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Resenha do texto “A Criança Mal Acolhida e Sua Pulsão de Morte"

Por:   •  4/7/2017  •  Resenha  •  531 Palavras (3 Páginas)  •  2.989 Visualizações

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Resenha relativa ao texto “A Criança Mal Acolhida e Sua Pulsão de Morte”, de Sándor Ferecenzi, 1929.

O texto inicia-se com uma breve apresentação de um dos trabalhos de Ernest Jones, que afirma que eventos traumáticos ocorridos na primeira infância causam repetições durante toda a vida. O desprazer que a criança sente ao nascer, quando lhe tiram o aconchego e proteção do ventre materno, é revivido mais tarde.

A pulsão é desenvolvida durante toda a obra de Freud. Em 1920, ocorre a introdução do novo dualismo funcional, e segundo JORGE (2003), “a pulsão (de morte) adquire o seu verdadeiro estatuto: o de uma força constante na direção da satisfação, do gozo absoluto.” Segundo Freud, a epilepsia tem como tendência inconsciente a autodestruição e perda da vontade de viver, que seriam manifestações da pulsão de morte. Sandor Ferecenzi relata sobre suas experiências pessoais com pessoas epilépticas, e apresenta mais uma tendência que evidencia a manifestação da pulsão de morte: a de lutar contra tendências suicidas. Ele também cita espasmos de glote infantil como tentativas de suicídio por auto estrangulamento, o que para mim fica claro, que mesmo na infância esta pulsão se faz muito presente.

Ferecenzi inicia a apresentação de casos de dois pacientes, que tiveram nascimentos indesejados, e experimentaram, consciente e inconsciente, impaciência da parte da mae, o que acabava por deixa-los sem vontade de viver. Ele afirma:

“os menores acontecimentos, no decorrer da vida posterior, eram bastantes para suscitar nelas a vontade de morrer, mesmo que fosse compensada por uma forte tensão da vontade. Pessimismo mora e filosófico , ceticismo e desconfiança, tornaram-se os traços de caráter mais salientes desses indivíduos.”

                A ideia central do texto é a de que sem uma acolhida, e um considerável investimento libidinal, o bebê pode ser ver abandonado à sua pulsão de morte, e “morrem facilmente e de bom grado”. Antes pensava-se que no inicio da vida, a pulsão de vida se manifestava mais, devido ao fascinante fenômeno do crescimento. Porém o trauma está relacionado diretamente ao mecanismo de desmentido e da falta de acolhimento das experiências afetivas das crianças. Os que perdem o gosto pela vida precocemente não desenvolvem uma capacidade satisfatória de adaptação. 

        O tratamento destes casos de diminuição da vontade de viver, segundo o autor, incluir permitir que o paciente aja como uma criança durante algum tempo, para que ele disfrute pela primeira vez da irresponsabilidade da infância, o que equivale a pulsões de vida. Mais tarde, são abordadas as frustrações, e posteriormente, eliminação das resistências e desfrute da felicidade.

É importante que às crianças, sejam oferecidas demonstrações de carinho e ternura, para que elas manifestem pulsões positivas sobre a vida, evitando que no futuro, ou até mesmo na infância, as mesmas desenvolvam tendências suicidas e dificuldades de felicidade.

Referencias bibliográficas

FERENCZI, S. (1992f). A criança mal-acolhida e sua pulsão de morte. (A. Cabral, Trad.). In Psicanálise IV (pp. 47-51). São Paulo: Martins Fontes. (Original publicado em 1929).

JORGE, M A C. A pulsão de morte: aula inaugural no Circulo Psicanalítico de Minas Gerais. Estudos de psicanalise, n 26, pp 23 – 40, 2003.

        

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