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Relatório de Estágio de Planejamento de Intervenção - Psicologia Hospitalar

Por:   •  14/4/2016  •  Trabalho acadêmico  •  3.710 Palavras (15 Páginas)  •  565 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

Centro de Filosofia e Ciências Humanas Departamento de Psicologia

Relatório de Estágio de Planejamento de Intervenção

Sílvia Elizabeth Rindau Simbine*

Planejar uma intervenção

Planejar uma intervenção é estudar, organizar, coordenar ações que produzam transformações em determinada realidade ou situação-problema que se quer arrostar. Ação conjunta produzida pelo encontro entre indivíduos sociais, na qual só é factível projetar o futuro apoiado em ações na atualidade. Paiva (2013), ao citar Ayres (2001) vão dizer que:

“O processo de planejamento, portanto, não deve se constituir apenas em uma ação gerencial, produzida em “gabinetes”, e sim em uma forma de promover o diálogo entre conhecimentos técnicos, as necessidades programáticas e o saber popular; entre gestores, profissionais e a comunidade. ”

Portanto, planejar é muito mais que tomar decisões, é necessário observar, escutar, analisar, implicar-se. Ao planejar, construímos um conhecimento compartilhado sobre algo, – a realidade ou situação-problema – resguardando a subjetividade e a individualidade na relação de cada sujeito e do coletivo. O olhar de quem planeja ou pretende planejar deve ser multidimensional, verificando e reconhecendo as diferentes capacidades locais.

Antes de planejar uma intervenção faz-se necessário conhecer o alvo e a sua demanda. Se por exemplo, o alvo for uma instituição é preciso perceber que toda entidade é acompanhada de uma organização, conduzida por objetivos específicos e que devem ser conhecidos pelos interventores (NEIVA, 2010). Para se conhecer a instituição é primordial a realização de um diagnóstico. Segundo Baremblitt (2002), citado por Neiva

Sílvia Elizabeth Rindau Simbine*

- Discente do curso de Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Pernambuco

(2010) “o diagnóstico, já é uma operação de intervenção” (NEIVA, 2010). Ou seja, o interventor intervém antes de colocar em ação o que ele for planejar.

Através do diagnóstico o interventor poderá conhecer melhor a instituição e suas demandas. Para que isso aconteça é necessário seguir algumas etapas. A primeira fundase em prosseguir com as devidas autorizações e determinar o contrato para a pesquisa diagnóstica. Em seguida, traçar os passos necessários para a recolha das informações que possibilitarão caracterizar a instituição e diagnosticar as necessidades psicossociais. Para que se obtenham as informações na qual fornecerão indicações sobre as necessidades ocultas, o psicólogo (interventor) precisará marcar cuidadosamente as visitas, contatos, observações, entrevistas (NEIVA, 2010).

Segundo Neiva (2010), Nasciutti (1996, p.109-110), ao examinar a instituição o psicossociólogo “[...] vai dirigir seu olhar tanto para o que é de ordem do instituído (lugar da instituição no sistema socioeconômico-político, identidade social, história), tanto para o que é de ordem funcional (hierarquia, sistemas de decisão e de comunicação, funcionamento formal, divisão de papéis), assim como procurará apreender o que é da ordem do sujeito e das relações interpessoais”. Assim sendo, é esse diagnóstico que conduzirá as decisões tomadas pelo interventor a respeito do foco da intervenção. Quando se planeja não se pensa apenas na demanda contingencial, é preciso pensar em longo prazo, ou seja, traçar objetivos de longo alcance. O psicólogo deve sempre analisar as necessidades em conjunto com a equipe institucional, pois ambos devem estar de consentir em relação as decisões que serão tomadas.

A implicação não se dá porque a gente quer, estamos implicados querendo ou não, pois, a implicação é um tipo de relação que estabelecemos com as diferentes instituições.

A sobreimplicação é a crença no sobretrabalho, no ativismo da prática, na aceitação das demandas e dos mandatos sociais como aspectos naturais de qualquer profissão (COIMBRA, 2012). O problema da sobreimplicação é a dificuldade de analisáa-la porque o campo de atuação acaba se limitando a um único objeto. Mas qual seria a relação da implicação e da sobreimplicação?

A questão central é que se eu me implicar como já falara à cima, eu poderei olhar para o campo de atuação-intervenção como um espaço ampliado, diversificado, com múltiplas visões e dimensões. Porém, ao sobreimplicar-me me limito a um único e certo objeto (COIMBRA, 2012), a uma visão e não me permitindo conhecer, descobrir, perceber o todo. Como posso eu intervir num espaço na qual eu não me permito? É necessário se permitir a ver e não só olhar, a escutar e não só ouvir. O escutar não pode se restringir a uma coleta de informações, nosso papel não pode ser apenas de caráter interpretativo. Uma escuta surda que eu chamaria de “ouvir” torna-se uma atividade julgadora, portanto, é imprescindível uma escuta de experimentação, onde o estranhamento predomine dos modos que são instituídos no fazer daquela instituição gerando assim, uma responsabilidade coletiva com aquilo que construímos e faz parte de nossas vidas. (ARANTES, 2012)

Caracterização do campo de estágio

As informações gerais aqui trazidas foram retiradas do site da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) na Carta de Serviços ao Cidadão oferecido pelo Hospital das Clínicas (HC).

O Hospital das Clínicas (HC), fundado em 14 de setembro de 1979 é vinculado a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) para apoiar as atividades de graduação e de pós-graduação do Centro de Ciências da Saúde. Atua nas áreas de ensino, pesquisa, extensão e assistência. No ensino, seu foco é servir de campo para a prática na formação de profissionais. Na pesquisa, busca desenvolver novos conhecimentos na área da saúde. A extensão aproxima a universidade da sociedade por meio de projetos comunitários. Nesse sentido, a assistência prestada à população no hospital, no atendimento ambulatorial e de internação, também é considerada uma extensão universitária. Portanto, busca prestar um serviço de excelência à sociedade nos âmbitos da assistência, do ensino, da pesquisa e da extensão, com o intuito de avançar nos conhecimentos científicos relacionados à saúde, à promoção e à preservação da vida.

O HC é Hospital de Ensino certificado pelo Ministério da Educação. No âmbito da saúde, é prestador

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