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Sobre A Violencia Contra As Mulheres Na Atualidade

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Por:   •  6/10/2014  •  464 Palavras (2 Páginas)  •  681 Visualizações

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Sobre a violência contra as mulheres

Podemos tentar compreender a complexa articulação entre os aspectos de gênero e poder nas dinâmicas das relações violentas. De acordo com Bravo (1994) a violência contra as mulheres não é mais uma questão privada, mas sim objeto de preocupação social.

A vergonha da violência sofrida tem sido identificada como um dos fatores que dificulta a busca do suporte no sistema de apoio familiar e comunitário, o que dificulta o rompimento com a situação abusiva. Fontana e Santos (2001) demonstram que 60% das mulheres vítimas de violência por seus parceiros permanecem com os mesmos, e segundo investigações, isso se dá porque muitas buscam manter a família unida. Para que seja rompido o ciclo de violência, é necessário que exista uma rede articulada de apoio à mulher agredida.

Para Verdano (2004), perceber que está em uma situação de violência pode ser difícil para muitas mulheres, que acabam se enganando e fingindo que a violência não está acontecendo. Faz parte da própria situação de violência que a mulher internalize opiniões do companheiro sobre si, agravando a situação. Muller (2002) diz: O agressor, antes de poder ferir fisicamente sua companheira, precisa baixar a autoestima de tal forma que ela tolere as agressões. A violência tem como pano de fundo uma relação que mesmo desfeita ainda deixou questões inacabadas. Muitas vezes permanecem vínculos afetivos permeados por magoas, ressentimentos ou dependência psicológica, que impedem que a vítima possa identificar uma situação de violência.

Segundo Haerlin (1973), para que o homem consiga dominar a mulher, ele tenta forçá-la a uma baixa estima. Isso faz com que ela consiga ficar totalmente dependente deste, o que a torna vulnerável a qualquer tipo de ataque, seja ele físico ou mental. Desta forma, o homem inibe ainda mais as relações sociais da mulher. Interfere nas suas relações com os afazeres domésticos e coíbe seu comportamento com os filhos, o que a torna totalmente incapaz de se auto defender (DIAS,2004).

Normas culturais relacionadas ao abuso incluem aprovação de castigo físico de mulheres e crianças, a aceitação da violência como forma de resolução de conflitos interpessoais, e a percepção de que os homens são proprietários das mulheres. Segundo Grossi (1996) quando a sociedade destina a mulher a um papel passivo e submisso, cria-se espaço para a dominação masculina, através de um lento processo de mutilação feminina, muitas vezes considerado legítima. A autora caracteriza a violência física, como uma das formas mais exacerbadas de poder masculino. Destarte, os maridos, namorados, pais, irmãos, chefes e outros homens creem ter o direito de impor suas vontades às mulheres. Embora muitas vezes o álcool, drogas ilegais e ciúmes sejam apontados como fatores que desencadeiam a violência contra a mulher, na realidade, o problema maior está na maneira de como a Sociedade atribui um maior valor ao papel masculino (RAMOS, 2009).

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