Resenha Crítica Sobre Skinner e o Behavirismo Radical
Por: Débora Vieira • 19/10/2016 • Trabalho acadêmico • 1.382 Palavras (6 Páginas) • 3.314 Visualizações
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FACULDADE SÃO BENTO DA BAHIA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA – 2º SEMESTRE
DISCIPLINA: PSICOLOGIA DA PERSONALIDADE
DISCENTES: Diana Cabral, Débora Vieira, Katlhen Miranda, Silvia Matos; Catarine nascimento, Maria Jacinete Quadros.
DOCENTE: Lorena Magalhães
Resenha crítica: Teorias da Personalidade – Skinner, Behaviorismo Radical.
SALVADOR
2016
Skinner foi o fundador do behaviorismo radical e propôs uma teoria do comportamento baseada nos princípios do reforço. Essa teoria descreve a forma como o comportamento é influenciado por seus efeitos, popularmente representados pela recompensa e pela punição. Embora a maior parte de seu trabalho tenha sido desenvolvido com animais, em particular com ratos, Skinner escreveu abundantemente sobre as implicações do behaviorismo para os seres humanos.
“O comportamentalismo, com acentuação no “ismo”, não é o estudo cientifico do comportamento, mas uma filosofia da ciência, preocupada como o tema e método de psicologia”.(Skinner 1980,p.339)
Desde o manifesto de Watson em 1913, o termo “behaviorismo’’, vem sendo utilizado”. Diversas características foram sendo atribuídas a ele. O termo em inglês “behaviour” é um conceito generalizado que significa conduta, comportamento, essa é a palavra chave da teoria de Skinner.
O principio dessa abordagem de estudo, é que só é possível teorizar e agir sobre aquilo que é observável cientificamente, ou seja, rejeita dessa forma, a introspecção e o mentalismo. Categorias centrais para outras correntes teóricas, como a consciência, vontade, inteligência, emoção e memória, ficam de fora; os estados mentais ou subjetivos não eram explorados.
Para Skinner o universo presente no comportamento dos seres humanos era explicado em evidências refutáveis e não em especulação abstratas.
O Behaviorismo restringe seu estudo ao comportamento observável, tomando um conjunto de reações dos organismos aos estímulos externos, onde o meio ambiente era o responsável pelo comportamento, pois o individuo é visto como um ser homogêneo, e não como um ser que é composto pelo corpo e mente.
No Behaviorismo Radical, proposto por Skinner, o comportamento foi determinado como o objeto de estudo da psicologia, ao invés da mente ou da psique, considerando que todo comportamento tem sua origem. Daí deriva-se o sentido de “radical”, que se aplica a palavra de origem latim “raiz”, ou seja, aquilo que é básico e essencial, e não no sentido de “radicalismo” como muitos afirmam. Nos estudos experimentais de analise do comportamento, os principais elementos levados em consideração é o contexto dos aspectos ambientais, onde Skinner acreditava que no comportamento operante, melhor representava a aprendizagem, significava que o comportamento, opera no ambiente do organismo, sem qualquer estimulo externo observável, no qual a resposta do organismo parece ser espontânea. Isso não quer dizer que não houve um estimulo que elicie a resposta, mas que não é detectado quando ocorre a resposta. Skinner introduziu os termos condicionamento clássico e condicionamento operante para diferenciar o modelo de aprendizagem reflexa pavloviano do seu próprio. A teoria de Skinner descreve os comportamentos operantes. A diferença entre o condicionamento clássico e o condicionamento operante é que o primeiro é uma resposta a um estímulo puramente externo; e o segundo, o hábito gerado por uma ação do indivíduo. No comportamento respondente, a um estímulo segue-se uma resposta. No comportamento operante, o ambiente é modificado e produz consequências que agem de novo sobre ele, alterando a probabilidade de ocorrência futura semelhante. Dessa forma, condicionamento operante pode ser definido como um método de aprendizado que ocorre através de recompensas e punições para o comportamento, tendo como peça-chave o reforço, estímulo que segue a resposta e tem como consequência o aumento da tendência a dar resposta.
Os indivíduos diferem em seus comportamentos devido a diferenças em suas histórias de reforços. Ao invés de pensar em "saúde" e "doença", é mais proveitoso especificar quais comportamentos deveriam ser eliminados e quais incrementados e modificá-los por meio de terapias de aprendizagem (modificação do comportamento).
A sociedade fornece as condições de aprendizagem e, portanto, molda a personalidade. Os princípios comportamentais sugerem que alguns aspectos da sociedade deveriam ser melhorados (por exemplo, educação). É possível conceber uma sociedade na qual um uso mais eficiente do reforço torna as pessoas mais felizes e mais produtivas, usando mais a recompensa do que a punição ou a coerção para controlar o comportamento.
Skinner questionava o valor dos conceitos teóricos. A sua teoria explica o comportamento individual sem recorrer aos conceitos de personalidade tradicionais: traços, motivações inconscientes, motivações conscientes, auto realização etc.
É uma teoria contextual, enfoca no ambiente e não no organismo (Zuriff, 1985). Se exigimos que uma teoria da personalidade descreva as características internas de um indivíduo, a teoria de Skinner evidentemente não é uma teoria da personalidade. Por outro lado, sua ênfase no ambiente desafia a teoria da personalidade a considerar o contexto situacional, muitas vezes ignorado por ela.
O fato de os indivíduos diferirem em seus traços ou comportamentos característicos, fenômeno fundamental para a teoria da personalidade, pode ser explicado por uma análise behaviorista. Cada indivíduo foi exposto a uma história de aprendizagem ligeiramente diferente, que foi mais fortalecida por certos comportamentos do que por outros.
Segundo Richard I. Evans (1981ª, p.123) Skinner não pode de forma alguma ser considerado um teórico da personalidade, mas representa historicamente a alternativa mais importante para a psicologia da personalidade.
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