TRAÇOS BRASILEIROS PARA UMA ANÁLISE ORGANIZACIONAL
Por: Maurroger • 8/9/2019 • Resenha • 949 Palavras (4 Páginas) • 975 Visualizações
RESENHA CRÍTICA
“TRAÇOS BRASILEIROS PARA UMA ANÁLISE ORGANIZACIONAL ”
O livro “Cultura Organizacional e Cultura Brasileira”, é uma coletânea de diversos autores e trabalhos que ligam diretamente cultura de empresas à cultura brasileira, e nele se encontra o texto “Traços Brasileiros Para Uma Análise Organizacional” de Alexandre Borges de Freitas, o qual pontua a influência da cultura nacional sobre a cultura organizacional, com objetivo principal propiciar um suporte instrumental para uma análise das culturas organizacionais sob o prisma da cultura brasileira, e como também a relação entre cultura organizacional e práticas gerenciais, estratégias, naquilo que determina a eficiência organizacional.
O autor esclarece que é preciso considerar que as metodologias de análise de cultura organizacional, desenvolvidas no Brasil, baseiam-se principalmente nas correntes norte-americanas. Todavia, o bom entendimento das organizações brasileiras inicia-se no desenvolvimento singular dos traços gerais de nossa cultura. Ao importarmos metodologias de análise de cultura organizacional, aprendemos como interpretar organizações individuais segundo metodologias que não pressupõem a cultura brasileira e deixamos de lado como se apresentam os traços dessa cultura na organização nacional. Ao se referir em traços brasileiros, aponta que este refere-se a características gerais que pode se dizer serem comuns ou frequentes na maioria dos brasileiros; pressupostos básicos que cada indivíduo usa para enxergar a si mesmo como brasileiro.
E neste sentido, faz menção as raízes brasileiras esclarecendo que nossa história tem base em um "Triângulo racial" de negros, índios e brancos. E assim, temos a influência africana no plano ideológico, nas crenças religiosas, nas práticas mágicas e nos sabores e gostos culinários. A influência indígena nas relações sexuais e de família, na magia e na mítica, como também que muitas de nossas virtudes, vícios e traços tiveram seu "embrião" no povo português e isso nos dá a sensação de ser um país composto por vários países de cultura própria, e ressalta que no Brasil não tem hegemonia de raça estabelecida, seja de cultura, seja de classe social, a não ser que de momento se permitia grande mobilidade social. E em seguida aponta que os principais traços brasileiros para que possamos realizar uma análise organizacional são a hierarquia, o personalismo, a malandragem, o sensualismo e o aventureiro.
Assim, o autor esclarece a hierarquia está relacionada à tendência a centralização do poder dos grupos sociais. Como sabemos, indivíduos e grupos possuem diferentes recursos de poder nas organizações. Quanto maior for o volume de recursos de poder que um grupo conseguir obter, melhor será sua posição dentro daquela hierarquia, o que possui como consequência o distanciamento nas relações entre os diferentes grupos sociais inseridos naquela estrutura. Os grupos que estão situados em escalões superiores da hierarquia organizacional tomam as decisões relacionadas ao funcionamento da organização, sendo que os grupos inferiores são marcados pela passividade e aceitação do que lhes é transmitido. Sobre o personalismo, aponta que uma característica marcante na sociedade brasileira é a necessidade de os indivíduos buscarem maior proximidade e afeto nas relações que estabelecem com outros na vida cotidiana. O “calor humano” dos brasileiros, sua “receptividade” e “simpatia”, por exemplo, são menções muito comuns feitas para se referir a nosso povo. Nas organizações brasileiras, esse traço sem dúvida se faz presente e, ao mesmo tempo em que pode contribuir para tornar as relações entre os membros da empresa mais fortes, o personalismo também traz consigo problemas que podem acabar por prejudicar o funcionamento da organização, como ocorre quando algum empregado é selecionado
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