RESENHA DO FILME: O BICHO DE SETE CABEÇAS

GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

CURSO DE MEDICINA

CAMPUS XII – SANTARÉM

Caio Vitor de Miranda Pantoja

Wlyana Lopes Ulian

Resenha – O bicho de sete cabeças

Santarém

2018

O bicho de sete cabeças. Direção: Laís Bodanzky. Roteiro: Luiz Bolognesi, 2001, Duração: 90 minutos.

RESENHA

A obra audiovisual, dirigida por Laís Bodanzky e baseada no livro autobiográfico “O Canto dos Malditos” de Austregésilo Carrano Bueno, retrata a história de Neto (interpretado por Rodrigo Santoro) que é internado em um hospital psiquiátrico após seu pai (Othon Bastos) descobrir um cigarro de maconha em seu casado.

Em primeira análise, percebemos uma relação frágil e superficial entre um pai conservador e um filho rebelde. A família desconhece os sentimentos do jovem e, assim, essa ausência pode ter influenciado diretamente nesse quadro. Sob essa perspectiva, notamos como as relações afetivas e familiares influenciam no desenvolvimento dos indivíduos.

O filme retrata um cenário assustador dos hospitais psiquiátricos daquele período, os quais utilizam de métodos desumanos, ineficazes e sem nenhuma analise médica do caso. O tratamento é feito sem consentimento e de maneira agressiva e, consequentemente, produz sequelas profundas no personagem.

Em outra passagem do filme, vemos o momento em que o diretor do manicômio faz uma ligação e diz: “pegaremos qualquer mendigo e lotaremos isso aqui!”. Nessa perspectiva, notamos que além da falta de interesse pela recuperação e bem-estar dos pacientes, há um negócio lucrativo em relação ao beneficio recebido apenas pelo número de pacientes existentes no local. Vale lembrar que atualmente temos instrumentos como o PNASH/PSIQUIARIA que avaliam e descredenciam as instituições irregulares.

Após ser liberado do hospital, Neto tenta se reinserir na sociedade e, inclusive, consegue uma vaga de emprego. Entretanto, notamos uma grande dificuldade, pois não houve nenhum tipo de interesse em assistência ou suporte para reintegra-lo socialmente. Ademais, além das consequências psicológicas, ele também sofre preconceito o que complicou, ainda mais, esse retorno para a sociedade. Atualmente, os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), entre suas diversas modalidades, atuam também de maneira a auxiliar as pessoas nesse momento de readaptação.

Em uma festa, após tentar fazer sexo e não ter ereção, Neto, acaba se descontrolando e destruindo vários objetos como forma de expressar todos os sentimentos reprimidos. Em uma cena em que ele quebra o espelho do banheiro, podemos perceber uma referencia sobre como o personagem sente-se estilhaçado e como as suas marcas são mais profundas do que imagina.

Em seguida, o jovem é internado novamente