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Resumo de Psicologia dos Grupos

Por:   •  17/11/2017  •  Resenha  •  4.151 Palavras (17 Páginas)  •  615 Visualizações

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RESUMÃO DE GRUPOS

Capítulo 2 – Fundamentos teóricos

Existe um vasto polimorfismo grupalístico, e por isso, há uma extensa e múltipla possibilidade de variação nas estratégias, técnicas e táticas. Com isso surge a necessidade de enumerar e acentuar algumas formas de manejo técnico diante dos diferentes aspectos e fenômenos que surgem no campo grupal:

PLANEJAMENTO: Logística (conjunto de conhecimentos e equipamentos que servem de suporte para o planejamento de uma ação); Estratégia (estudo detalhado de como usar a logística para atingir êxito); Técnica (Conjunto de regras e procedimentos que fundamentem a efetividade da operação, ex: técnica de fundamentação psicanalítica);Tática ( trata-se das variadas formas de abordagem existentes, que variam de acordo com as circunstâncias e com o estilo de cada coordenador. Ex: grupoterapeuta preferir a abordagem grupanalítica ou “aqui-agora-comigo”.

A primeira recomendação técnica para quem vai organizar um grupo é a de que ele tenha uma ideia bem clara do que pretende com esse grupo e de como vai operacionalizar esse seu intento.

SELEÇÃO E GRUPAMENTO: Alguns grupoterapeutas preferem aceitar qualquer pessoa que manifestar um interesse em participar de um determinado grupo, outros, no entanto, preferem adotar certo rigor na seleção, ancorados nos seguintes argumentos: É importante e delicado o problema das indicações e contraindicações; uma motivação frágil pode fazer com que pessoa abandone o grupo; O abandono de algum integrante pode causar danos na totalidade do grupo, pelo sentimento de culpa ou por sentir-se desrespeitado ou também considerar negligência do coordenador;  poderá trazer um prejuízo no grupamento, ou seja, a forma de como cada indivíduo interagirá com os demais na composição de uma totalidade grupal singular;  podem acontecer outros inconvenientes como um desconforto contratransferencial.

ENQUADRE (SETTING): é conceituado como a soma de todos os procedimentos que organizam, normatizam e possibilitam o funcionamento grupal. Resulto de uma conjunção de regras, atitudes e combinações ( horários, honorários, número de participantes...)

O enquadre é importante, pois permite a criação de um espaço para reexperimentar e ressignificar experiências fortes e antigas experiências emocionais; para estabelecer papéis e posições. Os principais elementos a serem levados em conta na configuração do setting grupal são: Se é um grupo homogêneo ( mesma categoria de patologia, idade, sexo...) , ou se é um grupo heterogêneo ( comporta variações de tipo e grau de doença por exemplo). Se é um grupo fechado ou aberto para novos membros. Se possui uma duração limitada ou não. A quantidade de pessoas e outros aspectos relevantes como número de reuniões semanais e duração de cada reunião.

MANEJO DAS RESISTÊNCIAS: O melhor instrumento técnico que um coordenador de grupos pode obter é o de saber enfrentar as resistências aparecem no campo grupal, se estas forem inconscientes podem atrapalhar, porém se forem conscientes são benvindas, pois dá para entender o self de cada um, de como estes aprenderam a se defender na vida contra o risco de serem humilhados, abandonados etc. De mesma forma é importante que o coordenador saiba lidas com as ansiedades que emergem no campo grupal, se ela é de natureza paranoide ou depressiva por exemplo. Outro manejo é lidar com faltas e atrasos em grupos de ensino-aprendizagem por exemplo. Ainda em relação às resistências são necessárias mais duas observações: a primeira é a possibilidade de saber se a resistência do grupo é natural, e até sadia e a segunda é a possível formação de um “conluio resistencial”, entre o coordenador e os demais.

MANEJO DOS ASPECTOS TRANSFERENCIAIS: É importante frisar que dentro de m campo grupal, inclusive em grupanalítico, há transferência em tudo, mas nem tudo é transferência a ser trabalhada. No campo grupal surgem as transferências cruzadas. Em relação a sentimentos contratransferênciais é importante que o coordenador não permita que tais invadam a mente, de modo a tornarem-se patogênicos.

MANEJO DOS ACTINGS: É necessário que o coordenador reconheça que os actings representam uma determinada conduta que se processa como uma forma de substituir sentimentos que não conseguem se manifestar no plano consciente. Isso costuma ocorrer devido a uma das 5 condições: quando sentimentos represados correspondem a fatos, fantasias e ansiedades que estão reprimidas e que não são recordadas, ou que não são pensadas, ou que não são comunicadas pela verbalização, ou que não conseguem ficar contidas dentro do próprio indivíduo, e finalmente, o importante aspecto de que o actings pode estar funcionando como um recurso de comunicação muito primitivo. É importante que o coordenador saiba se se trata de actings benignos (encontros sociais entre os participantes, por exemplo), ou malignos (psicopáticos, por exemplo).

COMUNICAÇÃO: O aspecto de comunicação verbal dentro de um grupo merece atenção especial, pois aponta para a possibilidade de que o discurso esteja sendo usado de fato não para comunicar algo, mas que ele esteja à serviço da incomunicação.

ATIVIDADE INTERPRETATIVA: é de uso mais restrito às situações psicanalíticas de acesso ao inconsciente individual e grupal. Existe a possibilidade de uma violência de interpretação, onde o grupoterapeuta impõe seus próprios valores e expectativas sobre o grupo, ou aponta verdades doloridas sem uma sensibilidade amorosa.

FUNÇÕES DO EGO: A depender da situação do campo grupal, surgem as funções do ego (percepção, pensamento, conhecimento, juízo crítico etc.). A essência de uma terapia de casal ou família, por exemplo, consistem em ensinar os participantes a usarem tais funções de saber escutar, ver e pensar no outro, e nas experiências emocionais pelas quais estão passando.

PAPÉIS: a transparência do desempenho de papéis por parte de cada um dos componentes é importante. É dever do coordenador do grupo estar atento à possibilidade de estar ocorrendo uma fixidez e uma estereotipia de papéis patológicos, como se os integrantes estivessem programados a vida toda para agirem de tal forma.

VÍNCULOS: Bion introduziu o importante vínculo do conhecimento, que possibilita um melhor manejo técnico com os problemas ligados às diversas formas de negação que explicam a gênese de muitos quadros de psicopatologia, favorecendo também ao técnico uma maior clareza na compreensão da articulação das verdades, falsidades e mentiras no campo grupal. Existe o vínculo de reconhecimento, ao qual permite o coordenador saber qual dos indivíduos necessita ser mais reconhecido pelos demais.

TÉRMINO: Designa duas possibilidades: uma de que o grupo termine ou pela dissolução dele (determinada pessoa encerra a sua participação). Saber terminar algo representa um significativo crescimento mental. O coordenador deve ter uma fundamentação teórica que possibilite uma definição de critérios de término e um manejo adequado para cada situação em particular.

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