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Resumo Texto Inteligência Artificial

Por:   •  13/6/2021  •  Trabalho acadêmico  •  668 Palavras (3 Páginas)  •  304 Visualizações

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KALFMAN, Dora. Inteligência artificial: repensando a mediação. Brazilian Journal of Development, DOI: 10.34117/bjdv6n9-202, Curitiba, v. 6, n. 9, p. 66742-66760, sep. 2020. ISSN 2525-8761.

RESUMO[1]

Por:

Thayanna Fernandes Ribeiro[2]

O presente artigo objetiva propor uma reflexão sobre os avanços recentes da inteligência artificial, seus impactos na mediação e a múltipla interferência dos algoritmos. A autora aborda a comunicação ecológica, contextualiza a atuação do campo da IA, demonstra a alteração dos algoritmos sobre a mediação e descreve como essa relação de dá em algoritmos como os do Facebook. A comunicação ecológica se baseia no fato de que a vida na terra é um sistema interconectado e interdependente, de maneira que os autores dessa comunicação são coabitantes, que se redefinem mutuamente por intermédio de interações entre inteligências distintas. O termo Inteligência Artificial surgiu com Turing (1950), que recebeu inúmeras críticas por implementar o chamado “Teste de Turing”, no qual o pesquisador buscou compreender se um computador poderia realizar o Jogo de Imitação humana. Não obstante divergências teóricas, seu mérito está na introdução dos meandros do campo da IA. As máquinas inteligentes são dotadas de neurônios artificiais, os quais, à exemplo das sinapses do cérebro, interconectam-se para gerar ciclos de feedeback de aprendizado mecânico, que são empregados para uma infinidade de tarefas. Trata-se da Machine Learning, que explora a construção de algoritmos no intuito de aprender a fazer previsões de dados através de entradas de amostras. Um subtipo da ML é a Deep Lear, que propõe um aprendizado por intermédio de redes neurais capazes de ajustar exemplos fornecidos à máquina até que se obtenha o resultado desejado, tais como reconhecimento de rosto e voz. O algoritmo é um padrão matemático que torna possível entender o comportamento dos usuários nas redes sociais, a identificação de suspeitos por drones, realizar diagnósticos médicos, definir bons e maus pagadores na contratação de empréstimos bancários, ou até mesmo na seleção de profissionais. Assim, considerando que nossa experiência com o mundo se dá através de mediações, os algoritmos de IA não suprimem a mediação, apenas acabam por eliminar ou alterar os mediadores tradicionais. É preciso repensar o conceito de mediação, segundo Grusin, que dá a esse novo modelo o nome de “Mediação Técnica”, a qual traduz ou cria novas experiências entre humanos e máquinas. Desta forma, quando um algoritmo filtra informações, ele está interferindo na mediação entre os usuários, atuando como um agente silencioso invisível. Utiliza-se do sistema de personalização, que se baseia nas suas preferências, para fornecer mais conteúdo semelhante àquele visto anteriormente (clusterização), tal como ocorre com os algoritmos do Facebook. Com o intuito de criar tecnologia capaz de promover novas formas de comunicação e mediação, esta plataforma gerencia o que irá ou não para a timeline de cada usuário, selecionando “conteúdos relevantes” através de suas interações anteriores com a rede, tais como likes, publicações ou quaisquer rastros que revelem seus interesses. Em 2018 o FB passou a privilegiar publicações de amigos e familiares, ao argumento de que busca satisfazer a vontade de seus usuários, que estavam cansados de publicidade, conteúdos jornalísticos e fake news. Ocorre que tais medidas podem apor os indivíduos em “bolhas”, ao adotarem relações sociais homogêneas (homofilia – gostar dos iguais – clusters), de sorte a gerar círculos sociais fechados, homogeneizando as pessoas cada vez mais O FB que nega que isso aconteça. A autora finaliza aduzindo que, no dilema entre privacidade e conveniência, esta última prepondera, uma vez que a troca de dados se torna corriqueira frente à relevância do interesse. Conclui que o usuário obtém o que “quer ver”, e não o que “deveria ver”, de maneira que essa mediação o afasta do que é importante, desconfortável, desafiador e controverso, o que torna nossas vidas mais perturbadoras. E nessa relação simbiótica, já não compreendemos o liame entre o que é humano e não-humano.

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