Violência Psicológica Contra Mulheres
Artigo: Violência Psicológica Contra Mulheres. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: thiagocarvalho93 • 18/5/2014 • 636 Palavras (3 Páginas) • 549 Visualizações
Ana namora com Carlos há seis meses, os dois moram em Teresina e estudam Direito na Faculdade Ceut. Tarde de sexta-feira, Ana aguardava Carlos sair da aula, para irem juntos pra casa, como já era de costume desde quando começaram o namoro. Socorro, amiga de Ana, chega para amiga convidando-a para passar a tarde de sábado em sua casa, isso bem na hora que Carlos chega e ouve a conversa das amigas, ele nem espera a namorada responder e já diz que ela não vai. Ana insiste e diz que ele não pode responder por ela, e que vai sim pra casa da amiga. Carlos começa a xinga-la dizendo: - Porra, você não vai eu já disse desgraça. Ana começa a chorar na frente da amiga, que o abraça [...].
Violência psicológica - ação ou omissão destinada a degradar ou controlar as ações, comportamentos, crenças e decisões de outra pessoa por meio de intimidação, manipulação, ameaça direta ou indireta, humilhação, isolamento ou qualquer outra conduta que implique prejuízo à saúde psicológica, à autodeterminação ou ao desenvolvimento pessoal.
Segundo pesquisas, há um ponto especial que geralmente passa batido: os abusos psicológicos, verbais e emocionais. Há uma porcentagem assustadora de que 56% dos homens entrevistados admitiram ter tido atitudes violentas contra mulheres. Algumas formas de violência citadas incluem xingamentos, humilhações públicas, ameaças verbais, empurrões e proibições de sair de casa em algum momento, sendo os xingamentos os mais prevalentes.
Não é necessário ser profissional ou estudante de Psicologia para compreender as consequências catastróficas dos abusos verbais. Casos de violência física e feminicídio muito frequentemente começam com xingamentos, manipulações e chantagens, formas de violência que não aparentam ser tão graves no começo, mas que pioram gradativamente. As narrativas são muito semelhantes e o agressor que esmurrou ou espancou sempre começa com comentários depreciativos, muitas vezes devido a crises de ciúmes.
Um comentário depreciativo é o suficiente para agredir a autoestima e a percepção de valor próprio do alvo, várias vezes minando sua vontade de viver. Gestos e palavras agressivas transformam uma mulher em um rascunho de ser humano, perdida na dependência emocional e sem forças para enxergar uma realidade melhor.
O fato de que as mulheres são as maiores vítimas dos abusos psicológicos chama atenção para o machismo da sociedade. São as mulheres que crescem sob demandas violentas, sendo pressionadas a suportar toda espécie de xingamento, controle sobre seus corpos e podamento de suas liberdades. Os axiomas de sensibilidade, compreensão e cuidado continuam empurrando o sexo feminino para uma história única, sem variações significativas: ao invés de serem responsabilizados por seus atos, os homens problemáticos precisam de cuidado e compreensão, pois considera-se que somente uma mulher amorosa pode ser capaz de transformá-lo. Até parece um conto de fadas, só que nesses casos é a mulher que precisa ser maternal e se anular enquanto sujeito para salvar o homem de seus comportamentos impulsivos e desonestos.
É preciso alertar homens e mulheres sobre o que configura abuso emocional e psicológico e controle sobre a outra parte, como quando o parceiro passa a se incomodar com as roupas que a mulher usa, suas amizades ou locais que frequenta. Se um homem chega ao ponto de impedir a saída
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