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Resenha filme O bicho de 7 cabeças

Por:   •  17/5/2018  •  Resenha  •  534 Palavras (3 Páginas)  •  269 Visualizações

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Resenha filme O bicho de 7 cabeças

O filme relata a estória de um adolescente o Neto, que é internado pelo pai num manicômio, que toma essa decisão simplesmente pelo suposto envolvimento do rapaz com drogas, pelo fato de ter sido encontrado um cigarro de maconha nas suas coisas, O pai conservador, rude e ignorante que não procura em nenhum momento dialogar com o rapaz, nem tenta compreender as mudanças que passam na cabeça do filho numa fase tão conturbada como a adolescência o qual como muitos adolescentes apresentam um comportamento rebelde, reforçado pelo fato de procurar aceitação e identificação por um grupo de amigos do qual faz parte, incitando-o a utilizar bebidas alcoólicas, pichar muros e ter atitudes de confronto com o pai, esse adolescente não encontra apoio algum no âmbito familiar, composto por uma mãe submissa e uma irmã mais velha que chefia essa família .Sem preparo nem informação alguma o jovem é simplesmente deixado pelo pai nessa instituição onde é tratado de maneira agressiva, impiedosa e desumana. Após receber alta, e retornando a outra instituição semelhante, leva o rapaz a tentativa de suicídio, ateando fogo aos cobertores num pequeno cubículo escuro onde se encontrava, quanto mais tempo no hospício, mais Neto vai ficando acabado, mental e fisicamente, o manicômio, que supostamente deveria curar o paciente, acaba por deixá-lo louco e mais alienado..O filme é encerrado com o pai, lendo uma carta de Neto, ou seja, ouvindo pela primeira vez a voz do filho.

Fiz algumas observações que julguei marcantes.O filme baseado numa história real retrata a crueldade nos manicômios e o despreparo dos médicos e enfermeiros para lidar com cada paciente sob um olhar humanista, categórico e singular. Me chamou bastante atenção o fato do julgamento acerca do vício. As drogas como maconha e cocaína eram vistas como cruciais para o desenvolvimento do individuo como pessoa sendo que as drogas impetradas nos hospitais deixavam o paciente tanto quanto alienados e com distúrbios mentais. O fato do médico julgar o que é bom para o indivíduo mas se drogar com remédios e bebidas demonstrando a falta de empatia e suprema superioridade em relação ao próximo. A oposição de valores ao retratar a ganância ao dinheiro visando lucratividade ao invés de um socorro a quem necessita de ajuda. Os processos desumanos de tratamentos que levavam muitos dos indivíduos a perderam suas identidades e saírem piores do que entraram afundando num processo de demências e loucura infelizmente apoiados pela ignorância e preconceitos daqueles que deveriam apoiar, como a instituição denominada família. O filme nos mostra o oposto do que se é proposto num verdadeiro trabalho de ressignificação na psicoterapia , o ouvir o paciente, sendo em que nenhum momento ele era ouvido seja pelos que se diziam profissionais e pelos que compunham seu grupo familiar.

Infelizmente ainda podemos contemplar esta triste realidade  em alguns lugares. O desrespeito ao outro, a falta de profissionalismo de muitos que deveriam lidar com o ser humano através do olhar humano e a falta de acompanhamento de uma fiscalização séria com objetivo de  fiscalizar e implantar verdadeiramente a proposta do tratamento de saúde mental que é ao invés de isolar, motivar o convívio em família e a integração na sociedade.

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