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Por: Vfabio • 30/3/2015 • Seminário • 1.494 Palavras (6 Páginas) • 460 Visualizações
A preocupação com o conhecimento
Os primeiros filósofos tinham uma preocupação em descobrir a origem do mundo- cosmos. Com isso a filosofia nascente tornou-se ontologia, isto é, conhecimento ou saber sobre o ser. Partindo desta preocupação surgem três filósofos: Heráclito, Parmênides e Demócrito, estes tentam desvendar a origem do ser e como ele é percebido pela natureza.
Heráclito definia a natureza como um fluxo perpétuo e a realidade como harmonia dos contrários. Conhecimento que nossos sentidos nos oferecem é diferente do conhecimento que nosso pensamento alcança. Pois eles nos oferecem a imagem da estabilidade e nosso pensamento alcança a verdade como mudança contínua.
Já Parmênides dizia o oposto de Heráclito, pois para ele o conhecer é alcançar o idêntico e imutável. Só podemos pensar sobre aquilo que permanece sempre idêntico a si mesmo. Ele afirmava que percebemos mudanças impensáveis e devemos pensar identidades imutáveis.
Demócrito desenvolveu uma teoria conhecida como atomismo: a realidade é constituída por átomos. Para ele a percepção não é ilusória, mas apenas um efeito da realidade sobre nós. E o pensamento sensorial é igual ao pensamento puro, porém de uma forma menos profunda.
Para os sofistas não podemos conhecer o ser, mas podem ter opiniões sobre eles. A verdade é uma questão de opinião e persuasão e a linguagem é mas importante do que a percepção e o pensamento. Em contra partida Sócrates dizia que a verdade pode ser conhecida, mas antes devemos afastar as ilusões dos sentidos e das palavras ou de opiniões e alcança-los pelo pensamento puro.
Platão define 4 formas de conhecimento : Crença e opinião (conhecimento sensível); Raciocínio e intuição intelectual (conhecimento intelectual) e o conhecimento matemático é igual ao conhecimento perfeito.
Aristóteles distingue sete graus de conhecimento: sensação, percepção, imaginação, linguagem, memoria, raciocínio (conhecimento sensível); intuição (conhecimento intelectual). O conhecimento enriquecido através da junção dos graus. Para ele a intuição intelectual é igual ao conhecimento puro “o ser enquanto ser”.
Com o surgimento do cristianismo surge questões como, por exemplo: seres pecadores poderiam conhecer a verdade soberana (Deus)? Nesse contexto surge o erro e a ilusão e a fé diferenciada da razão. A partir daí o conhecimento passa a ser questão de consciência e realidade.
Essa consciência pode ser vista do sentido psicológico ou o eu e é formada por nossas vivências é a maneira individual e própria de cada um. Do ponto de vista ético e moral, a consciência é a espontaneidade livre e racional é a pessoa de vontade e responsabilidade. Do ponto de vista político, a consciência é o cidadão como portador de direitos e deveres. A consciência reflexiva ou sujeito do conhecimento ao contrário do eu busca a verdade e sua essência pura. Estes juntos formam a subjetividade. Essas consciências podem ser passiva, que é vaga como em um devaneio. A consciência vivida mas não reflexiva é egocêntrica não diferenciando o eu do outro. E a consciência ativa e reflexiva que une as modalidades da consciência, isto é, o eu, a pessoa e o cidadão. O sujeito do conhecimento é aquele que reflete sobre os atos e significações e conhece a estrutura formada por eles: a percepção, a imaginação, a memória, a linguagem e o pensamento.
Sensação e percepção
O conhecimento sensível também é chamado de conhecimento empírico, o qual não necessita de provas cientificas e suas formas principais são a sensação e a percepção.
A sensação é o que nos dá as qualidades exteriores e interiores. Na sensação vemos, tocamos, sentimos. Sentimos o quente e o frio, o doce e o amargo, o liso e o rugoso, o vermelho e o verde, etc. Sentimos também qualidades internas, são aquelas que se passam em nosso corpo ou mente, através do contato com as coisas sensíveis: prazer, desprazer, dor, agrado, desagrado.
Sentir é algo ambíguo, pois o sensível é, ao mesmo tempo, a qualidade que esta no objeto externo e o sentimento interno que nosso corpo possui das qualidades sentidas.
Na sensação, notamos que ninguém diz que sente o quente, vê o azul e engole o amargo. Pelo contrario, dizemos que a agua esta quente, que o céu é azul e que o alimento está amargo. Percebemos varias qualidades e as sentimos como integrantes das coisas ou de seres complexos. Isso que dizer que, mesmo que façamos referencia a apenas uma qualidade (agua quente, céu azul, alimento amargo, juntamente com essa sensação temos outras). Por isso se diz que, na realidade, não temos uma sensação isolada de outras, mas só temos sensações na forma de percepções, isto é como reunião de muitas sensações. A percepção seria, pois, uma síntese de sensações simultâneas.
Empirismo e intelectualismo
Duas grandes concepções sobre sensação e a percepção fazem parte da tradição filosófica: a empirista e a intelectualista.
Para os empiristas, a sensação e a percepção dependem das coisas exteriores, isto é, são causadas por estímulos externos que agem sobre nossos sentidos e sobre o nosso sistema nervoso.
Para um empirista, a sensação é pontual, isto é, um ponto do objeto externo toca um de meus órgãos dos sentidos e faz um percurso no interior do meu corpo, indo ao cérebro e voltando as extremidades sensórias. Cada sensação é independente das outras, cabendo à percepção unifica-las e organiza-las numa síntese.
Para os intelectualistas, a sensação e a percepção dependem do sujeito do conhecimento e a coisa exterior é apenas a ocasião para que tenhamos a sensação ou a percepção. Nesse caso, o sujeito é ativo e a coisa externa é passiva, ou seja, sentir e perceber são fenômenos que dependem da capacidade do sujeito para decompor um objeto em suas qualidades simples( a sensação) e de recompô-lo com um todo, dando-lhe organização e significação ( a percepção).
Psicologia da forma e fenomenologia
No século XX, porem, a Filosofia alterou bastante essas duas tradições e as superou numa nova concepção do conhecimento sensível. As mudanças foram trazidas pela fenomenologia de Husserl e pela Psicologia da forma ou teoria da Gestalt. Ambas mostraram:
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