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REVISITANDO O CONCEITO DE IDENTIDADE NACIONAL

Por:   •  26/9/2020  •  Resenha  •  494 Palavras (2 Páginas)  •  340 Visualizações

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Revisitando o Conceito de Identidade Nacional

Interessante percebermos, para iniciar o apanhado do tema proposto, que, de uma forma muito resumida, podemos inferir como identidade nacional a construção expressa e percebida por diferentes linguagens (escritas, corporais, gestuais, políticas, etc) que formam, no seu cerne, aquilo que nos liga e sincroniza como seres pertencentes uns aos outros e também a uma nação.

É bem certo que se perceba, que ao longo da história, a definição de identidade nacional nunca foi um consenso, ora os diversos estudiosos/autores discordam, ora concordam, quanto a sua conceituação, formação e estrutura, o que para nós, se torna um apanhado interessantíssimo, uma vez que nos posiciona a perceber os diversos aspectos e nuances dessa temática, que, diga-se de passagem, continua em mutação.

Para a análise contemporânea dois são os fatores chaves para o desenvolvimento da conceituação da identidade nacional: o fator essencialista, que busca na essência, no âmago, na noção de identidade (ou de identificação), a explicação de natureza humana vista como um legado durável e que não deveria ser revogado (Cf. Bauman, 2008, p.180); Numa outra compreensão, percebe-se que as categorias sociais – a nacionalidade, o gênero e a classe – que eram utilizadas, quase como sendo evidentes ou naturais, para atribuir identidades aos diferentes sujeitos são colocadas em xeque e iluminadas tanto pelas práticas sociais quanto pelas lentes acadêmicas, evidenciando que as identidades sociais são múltiplas, maleáveis e estão em constante  transformação, são mutáveis. Diferenças, antes obscurecidas por essas macro categorizações, proporcionariam, simultaneamente, novas identificações globais e novas identificações locais, reforçando outros laços e lealdades culturais “acima” e “abaixo” do nível do Estado-nação (Cf. Hall, 2006, p.67).

 O parágrafo anterior nos traz o entendimento que o contexto em que emergem os discursos em torno da nação coincide com essa percepção da modernidade marcada pela aceleração das mudanças, por transformações estruturais intensas, dentre elas a industrialização, a urbanização, a secularização e as lutas pela democracia constitucional, cujos efeitos se percebem, também, no desenraizamento das culturas e valores tradicionais, dentre outros. É de Benedict Anderson, o resumo mais bem aplicado para esse discurso quando diz: “que a identidade nacional, e aqui subentende-se também a nação, são frutos mais ou menos espontâneos do <> complexo de diferentes forças históricas”. Desta forma, se percebe claramente que nos diversos discursos acerca da identidade nacional/nação os componentes culturais, políticos, afetivos e racionais são frutos da mesma matéria de transformação, e, portanto, estão entrelaçados.

Pelo exposto concluímos que as experiências, quer sejam objetivas ou subjetivas, dos seres humanos se constroem da interação de quem são e quem podem ser, para construção da sua identidade nacional, e que é por demais importante frisar que ela ainda está presente nos dias de hoje, seja ela utilizada como um instrumento de exaltação da nação ou como um recurso do poder simbólico, no qual se tornou um mecanismo para unir os ditos iguais e excluir ou submeter o outro, considerado diferente, o inimigo incômodo, estando ele em território alheio ou não.

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