conhecimento é “um processo de compreender: uma percepção de partes isoladas formando um todo abrangente”. É desta maneira que uma pessoa vem a compreender o mundo, a si mesma e à sua experiência no mundo. Ela se movimenta entre uma experiência sintetizada e a consciência das peças elementares que constituem a sua existência num ciclo dinâmico e em continua auto-renovação.
    Em sua melhor expressão, a consciência é um meio contínuo de nos mantermos em dia como o nosso eu e a cada conscientização sucessiva a pessoa mais se aproxima da articulação dos temas da sua vida e também do movimento para a expressão destes temas. Gostaria de chamar atenção para os quatro aspectos principais da experiência humana, onde a consciência pode ser focalizada. São eles: 1) Consciência de sensações e ações, 2) consciência de sentimentos, 3) consciência de desejos e 4) consciência de valores.
    1) Identificar sensações básicas não é uma tarefa fácil e é fato que as sensações do indivíduo e o que ele faz, com relação a elas, frequentemente guardam uma relação distante e obscura. Na situação terapêutica, a conscientização de sensações e ações serve a três propósitos terapêuticos: a) A acentuação da realização (Pessoas diferentes encontram a realização de formas diferentes); b) A facilitação do processo de elaboração terapêutica; c) A recuperação de antigas experiências (A situação inacabada caminha naturalmente para a finalização, quando as resistências são deslocadas e quando a estimulação interna dirige a pessoa para a finalização do assunto até então não resolvido).
    2) Os sentimentos incluem uma determinação pessoal, uma tentativa de enquadrar um evento particular dentro da estrutura maior da experiência pessoal e na Gestalt Terapia, não se tem como meta que as pessoas suspendam estes julgamentos de seus sentimentos, mas, antes, que elas deem espaço para o sentimento e o utilizem como um meio de integrar os vários detalhes de suas vidas. A tarefa terapêutica é então o descobrimento da melhor cena e o desenvolvimento de uma força de expressão adequada à necessidade.  
    3) A consciência de necessidades é uma função orientadora, ela dirige, mobiliza, canaliza, focaliza. Uma necessidade é um passo em direção ao futuro. As pessoas que não têm necessidade – pessoas deprimidas, por exemplo – não tem futuro, tudo parece sem valor ou esperança. As necessidades nascem a partir do lugar em que a pessoa está; a descoberta do sentido das sensações e sentimentos levou a este momento de necessidade. Somente através do contato com a posição em que se está, e com o que se quer no exato momento, pode-se criar o elo central da cadeia de eventos e experiências que constituem a vida da pessoa. Assim, em Gestalt Terapia o cliente precisa é aprender a reconhecer suas vontades. Na ausência de vontade claramente definida, o indivíduo se imobiliza e se confunde com um amontoado de sensações e sentimentos, ou então se desorganiza e empreende uma busca precipitada de gratificação, que pode leva-lo à atividade, mas não à gratificação.
   4) A conscientização de valores e avaliações geralmente centra-se em torno de unidades maiores de experiência do que as sensações, sentimentos e desejos. Também ela é uma atividade unificadora, que inclui e resume grande parte daquilo que o individuo já viveu como também de suas reações a isto.

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