REFLEXÕES CRÍTICAS ACERCA DA PSICOLOGIA EXISTENCIAL DE ROLLO MAY
Por: cindygb • 8/5/2015 • Resenha • 689 Palavras (3 Páginas) • 587 Visualizações
REFLEXÕES CRÍTICAS ACERCA DA PSICOLOGIA EXISTENCIAL DE ROLLO MAY
Rollo May nasceu em 21 de abril de 1909 em Ada, Ohio, EUA. Após uma infância particularmente conturbada por conta da convivência difícil de seus pais, ao se tornar estudante universitário na Universidade de Michigan, trabalhou durante algum tempo numa revista estudantil de perfil radical. Foi para a faculdade de Oberlin, Ohio, e ali se graduou em Artes em 1930.
Ao retornar para os EUA, May ingressou no Union Theological Seminary de New York, prestigiada instituição religiosa de caráter liberal. A graduação de May em Teologia foi completada em 1938 quando tinha 29 anos. Completado seus estudos, May começou a trabalhar como ministro da Igreja Congregacional em New Jersey. Na condição de homem religioso e próximo de seus fieis, May, constituiu-se um “conselheiro”, empreendendo uma reflexão acurada no modo como lidar com as pessoas em situação de aconselhamento. May apontava para a necessidade de se perceber a pessoa com um todo, ali em atendimento, e como deve o aconselhador relacionar-se com esta pessoa e não com o seu “problema”. Ressalta-se inclusive a importância da empatia como processo-chave nesta relação de ajuda.
Quando voltou para New York iniciou uma formação mais sólida e aprofundada em psicanálise (na verdade, em abordagens psicológicas neo-freudianas). Mas foi na Universidade de Columbia que ele recebeu seu doutorado em psicologia clínica em 1949. Enquanto trabalhava no seu Doutorado que May contraiu tuberculose, passando um ano e meio internado em um hospital. Ele relatou que, enquanto se deparava com a possibilidade de morrer, tendo “um vasto tempo para ponderar sobre o significado da ansiedade – além de inúmeros dados de primeira mão colhidos dele mesmo e de seus ansiosos companheiros”, ocupava seu tempo com a leitura de dois livros: O problema da ansiedade de Freud e O Conceito de Angústia de Kierkergaard. De todo modo, pode-se imaginar os sentimentos de pavor que acometiam May ao ver outros pacientes ocasionalmente morrer ao seu lado com relativa frequência.
Assim, os inícios da Psicologia Existencial de Rollo May, relacionam-se com a não só com a angústia enquanto problema conceitual, psicológico, mas como vivência e ciência irmanadas. Incluam-se aí as leituras cada vez mais originais e ousadas da psicanálise freudiana. E diferente de outros psicólogos humanistas que tendiam a desprezar os achados psicanalíticos, May agrega os dois pontos de vista como necessário. Como se viu, a trajetória de Rollo May como psicólogo existencial o fez convergir com ideário da Psicologia Humanista no EUA.
A Psicologia Humanista nasce da profunda insatisfação com o modelo do humano proporcionado pelo Behaviorismo, ainda sob forte influência de Watson e pela psicanálise proposta por Freud. No entender dos primeiros psicólogos humanistas, a psicanálise e o Behaviorismo eram enfoques por demais reducionistas, mecanicistas e deterministas acerca do humano em detrimento de valores exclusivamente humanos, como a criatividade, a liberdade, a decisão e a escolha.
Os psicólogos que aderiram a Psicologia Humanista eram diversificados em interesse e em pensamentos, sem um expoente inicial, constituindo um grupo de diversas tendências que, no geral, se opunham à psicanálise e ao Behaviorismo. Entre as influências que se aproximam da Psicologia Humanista, podemos ver os psicanalistas dissidentes de Freud que são vistos com bons olhos pelos humanistas. Os humanistas clássicos também se apropriaram de propostas da Psicologia da Gestalt, ultilizando-se fortemente da visão holista de humano que também vigorava no interior desta vertente psicológica.
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