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RESENHA DO TEXTO “A GESTAÇÃO DO ESPAÇO PSICOLÓGICO NO SÉCULO XIX: LIBERALISMO, ROMANTISMO E REGIME DISCIPLINAR”

Por:   •  30/8/2022  •  Resenha  •  662 Palavras (3 Páginas)  •  224 Visualizações

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A análise de Figueiredo traz a relação entre o liberalismo, o romantismo e o regime disciplinar, mostrando a relevância do século XIX para o estabelecimento da ordem política burguesa, que permanece até os dias atuais. Essas três perspectivas ora se opõe, ora se correlacionam.

O texto traz três referências fundamentais para o entendimento desse momento histórico: John Locke, Jeremy Bentham e John Stuart Mill. O liberalismo econômico acredita que o mercado se autorregula, portanto o Estado deve ter pouca ingerência na economia. Da mesma forma, os indivíduos devem ter a maior liberdade possível.

Locke é conhecido como o “pai do liberalismo”, e um dos principais teóricos do contrato social. Ele representa o liberalismo clássico, individualista, que leva a liberdade individual para todos os campos do social, como na política, na economia, e também na ciência, sendo conhecido também como fundador do empirismo. O Estado não deveria intervir na vida privada do indivíduo, agindo apenas nas relações entre as pessoas para que seus direitos não fossem violados.

Bentham, “pai do utilitarismo”, defendia o cálculo racional da felicidade. Nessa ideia, toda ação almeja um fim, que seria o prazer e a felicidade. Assim, o importante é extrair o máximo de felicidade social possível por meio da disciplina, com foco na educação e na família como lugar onde se criariam indivíduos dóceis.

Mill, criado em uma família liberal de modelo Benthaniano, defendia a liberdade de cada um buscar o seu próprio bem. Para ele, o desenvolvimento dos indivíduos resultaria no desenvolvimento da sociedade. Quanto maior a liberdade dos indivíduos, maior o bem-estar geral da população. Dessa forma, a sua perspectiva sobre o liberalismo se aproxima do romantismo a partir da centralidade da questão da vida. Mill pensa o indivíduo, e a sua liberdade, não a partir de uma formatação e uma normatização disciplinar, mas a partir de uma forma de expressão da individualidade e da liberdade positiva.

Nessa versão do liberalismo de Mill vemos como em pleno século XIX o liberalismo precisou recorrer ao romantismo para se fortalecer na sua luta contra os avanços do regime disciplinar, substituindo uma noção de liberdade negativa por uma versão positiva.

O texto traz, ainda, um estudioso pioneiro no individualismo moderno, Alexis de Tocqueville, francês autor da obra “A democracia na América”. Ao analisar os Estados Unidos, entendeu que a individualização progressiva da sociedade, característica principal do mundo burguês, exigia alguma proteção por parte do Estado para amparar os indivíduos que cada vez mais se fragilizam. O individualismo dá ao indivíduo status e responsabilidades, mas traz ameaças e desamparo.

No espaço psicológico ocorre a aproximação entre essas diversas perspectivas.

O controle estatal e os movimentos autoritários, numa política liberal, não seriam contraditórios, mas complementares à fragilidade imposta aos indivíduos, no âmbito político e até existencial. Atualmente, entendemos a necessidade de fomentar a disponibilização das práticas terapêuticas de escuta, por exemplo, bem como políticas públicas de saúde mental, pois existe a percepção dessa fragilidade do indivíduo e da sua necessidade de suporte

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