Resumo dos Conceitos de Freud
Por: janulia • 3/10/2023 • Trabalho acadêmico • 2.449 Palavras (10 Páginas) • 132 Visualizações
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS
CENTRO DE CIÊNCIAS DA VIDA
FACULDADE DE PSICOLOGIA
ANA JULIA BLATTNER BALBIN
FREUD: A DISSOLUÇÃO DO COMPLEXO DE ÉDIPO
CAMPINAS
2022
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS
CENTRO DE CIÊNCIAS DA VIDA
FACULDADE DE PSICOLOGIA
ANA JULIA BLATTNER BALBIN
FREUD: A DISSOLUÇÃO DO COMPLEXO DE ÉDIPO
Trabalho apresentado como exigência parcial para aprovação da disciplina Teorias Psicanalíticas II Prática, ministrada no quarto período da Faculdade de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de Campinas.
Orientador: Prof. Dr. Daniel Mondoni
Monitoras: Matheus Passagnolo de Paula e Miguel Jose Camargo de Jezus
CAMPINAS
2022
1. RESUMO DOS TEXTOS
1.1 A Dissolução do Complexo de Édipo (1924) – Freud
Freud inicia seu texto argumentando a respeito das concepções que acarretam o fim do complexo de Édipo, expondo que esse desfecho não é muito claro. Posteriormente, caracteriza o desenvolvimento do complexo de Édipo no menino, expondo sobre: a fase pré-edipiana; sobre o interesse pelo genital e a masturbação reprovada pelos pais; a visão do corpo nu feminino e intensificação da ameaça de castração em decorrência disso. Além disso, diz que o Édipo ocorre paralelamente ao complexo de castração, e que o menino renuncia os desejos incestuosos e parricidas para preservar seu pênis (narcisismo).
Ademais, Freud traz o sobre Édipo na menina de forma mais breve, enfatizando sobre o fenômeno ser mais inequívoco quando comparado ao menino, já que a menina não renuncia ao Édipo sem tentar compensar a ausência do pênis. Por fim, o autor aborda sobre as implicações desse fenômeno, ou seja, sobre o aparecimento do Superego e da renúncia dos pais como objeto de amor para a identificação com estes.
1.2 A constituição e dissolução do complexo de Édipo (2012) – Marzari
Neste artigo, a autora utiliza as obras de Freud como base para a compreensão da constituição e das implicações do complexo de Édipo e do complexo de castração na formação e no desenvolvimento da sexualidade infantil. Para trazer o tema, ela descreve inicialmente sobre a formação do aparelho psíquico e sobre algumas fases do desenvolvimento (oral, anal e fálica). Por fim, discorre sobre o complexo de Édipo e de castração para ambos os sexos, abordando como o fenômeno se dá e quais são suas consequências.
1.3 Repensando o Complexo de Édipo e a Formação do Superego na Contemporaneidade (2016) – Zanetti e Höfig
Este artigo visa refletir sobre o complexo de Édipo na modernidade, de forma a enfatizar as influências que está submetido, como as mudanças socioculturais e as diferentes formas de organização familiar. Para isso, as autoras utilizaram como base textos contemporâneos que possuem reformulações deste constructo, além de utilizar o referencial teórico kaesiano para discorrer sobre as transformações sociais e psíquicas. Ademais, um ponto importante abordado no texto é que, nesta nova configuração, o poder está horizontalizado, não sendo o pai a figura central. Em decorrência disso, pode haver fragilidades e interferências na organização psíquica do complexo de Édipo e da formação do superego, surgindo mecanismos de defesas pobres no processo de simbolização.
1.4 O Complexo de Édipo e suas múltiplas interpretações (2016) – Oliveira
Esse artigo tem como objetivo trazer as contribuições de Klein e Bion para repensar e reformular o Complexo de Édipo proposto por Freud. Para a realização do trabalho, entretanto, foi utilizada apenas a contribuição da Klein, pautando-se na divergência entre ela e Freud sobre quando ocorre o surgimento do supereu. Deste modo, o artigo se baseia em argumentos de ambos os autores para discorrer sobre o momento que o superego surge, sendo Freud defensor da instância psíquica como consequência direta do Édipo. Já por outro lado, Klein se apoiou nas observações clínicas, no qual o superego parecia já estar instaurado antes desse fenômeno ocorrer.
2. ARTICULAÇÃO DOS TEXTOS
No texto “A Dissolução do Complexo de Édipo” (1924), Freud aborda sobre os fatores que acarretam o fim do complexo de Édipo, enfatizando a importância das experiências de frustrações angustiantes para a destruição do complexo de Édipo. Sendo assim, a menina é punida pelo seu pai ao desejar tê-lo como substituto de sua mãe, enquanto o menino vê sua mãe como propriedade sua e, ao descobrir que ela transferiu seu amor para outra pessoa, há dissolução desse fenômeno resultado de um processo de insatisfação (FREUD, 1924).
Outro ponto trazido pelo autor é de que o complexo de Édipo poderia acabar porque chegou seu fim, visto que é um fenômeno determinado pela hereditariedade. Dessa forma, o complexo de Édipo é universal e deve terminar quando se inicia a próxima fase do desenvolvimento. Com isso, a dissolução desse fenômeno leva a regressão, sendo seguido pelo período de latência. (FREUD, 1924).
Nessa mesma linha de pensamento, a autora Marzari faz uma descrição sobre a fase fálica na qual se manifesta o Complexo de Édipo e de castração para contextualizar o fenômeno. Sendo assim, nessa fase, a libido está ligada aos órgãos genitais e as zonas erógenas e é marcada pelo aumento do “interesse pelo próprio corpo, principalmente pelos genitais, o que se manifesta pela masturbação, pelo exibicionismo e pela tendência ao maior contato físico com o sexo oposto” (D’ANDREA, 1999, p.59 apud MARZARI, 2012, p.17).
Como exposto pela autora, no início da fase fálica ambos os sexos acreditam que há apenas um órgão genital, o masculino. Sendo assim, há a presença de impulsos eróticos junto a fantasias referentes ao objeto, que se relacionam à masturbação, fator que estimula o aparecimento de conflito, sem que este tenha uma causa externa. O conflito sexual tem relação direta com o Complexo de Édipo que se encontra no aparelho psíquico – inconsciente (MARZARI, 2012).
Para descrever o Édipo em ambos os sexos, os textos de Freud e Marzari possuem pontos em comum ao caracterizar esse fenômeno. Entretanto, o primeiro autor dá maior ênfase no Édipo para o menino, descrevendo mais detalhadamente como esse processo ocorre. Com isso, traz que o menino deseja eliminar o pai rival que o impede de ter uma relação incestuosa com a mãe. Inicialmente, dirige seu interesse para o pênis através da masturbação e percebe que seus pais não aprovam tal comportamento, tendo medo de perdê-lo (FREUD, 1924).
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