Violencia Infantil
Artigos Científicos: Violencia Infantil. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Silvane • 7/7/2013 • 1.902 Palavras (8 Páginas) • 1.365 Visualizações
OS DESAFIOS DOS EDUCADORES NA ORIENTAÇÃO SEXUAL AOS ADOLESCENTES NO ESPAÇO ESCOLAR: Uma Revisão Bibliográfica
MATIAS, Silvane dos Santos
NASCIMENTO, Ellany Gurgel do
INTRODUÇÃO: a sexualidade é um processo que faz parte da vida do ser humano, sendo que numa sociedade democrática entra em jogo valores como igualdade, justiça, solidariedade, respeito, dentre outros. Também é vista hoje como um problema de saúde pública e a escola é um lugar onde se deve implantar políticas públicas que provam a saúde dos educandos que ali estão. OBJETIVO: ampliar o debate e contribuir para a melhoria da Orientação Sexual na escola. METÓDO: utilizou-se a pesquisa de revisão de literatura, na qual se refletirá a partir das ideias desenvolvidas por autores como FOUCAULT (1982, 1997), SAYÃO (1997), SOUZA (1997), entre outros, que incorporam contribuições para o trabalho dessa orientação. RESULTADOS: os autores referenciados abordam que a sexualidade está inscrita em vários espaços na escola, seja em carteiras, banheiros, pisos, etc. até mesmo nos materiais escolares os adolescentes deixam suas aspirações e dúvidas a respeito do tema. Também reforçam que os educadores precisam transmitir, por sua conduta, a valorização da equidade entre os gêneros e a dignidade de cada um individualmente. Ainda reforçam que a família, por direito e dever, é a primeira educadora e dela não se pode retirar esse direito, sem atentar para os valores éticos e morais defendidos por ela. O papel da família é fundamental e primário na construção da sexualidade. CONCLUSÕES, a partir dos referenciais estudados pode-se observar que a temática sexualidade ainda continua assustando, intimidando e criando polêmicas em sala de aula, apresentando-se como um tabu para alunos e professores. A sexualidade precisa ser vista de forma natural na vida do ser humano, porque a partir do nascimento inicia-se uma marcha que só será interrompida por ocasião da morte.
PALAVRAS-CHAVES: sexualidade, adolescente, escola.
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Falar sobre sexualidade nas escolas ainda é desafiador para os educadores. As resistências são muitas, exigindo dos envolvidos, revisar conceitos, superar preconceitos e estereótipos para que se possa olhar reflexivamente sobre a própria sexualidade, lidar com tabus, medos e vergonhas. A sexualidade é uma das dimensões do ser humano que envolve gênero, orientação sexual, identidade sexual, erotismo, envolvimento emocional, amor e reprodução. Envolve, além do nosso corpo, nossa história, nossos costumes, nossas relações afetivas e nossa cultura. São experimentadas ou expressas em fantasias, pensamentos, desejos, crenças, valores, atitudes, papéis e relacionamentos.
Desse modo, falar sobre sexualidade no contexto educacional, principalmente na escola é ir muitas vezes, ao (des) encontro dos conceitos que a família tem sobre o tema, dado a expressividade que o assunto apresenta, e mais expressivo ainda, quando escrevemos sobre a importância de desmistificar a carga negativa que permeia as relações da pessoa com a sexualidade, uma vez que todos os seres humanos já nasceram com ela.
A sexualidade, através da orientação sexual figura-se como um tema transversal muito inquietante e, quase sempre evitado no âmbito da comunidade escolar. Diante dessa realidade, este artigo de revisão de literatura, mostra-se como fundamental e pertinente à abordagem da Orientação Sexual no âmbito escolar. Para tanto iremos abordar concepções sobre sexualidade na perspectiva de alguns autores como: (1988), SOUSA (1999), FOUCAULT (1997), SAYÃO (1997) entre outros, apresentando sobre a sexualidade através da orientação sexual na escola, seus limites e suas possibilidades mediante a prática educativa.
2. MÉTODO
Para realização deste estudo, foi necessário fazer um levantamento bibliográfico sobre o tema em questão, utilizando-se de literaturas. Segundo NORONHA E FERREIRA (2000), este tipo de pesquisa analisa a produção bibliográfica em determinada área temática, dentro de um recorte de tempo, fornecendo uma visão geral ou um relatório do estado-da-arte sobre um tópico específico, evidenciando novas ideias, métodos, subtemas que têm recebido maior ou menor ênfase na literatura selecionada.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO.
3.1. Breve histórico da sexualidade humana
A espécie humana, desde seu aparecimento no planeta, há cerca de cem mil anos, apresenta-se com uma característica peculiar em termos do exercício da sexualidade. Ao contrário, de outras espécies, a nossa sexualidade exibe sutis diferenças anatômicas e funcionais que permitem às fêmeas a serem receptivas às manifestações da sexualidade de seus parceiros, independentemente de estarem em seus períodos férteis. Com isso, a sexualidade humana passou a ser intensamente condicionada por fatores psicológicos e sociais.
Segundo FOUCAULT (1997) em sua obra clássica sobre a história da sexualidade, numa perspectiva filosófica e histórica, diz:
A sexualidade é um dispositivo histórico, visto que é uma invenção social, uma vez que se constitui, historicamente a partir de múltiplos discursos que regulam que instauram saberes, produzem “verdades”. Sua definição e dispositivo sugerem a direção e a abrangência de nosso olhar (p.100).
Por sua vez, na idade média, a sexualidade só ocorreria com a finalidade de procriação. Neste período a masturbação era algo polêmico e considerado como pecado, daí aqueles que a praticassem eram denominados de “hereges”, e podiam ser condenados à morte na fogueira.
O século XIX foi marcado por uma dispersão da sexualidade, nas expressões corporais, ou seja, numa aproximação física e um jogo de sensações intensas, engajadas na sexualidade exclusivamente do corpo. Ainda nesse período, abordava-se a questão da sexualidade nas escolas, devido à preocupação com as doenças venéreas e o aumento dos abortos clandestinos. Já no início do século XX, estudos sobre sexualidade tinham como finalidade ensinar aos adolescentes e jovens a transmitirem a vida: a ligação entre instinto sexual e a reprodução humana.
No Brasil, a história da Educação Sexual surge com as primeiras ideias sobre educação x sexualidade que apregoavam o combate à masturbação e às doenças venéreas, visando também a preparação da mulher para
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