Um Estudo Sobre Neurose Obsessiva Através De Uma Releitura De Alguns Aspectos Da Antropologia Freudiana
Por: Quezia Zarur Zarur • 1/10/2020 • Resenha • 683 Palavras (3 Páginas) • 227 Visualizações
Síntese do Artigo: Um Estudo Sobre Neurose Obsessiva Através De Uma Releitura De Alguns Aspectos Da Antropologia Freudiana
Freud contribuiu com à antropologia social com alguns de seus manuscritos, onde lhe interessava dar uma explicação da origem da sociedade e da religião com os dados da psicanálise. Com a sua teoria do Complexo de Édipo, que para ele é universal, onde traz grandes proibições fundadoras de todas as sociedades humanas, que é o desejo pelo incesto e desejo de matar o pai. A partir disso Freud designou para a antropologia dois termos: a Lei moral e a culpa. Também deixou estabelecido a diferença entre o homem primitivo (São desinibidos e seus pensamentos rapidamente se transformam em ações) e os neuróticos (São inibidos, onde o pensamento constitui um substituto do ato).
A neurose obsessiva é a segunda grande classe das neuroses, os sintomas são puramente mentais. Roudinesco & Plon designaram sua origem a um conflito psíquico infantil e uma etiologia sexual caracterizada por uma fixação da líbido na fase anal.
O neurótico obsessivo dificilmente procura tratamento, geralmente é a intervenção de um terceiro á procurar um tratamento. Suas ações compulsivas podem ser consideradas uma “falta moral”, outro sintoma principal são as defesas desenvolvidas contra essas ações.
As obsessões são de carácter irreverente, isso quer dizer que em momentos em que se devem ser respeitosos desencadeiam “pensamentos” obscenos, ultrajantes. O sujeito reconhece esses pensamentos como de sua própria vontade e se aterroriza por ele ter esses desejos. O fato é que os incidentes nunca são tidos como sendo estranhos para ele. Geralmente acometem os homens, ou seja, um rito “masculino” comparável a uma religião.
No artigo, mesmo sendo pouco estudada neurose obsessiva em mulheres, encontramos um estudo clínico. Nele encontramos Sr.ª R., ela foi criada pela tia e era bem diferente de sua mãe que sempre se arrumava e mesmo em momentos difíceis sorria com facilidade, ela era bastante tímida e de aparência triste, as duas tinham grandes diferenças. Foi separada de seu pai, quando tinha seis anos, devido a separação de seus pais. Aos 22 anos morava com sua mãe e mesmo tendo pedido para o pai para morar com ele que recusou, assim continuou morando com a mãe. R. fica intrigada com mãe e não entendia como os homens se interessavam muito pela mãe, como se sua mãe tivesse mais valor que ela. Procurou um psicólogo e relata que sente muita angústia, toma diversos banhos por dia assim como lava várias vezes as mãos, a noite perde o sono muito facilmente e tem pesadelos. Tem medo de que no escuro possa ser agarrada e violentada. Sente muito a falta do pai e começa a ter problemas no trabalho, sempre anda cansada. Na faculdade, considera um professor como um pai, em um certo momento sente-se humilhada pelo mesmo e não quer retornar a faculdade. Neste momento quer muito se separa de sua mãe, porém não consegue suportar estar separada de fato.
“A inserção da figura paterna na relação mãe-filho, implica colocar a crianças num defrontamento com o fato de que ela não é tudo para a mãe, que a mãe deseja fora do seu corpo e que portanto a ela, criança, falta algo.” Nessa frase entendemos que não houve a “castração”, onde o indivíduo entende que o pai/mãe não pertence à ele. Os sintomas que ela apresenta são obsessivos, tem um esquema de autodesvalorização. Como neurose obsessiva é muito rara em uma mulher, é algo que tem que considerar com muita atenção. Ela na compulsão de obter garantia do Outro e assim ela persegue a mãe para que lhe diga que nada do que ela teme vai acontecer.
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