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Violência nas Escolas: Reflexão entre professores, alunos e pais/responsáveis, analisando os motivos que podem levar o aluno a praticar a violência considerando o contexto familiar em que está inserido

Por:   •  1/9/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.507 Palavras (7 Páginas)  •  318 Visualizações

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Violência nas Escolas: Reflexão entre professores, alunos e pais/responsáveis, analisando os motivos que podem levar o aluno a praticar a violência considerando o contexto familiar em que está inserido.

Maria Dolores Vieira de Mendonça

Alex Severino

JUSTIFICATIVA

A escolha do tema se deu a partir de um trabalho voluntário realizado por um dos pesquisadores do presente trabalho, há alguns anos atrás, na escola “Educandário Joana D’ Angelis”, localizada no Bongi, na cidade de Recife, em uma comunidade carente que atende uma média de 140 alunos do Ensino Fundamental I. Foi possível observar que as crianças possuíam um comportamento agressivo, que ao discordarem de suas opiniões entre si, simplesmente se agrediam verbalmente e fisicamente, com constantes xingamentos e intimidações, sem respeitar a presença dos professores. Com isso, constatamos a dificuldade que o professor possuía de realizar o seu trabalho, pois era com grande frequência que ocorriam essas agressões, até na sala de aula por boa parte dos alunos, o que motivou nossa reflexão em busca de entender melhor os pontos críticos que causam a violência dos alunos em relação a seus colegas e professores.

É quase impossível falar de violência sem comparar com a agressividade. De acordo com Chaui (1994), a violência abrange manifestações de coação e constrangimento, que produzem, de algum modo, opressão de um contra o outro, ou um contra um, ou até mesmo de todos contra todos. Segundo o Dicionário Houaiss (2004), violência é a “ação ou efeito de violentar, de empregar força física (contra alguém ou algo) ou intimidação moral contra (alguém); ato violento, crueldade, força”.  Para Ferreira (2005), a violência é ainda um constrangimento físico ou moral exercido sobre alguém, para obrigá-lo a submeter-se à vontade de outrem: coação. Infelizmente, este é um problema mundial, e acontece em algum grau em toda e qualquer escola, não sendo restrito a nenhum tipo específico de instituição.  Portanto, não é um fenômeno novo, e vem tomando grandes proporções, de tal forma que muitas vezes estas instituições não possuem condições de lidar.

Não podemos vincular a violência nas escolas a um único fator, pois envolve não só o espaço social onde a escola está inserida, mas também a situação familiar dos estudantes e a atitude do poder público para com a educação, entre outros fatores. No caso, vamos focar a nossa reflexão para a relação da escola com a família dos alunos. Dentro do ambiente familiar pode-se citar como forma de violência a negligência e o abandono por parte dos pais ou responsáveis, pela falta de condições necessárias para o desenvolvimento do ser humano, como: higiene, alimentação, roupa, entre outros. Também, muitos filhos acabam vivenciando episódios de violência entre os familiares, o que reflete no desenvolvimento psicológico e emocional de cada um deles, bem como, afeta o desenvolvimento escolar e social.

Como indicam os estudos de Parolin (2007), as famílias, cada vez mais atribuladas pelo sistema capital, não conseguem assumir suas obrigações na condução da criança, transferindo toda a responsabilidade para a escola. Entretanto, sabemos que nenhuma instituição consegue ser tão eficaz ao ponto de suprir as condições educativas da família, pois os pilares familiares têm seu papel no ensino e aplicação de valores fundamentais, como respeito pelo próximo, solidariedade, tolerância, dentre outros princípios. E o estudante está inserido no meio dessa inversão e troca de responsabilidades, como ponto mais delicado do sistema.

Na abordagem Humanista feita por Carl Rogers (1991), o indivíduo vive em um mundo de experiências, e reage a este mundo na medida em que percebe, experiencia e vivencia. É a realidade para ele. Neste mundo em que uma criança vive, trata-se de todas as experiências vivenciadas pelo organismo, que não diz respeito apenas aos aspectos físicos e corporais, mas também se às experiências das pessoas, seus sentimentos, além da maneira como a criança vivencia os seus medos, suas emoções. Dessa forma, a comunicação da criança, quando expressada agressivamente, é a comunicação que ela faz para dizer que algo acontece. Quando a criança vivencia experiências que não são simbolizadas, ou que são de forma inadequada, apresenta um estado de ansiedade e insegurança, que pode gerar comportamentos agressivos.

Cada criança é única, e o ambiente que interage também. O aluno pode estar mais agressivo por vários motivos, então é importante que o professor se interesse em conhecer bem seu aluno e sua família, para poder, assim, ajudá-lo através de uma comunicação compreensiva, e assim poder trabalhar com o aluno e tomar as decisões mais adequadas (VINHA, 2000, p. 393).

OBJETIVO GERAL

Fazer uma reflexão sobre a violência no ambiente escolar, procurando compreender as causas que levam a esse fenômeno.

OBJETIVOS ESPECIFICOS

  • Identificar e analisar as principais causas e problemas que favoreçam a violência escolar.
  • Identificar as formas de violência praticadas contra e pelos estudantes.
  • Levar o tema violência para a sala de aula, desde as séries iniciais, oportunizando assim momentos de reflexão entre professores e alunos.


METODOLOGIA

A pesquisa desenvolvida neste trabalho é de caráter qualitativo, que consiste num método baseado em coleta de dados visuais e verbais. As respostas não são objetivas, não têm o propósito de contabilizar quantidade, mas sim de compreender o comportamento de determinado grupo alvo (GUNTHER, 2006). O foco deste método é a subjetividade do objeto analisado, através do estudo de suas particularidades e experiências individuais, com intuito de identificar as questões dentro do método da investigação científica, para entender o porquê de serem importantes. Essa pesquisa também se classifica como explicativa, pois busca esclarecer os fatores que contribuem, de alguma forma, para que ocorra a violência na escola (LAKATOS; MARCONI, 2003).

Esta pesquisa será desenvolvida na escola Educandário Joana D’ Angelis, que fica localizada no bairro do Bongi, na cidade do Recife. Serão sujeitos da pesquisa professores, alunos e pais ou responsáveis. Realizaremos uma atividade com 25 alunos da 5ª série do Ensino Fundamental com idade de 11 a 13 anos, os quais serão divididos em 4 grupos.

Todas as orientações éticas referentes à pesquisa serão respeitadas. A proposta de conclusão da técnica se dará no prazo de 2 dias, com uma duração de 50 minutos, durante os quais ouviremos e observaremos o comportamento de cada participante, cuja participação não é obrigatória. Serão utilizados recortes e gravuras de revistas, e distribuiremos fotografias diversas de pessoas e objetos com os quais eles estão acostumados a lidar no seu dia a dia. Os alunos deverão, através de uma encenação teatral, apresentar a rotina de sua vida no contexto familiar no qual estão inseridos, sendo orientados a exteriorizar de forma natural todo o cenário a que estão acostumados no seu cotidiano, apresentando uma solução para a finalização.

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