Resumo de Psicologia Subjetividade na Ciência
Por: lzstt • 5/7/2020 • Abstract • 4.599 Palavras (19 Páginas) • 210 Visualizações
Subjetividade na Ciência
A ciência não é um empreendimento completamente objetivo e exato. Como podemos inferir dos comentários de Kuhn, fatores objetivos, bem como as limitações de nossa perspectiva de universo, influenciam a condução da investigação científica.
Paradigma pode ser entendido como o enquadre conceitual dentro do qual o cientista trabalha, i.e, especificam os problemas em que os cientistas vão investigar como eles devem proceder à investigação. Cada decisão sobre o que constitui um dado ou uma observação científica é tomado dentro de um paradigma.
De acordo com Kuhn, um paradigma é um conjunto de pressupostos básicos que delineiam o universo particular de investigação científica, especificando tanto o tipo de conceito que vai ser visto como legítimo, quanto os métodos que devem ser usados para coletar e identificar os dados.
Na visão de Kuhn, o conceito de paradigma é central a qualquer aplicação de conceitos científicos.
Um paradigma tem implicações profundas em como os cientistas trabalham em qualquer momento, porque “os homens cuja pesquisa está baseada num mesmo paradigma, estão comprometidos um mesmo conjunto de regras e padrões de prática científica" KUHN.
Em termos perceptuais, um paradigma pode ser semelhante a um conjunto geral, uma tendência a ver certos fatos e não outros. É uma intrínseca da ciência, servindo à função vital de indicar como o jogo deve ser jogado.
{exemplo slides borrados/hidrante} Cientistas que investigam o comportamento humano anormal estão diante de uma tarefa similar à de identificar o slide fora de foco. A psicopatologia e seu tratamento estão em um estágio de focalização muito pobre – o conhecimento nesta área ainda é limitado. Diante disso, adotamos pontos de vistas amplos – paradigmas – que canalizam o nosso pensamento em certas direções.
Temos a tendência a ficarmos presos a uma maneira particular de olhar o mundo, e nossas percepções caem dentro desse domínio. Devemos estar atentos à nossa tendenciosidade de forma que possamos mudar de ponto de vista quando ele não se mostrar mais útil.
Além de injetar uma tendenciosidade inevitável na definição e coleta de dados, um paradigma também afeta a interpretação dos fatos. {exemplo paradigma ptolomaico e Copérnico}
Expectativas iniciais
As expectativas criadas pelo estudante de Psicologia influenciam enormemente os tipos de problemas e confusões pessoais que eles, frequentemente, vivenciam.
Apesar de cada pessoa possuir suas razões que levaram à decisão de se tornar terapeuta, existem algumas que são geralmente compartilhadas entre os estudantes da área. Por exemplo, tendem a compartilhar a preocupação pelo bem-estar das pessoas e um desejo de ajudar a melhorar a qualidade de suas vidas. Além disso, muitos escolhem esta profissão porque se percebem como possuidores de características pessoais valiosas para a prática: “sensibilidade e compreensão” e “discernimento e perspicácia” são algumas. Interesse e curiosidade sobre os seres humanos e seu comportamento é um outro motivo que às vezes predispõe um estudante. Alguns possuem outros motivos além dos altruísticos: enxergam como uma oportunidade para ajudarem a si mesmos na solução de seus próprios problemas emocionais ou como uma forma de compartilhar conhecimento importante e insights. Em alguns casos, além disso, sentem-se atraídos devido ao poder e privilégios associados a profissão.
Confusões
As expectativas, características pessoais e motivos que atraíram uma pessoa à carreira de terapeuta podem também resultar em um certo número de confusões e dificuldades iniciais. Por exemplo, o desejo de ser útil é de importância central para o psicoterapeuta iniciante. Pode resultar do seu desejo de ser amado, de ser protetor ou de controlar. Em casoss extremos, estas necessidades podem produzir problemas no tratamento. Ser “útil” talvez satisfaça você como terapeuta, mas é possível que, correspondentemente, você seja menos susceptível às necessidades de seu cliente.
Ainda que seja muito útil confiar na própria experiência pessoal como uma orientação para compreender e lidar com os problemas discutidos pelo seu cliente, também é decisivo reconhecer que a sua própria experiência e seus sentimentos pessoais não são necessariamente os experimentados pelo cliente. É fácil pressupor que você sabe o que o cliente está sentindo baseado nas suas experiências pessoais e reações; entretanto, suas preposições podem ser errôneas. Consequentemente, você poderá eliminar a possibilidade de compreender a natureza única do dilema vivido pelo cliente.
É fácil fiar-se nas próprias experiências anteriores como uma orientação para a terapia. O que ocorre numa terapia é semelhante, sob muitos aspectos, àquilo que frequentemente ocorre em nossas conversas com amigos. Ou seja, podemos compartilhar confidências, pedir e dar conselhos, dar apoio e confiança em relação a problemas ou situações. Tal similaridade superficial produz dificuldades para os terapeutas iniciantes que encaram as situações como comparáveis entre si em todos os seus aspectos. Um relacionamento terapêutico não é do mesmo tipo de uma amizade. Um cliente não é um amigo, mas uma pessoa estranha que procura um terapeuta porque ele é qualificado como especialista em lidar com problemas vitais. O foco na interação incide sobre o cliente e as preocupações deste, e não as do terapeuta. Como profissional, você não poderá abordar a situação terapêutica com as mesmas atitudes e expectativas que são adequadas em uma relação de amizade.
É importante conhecer seu cliente muito bem antes de discorrer sobre suas próprias experiências em lidar com a situação que o cliente está descrevendo. Você poderá descobrir que um conselho que foi muito útil para um amigo poderá ser repelido por um cliente. Neste caso, dar conselhos poderá ser visto mais como uma outra figura de autoridade que não o compreende e que lhe diz o que deve fazer.
Medos
Um dos medos mais comuns dos terapeutas iniciantes é o de ser percebido como incompetente pelo cliente. A falta de habilidade é um fato óbvio para o principiante. Isto, associado à ambiguidade e a falta de clareza dos critérios para avaliar a adequação do desempenho como terapeuta, acaba por exacerbar a autocrítica e a dúvida geradas inicialmente.
Frente ao medo de serem percebidos como incompetentes, alguns estudantes tratam de disfarçar essa dificuldade ao longo da sessão atuando como um terapeuta (ex: atuando de maneira distante, autoritária e não-comunicativa). Outros poderão confessar ao cliente a insegurança ou falta de conhecimento que experimentam, e tentar iniciar um relacionamento de amizade e companheirismo. É importante lembrar que dois dos obstáculos mais comuns, quando se aprende a ser um terapeuta, resultam de concepções prévias que os estudantes possam ter em relação como devem aparecer perante ao cliente e do medo de ser visto como incompetente.
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