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RESENHA CRÍTICA: GENÉTICA ALÉM DOS RÓTULOS

Por:   •  3/3/2021  •  Resenha  •  893 Palavras (4 Páginas)  •  241 Visualizações

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RESENHA CRÍTICA: GENÉTICA ALÉM DOS RÓTULOS.

VENCENDO PARADIGMAS.

SILVA, Katiane L. et al. Genética Além dos Rótulos. Revista Brasileira de Psicoterapia, Porto Alegre, v. 16, n. 2, p 38- 48, 2014.

O artigo “Genética Além dos Rótulos”, Auto principal: Katiane L. Silva, Psicóloga Pós- doutoranda em Genética pela UFRGS Doutora em Psiquiatria pela UFRGS, coautores: Marcelo Victor, Médico psiquiatra Pós- doutorando em Psiquiatria pela UFRGS Doutor em Psiquiatria pela UFRGS, Eduardo Vitola, Médico psiquiatra Mestre em Psiquiatria pela UFRGS, e Claiton Bau, Professor associado do Departamento de Genética, UFRGS. Orientador nos Programas de Pós- Graduação em Genética e Biologia Molecular- PPGBM e em Ciências Médicas: Psiquiatria (UFRGS), Revista Brasileira de Psiquiatria, 2014.

“Genética Além dos Rótulos”, artigo publicado na Revista Brasileira de Psiquiatria no ano de 2014, tem como objetivo inferir uma visão verídica acerca dos ‘rótulos’ e de como esses interferem de maneira negativa no tratamento de problemas psiquiátricos, bem como contextualiza tal questão com a história mundial e ressalta a importância e a necessidade de se romperem com os estigmas, ampliando as possibilidades de cura e intervenção.

A genética, ao longo da história, foi vinculada aos conceitos de imutabilidade e determinismo; entretanto, a relação existente entre os genes e o ambiente apresenta fundamental importância no desenvolvimento de uma concepção não determinista do comportamento e dos transtornos mentais, isto é, possibilita uma visão mais complexa e heterogênea destes. O preconceito contra a genética, segundo dados apresentados no artigo, teve seu início na primeira metade do século XX, período em que a medicina e a psiquiatria sofreram fortes influências ligadas a ideais eugênicos.

O artigo enfatiza que a aplicação das ideias eugênicas sofreu uma evolução, partindo de programas iniciais para aquilo que foi chamado de ‘segregação racial’ e esterilização de grupos selecionados- como o que ocorreu na Alemanha nazista durante a 2º Guerra Mundial, terminando com o extermínio dos indivíduos tidos como inferiores. Partindo de uma justificativa biológica, portanto científica, os chamados higienistas raciais viram na genética e na eugenia uma ferramenta para resolver aquilo que consideravam como “problemas sociais” (pessoas detentoras de distúrbios mentais e as raças inferiores). É válido ressaltar que o ambiente, tanto familiar quanto social, foi desvalorizado na sua capacidade de alterar a natureza humana, sendo a genética utilizada para legitimar o que eram preconceitos culturais na época.

É também abordada a importância da genética psiquiátrica em conhecer e dominar a genética do comportamento, na medida em que alguns procedimentos psicopatológicos podem ocorrer em um ambiente onde estão inseridos indivíduos com comportamentos normais como, por exemplo, nos casos de ansiedade ou modelos de personalidade. Um dos erros cometidos pelos eugenistas do início do século XX foi não compreender que as interpretações baseadas na genética, em especial àquelas ligadas a traços do comportamento, apresentavam uma grande complexidade.

O artigo ainda ressalta que o entendimento da base genética em transtornos mentais já era notavelmente claro antes da identificação de variações genéticas e moleculares envolvidas na suscetibilidade, sendo que essas associações podem ser investigadas através de duas estratégias: as baseadas em genes “candidatos” e as “varreduras” gênicas. Portanto, existem variações genéticas que podem estar relacionadas às mais graves doenças psiquiátricas, sendo também de extrema importância buscar conhecer melhor a genética e a variabilidade

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