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Saúde da Mulher - Aborto e Mutilação Genital

Por:   •  18/6/2016  •  Trabalho acadêmico  •  3.404 Palavras (14 Páginas)  •  443 Visualizações

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RESUMO

O objetivo do nosso trabalho é explicitar e chamar a atenção para a situação da saúde da mulher nos dias de hoje. Inseridas em um âmbito que é ainda muito desigual quando se trata de gênero, as consequências dessa desigualdade são estrondosas e refletem na questão do aborto, mutilação ou circuncisão genital feminina e na violência sexual. Sendo o aborto a remoção ou expulsão prematura de um embrião ou feto do útero resultando no fim da gravidez, a mutilação genital feminina a remoção ritualista de parte ou de todos os órgãos sexuais externos femininos, e a violência sexual qualquer ato sexual ou tentativa de obtenção de ato sexual fazendo uso de força física ou coerção. Serão descritas a origem das ocorrências, consequências físicas e psicológicas para a saúde da mulher e cenário principal que acontece. Na qual, essas culturas machistas e geralmente com tendência religiosa ainda se sobrepõem em questão da liberdade de escolha e liberdade sobre o próprio corpo da mulher nos tempos atuais. Pensando nisso, nesse trabalho serão apresentadas informações para conhecimento e reflexões dessas práticas, e o efeito que esse tipo de pensamento, enraizado de geração para geração, causa no ambiente social atual, evidenciando a dificuldade da sociedade em se mobilizar com a causa feminina.

INTRODUÇÃO

Quando se fala da saúde e do corpo da mulher, não se pode deixar de falar sobre o aborto, onde atualmente estima-se que acontecem cerca de mil abortos no Brasil, onde a cada dois dias uma mulher pobre, negra e da periferia acaba por morrer, mas mesmo assim existe uma força maior, uma religião ou até mesmo a própria sociedade patriarcal em que vivemos, que impede a sua descriminalização, o que colabora para que o assunto ainda seja algo não muito acessível, e de difícil discussão. A verdade é que apenas as mulheres que se sentem obrigadas a se submeter a um aborto sabem o verdadeiro motivo que as levaram até ali, além de que os tipos de procedimentos que elas acabam por se curvar por muitas vezes se tornam algo desumano, mas que surge como última alternativa diante do desespero, do desconhecimento e do desamparo dessas jovens mulheres. Assim, este é um dos assuntos que será discutido neste trabalho, com intuito de demonstrar os malefícios que a sua criminalização traz, e como ele afeta principalmente as mulheres da periferia, destacando por tanto a desigualdade social ainda existente. Além disso, abordaremos também o aborto e a luta feminista a favor da descriminalização, apontando também alguns argumentos de feministas que são contra a descriminalização, também destacaremos o fato da mutilação genital, abordando os seus métodos, as dores e marcas que trazem a todas as mulheres que um dia foram submetidas a eles.

DESENVOLVIMENTO

ABORTO

O aborto é um dos assuntos que está mais relacionado a saúde da mulher desses últimos tempos, pois é a partir dele que percebemos que a sua criminalização ainda traz grandes consequências a milhares de mulheres que por não se sentirem preparadas, ou por uma simples questão de não terem escolha, acabam morrendo ou se prejudicando seriamente realizando abortos clandestinos. Segundo a Organização Mundial da saúde (OMS), no Brasil estima-se que ocorram cerca de mil abortos por ano, e dentro disso, a cada dois dias uma mulher morre devido a abortos inseguros. Entretanto, pela simples pressão dos conservadores, ainda não foi possível descriminalizar o aborto, mesmo após muitas lutas de movimentos de mulheres e de uma parcela da sociedade Brasileira.

A questão em si é que o aborto é uma questão de saúde pública, as mulheres que se submetem a um aborto em condições ilegais e inseguras com frequência acabam morrendo, sofrem física e psiquicamente e se descobertas são discriminadas pela sociedade, são perseguidas, sujeitas a exames médicos, humilhantes e expostas à opinião pública. O que poucos sabem é que existe uma grande diferença entre abortos clandestinos e inseguros, uma vez que, nem todo aborto clandestino é inseguro. O aborto clandestino pode ser realizado em clinicas clandestinas, com todas as condições de higiene, onde há médicos especializado, quando a mulher tem uma situação econômica mais alta, e pode arcar com as custas. E é a partir dessa diferenciação que é possível verificar a desigualdade social criada neste meio, onde as mulheres com nível socioeconômico bom, podem realizar um aborto em clinicas clandestinas, que não são legalizadas, mas que são seguras. Segundo relatório da ONU, foi possível constatar que o Brasil é pouco eficiente na discussão e implantação de políticas públicas voltada para as mulheres. E como é de fácil percepção as mulheres negras, pobres e de periferias são as mais vulneráveis, e que menos tem acesso as políticas de saúde materna. Destacando então a opinião de Telia Negrão:

A política nacional para a saúde das mulheres é uma política maternal e infantil, limitada. Não aborda todas as causas que levam as mulheres a morrer e não dá atenção para populações mais vulneráveis. As mulheres continuam morrendo por causas ligadas à gestação, por serem pobres, negras, viverem nas periferias. As mulheres engravidam e abortam e, na medida em que nós temos o aborto proibido, abortam de maneira insegura.

Essa opinião da um destaque ao fato de que quanto mais pobre a mulher maior risco ela corre por causa dos métodos em que ela tem acesso. Existem diversas formas de se induzir um aborto, seja pelas vias clinicas clandestinas utilizando os métodos de aspiração, curetagem, solução salina, histerotomia e nascimento parcial, ou pode-se também ingerir drogas ou bebidas que podem e são abortivas como por exemplo chá verde, RU-486, metotrexato e a prostaglandina. Existem também as formas nada seguras de se introduzir objetos perfurantes na genitália, que, em decorrência da hemorragia, pode-se levar a mulher a óbito em questões de minutos. Muitas dessas mulheres por desconhecimento da situação que precede a ingestão de certos medicamentos ou a perfuração da placenta acabam por não conseguir pedir socorro, onde em decorrência disso acorrem os maiores números de mortes maternas no Brasil.

Hoje é possível o aborto em caso gravidez de feto anencéfalos, de estupro ou se estiver à beira da morte, entretanto, em caso de estupro você é submetido a diversos exames,

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