Resenha: O que é religião
Por: Gustavo Lima • 6/5/2018 • Resenha • 727 Palavras (3 Páginas) • 1.072 Visualizações
O que é religião
(Rubens Alves)
No primeiro capítulo ‘’PERSPECTIVAS’’, Rubens Alves aborda um fato histórico importante, a importância e o poder da religião no passado, tempos em que pessoas que não tinha nenhum tipo de religião e sem amor a Deus eram raras e considerados como uma doença contagiosa e onde tudo era justificado com a religião, algo que pode ser considerado polêmico atualmente, ainda mais com o avanço da ciência que desmistifica várias ideias religiosas.
Até certa parte do livro, deu a intender que Rubens estava criticando a religião, dando mais ênfase ao triunfo da ciência, mas ele só queria que o leitor tivesse um pensamento diferente para entender o que ele tenta explicar. Logo em seguida ele explica de forma objetiva que não é necessário ter experiência para ter conhecimento, por exemplo: um cientista não precisa ter tido experiências religiosas pessoais como pressuposto para suas investigações dos fenômenos religiosos. Mas ele mesmo rebate sua ideia dando o exemplo de um surdo de nascença, onde este nunca ouviu uma música, mesmo que ele possa observar o comportamento de pessoas escutando a tal música, o que teria ele a dizer sobre a canção? Nada, ele então usa como referência uma obra de Rudolf Otto, que aconselha aqueles que nunca tiveram contato com a religião a não prosseguirem com a leitura, provavelmente por conta da alienação que ela pode causar. Ainda no capítulo inicial do livro Rubens comenta sobre outro fato interessante, dizendo que não se pode simplesmente ‘’extirpar’’ desejos e virtudes de uma pessoa, pois quando o ‘’desespero bate na porta’’ elas iram recorrer a tudo que lhes for possível, incluindo a religião mesmo que esse indivíduo não tenha sido devoto em vida, pois é assim que o ser humano funciona.
‘’ A religião está mais próxima de nossa experiência pessoal do que desejamos admitir’’
Sendo um ótimo campo de estudo, a religião tem sua importância.
Capítulo 3 ‘’ O exílio do sagrado’’ comenta as diferenças existentes entre as coisas do mundo humano e as coisas que constituem a natureza, interessante quando diz que nós (o homem) esquecemos que as coisas culturais foram inventadas e por isso elas parecem naturais aos nossos olhos.
Explicando o significado das coisas, o autor faz comparações e como essas coisas podem ser transformadas em símbolos. De tanto que usamos esses símbolos, eles deixam de ser hipóteses da imaginação e passam a ser tratados como manifestações da realidade. Chegando assim a conclusão de que a religião é de fato uma rede de símbolos.
Faz uma narrativa sobre os símbolos vitoriosos e os símbolos derrotados e a importância dos símbolos sagrados vitoriosos na Idade Média. Isso se deveu ao fato de que na Idade Média, todo o universo era compreendido como se fosse dotado de um “sentido humano”. Mas os homens passam a fazer coisas não previstas no receituário religioso e em nome do princípio da utilidade, uma nova classe social surge, corroendo as coisas e os símbolos do mundo medieval e, fazendo perecer as coisas inúteis. Como consequência o mundo não passou a ser mais guiado pelo sagrado. A natureza idem. O homem teria agora que gerar riqueza e bens. Rubem Alves encerra o capítulo tecendo ótimos comentários sobre a trilogia riqueza, economia e religião.
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