Wallon e a afetividade
Por: marcellaavieira • 26/6/2017 • Dissertação • 539 Palavras (3 Páginas) • 461 Visualizações
FACULDADE GOVERNADOR OZANAM COELHO
Curso Psicologia
Prof. Luiz Cláudio
AFETIVIDADE E A CONSTRUÇÃO DO SUJEITO
MARCELLA GREGÓRIO VIEIRA
20 de junho de 2016
Ubá-MG
O estudo sobre a afetividade e a construção do sujeito na teoria psicogenética de Wallon, um dos capítulos que compõe o livro Teorias Psicogenéticas em Discussão, disserta que a emoção é basicamente o que garante a reciprocidade afetiva e a permanência do indivíduo no meio, devendo considerar o sujeito juntamente como social e biológico, estudando sua contextualização nas relações com o meio.
Na psicogenética de Wallon, a afetividade e a emoção ganham destaque, já que para ele, a emoção faz papel de moderador entre o organismo e o psíquismo, sendo o elemento básico para a formação do vínculo que a criança irá estabelecer com o mundo. Inicialmente, a afetividade é considerada somática, ou seja, puramente emoção. A partir do surgimento da função simbólica, a afetividade se desenvolve, dando origem a atividade cognitiva, onde reivindicações como respeito e justiça são apresentadas. A afetividade passa a ser então influenciada pelas ações do meio.
A relação entre afetividade e inteligência também é um tema abordado por Wallon. Segundo Dantas:
“O ser humano foi, logo que saiu da vida puramente orgânica, um ser afetivo. Da afetividade diferenciou-se, lentamente a vida racional. Portanto, no início da vida, afetividade e inteligência estão sincreticamente misturadas, com predomínio da primeira.” (DANTAS, 1992, p. 90)
A construção de vida do sujeito passa então a ser constituída por alternâncias entre a dimensão afetiva e a dimensão cognitiva, não se dando separadamente. Cada conhecimento adquirido independentemente de em qual dimensão o sujeito se encontra, será adicionado normalmente no outro, significando assim que para a afetividade se desenvolver, ela precisa do conhecimento alcançado pela dimensão cognitiva, e reciprocamente.
A construção do Eu, é outro tema encontrado neste capitulo, e depende primordialmente do outro para sua formação. Para Dantas:
“A construção do Eu é um processo condenado ao inacabamento: persistirá sempre, dentro de cada um, o que Wallon chama de “fantasma do outro” [...] Controlado, domesticado normalmente o “outro” pode irromper nas patologias, oferecendo o quadro das personalidades divididas. Mesmo dentro da normalidade, estados passionais momentâneos, cansaço, intoxicação, podem borrar as fronteiras precárias que separam o mundo interno do mundo externo.” (DANTAS, 1992, p. 95)
A personalidade do indivíduo se torna assim, segundo Dantas, eclética, já que o sujeito como ser social, se torna capaz de atribuir-lhe diferentes funções e ocupações no meio. Em um grupo social específico, o sujeito pode ocupar lugar de líder, e no outro ser apenas irrelevante.
Finalmente, pode-se considerar as teorias de Henri Wallon bastante complexas, já que o termo de psicogenética era para muitos, desconhecido. Se tornando comum a todos apenas após as discussões em sala. Juntamente com os conhecimentos adquiridos pela leitura de Piaget e Vygotsky, fica explícito, que tais autores, ligadamente com suas teorias, serão de grande utilidade para a formação e prática do psicólogo.
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