A FUNDAMENTAÇÃO TEORICA
Por: MARIRCARDOSO • 18/2/2016 • Dissertação • 989 Palavras (4 Páginas) • 561 Visualizações
FUNDAMENTAÇÃO TEORICA.
O Serviço Social nasce em um contexto da eclosão da questão social, da desigualdade entre as classes sociais. Para Martinelli, a origem do Serviço Social como profissão, tem a marca do capitalismo, e da contradição entre o capital e o trabalho. Com o decorrer do tempo, o Serviço Social se estrutura ganhando espaço no mercado de trabalho.
Diante disso, o Serviço Social na década de 40 se apropria das Ciências Sociais e se colocar afrente da matriz positivista, em vista disso, amplia seus referenciais teóricos metodológicos e se legitima como profissão. Sendo assim, o Serviço Social ao longo de sua trajetória se apropria de varias correntes filosóficas dentre elas a Fenomenologia e o Marxismo. No entanto o presente texto irá abordar a linha Fenomenológica, por conta que nas experiências vivenciadas ao longo do trabalho, observamos que a Assistente Social do Ministério Público em suas atividades faz uso das categorias Fenomenologia.
Porém a grande questão o que seria a Fenomenologia?
Fenemonologia é uma ciência que se ocupa da descrição e classificação dos fenômenos da consciência, O principal autor dessa teoria é Edmund Husserl (1859-1938), que exerceu grande influência na filosofia contemporânea.
A forma de acesso que o observador tem para penetrar nos objetos vividos ou “noemas” é a EMPATIA, e esta é indispensável para que se pratique a entrevista numa abordagem fenomenológica.
Segundo Anésia Carvalho (1991), o que a fenomenologia quer é liberar o nosso olhar para a analise do vivido, tal como ele é vivido. Nessa analise dar-se-á a significação intencional do vivido que, pela sua presença em pessoa, permite-nos ter uma intuição significativa e compreensiva, Anésia foi buscar a inspiração para o seu trabalho na fenomenologia existencial francesa de Maurice-Ponty, e não em Husserl, ale apresenta com grande clareza e felicidade o pensamento deste autor e a sua aplicação na pratica de entrevista em Serviço Social.
A fenomenologia faz a leitura dos fenômenos, ela acolhe algo que lhe é apresentado, que se faz presença “em carne e osso”. Alem de fazer a descrição dos correlatos noéticos-neomáticos, ou seja, dos correlatos sujeito-objeto, a fenomenologia se preocupa em mostrar como se dá a constituição de sentido pelo sujeito, ou seja, no dizer de Merleau-Ponty, como o sentido se faz pelo e para o homem no entrecruzamento de suas experiências mediatizadas pelo corpo próprio, pela coexistência com os outros homens, pela ação que empreende na práxis histórico-social-politica, pelos sentimentos e afetos que vivencia incluindo-se neste a sexualidade etc. Esta tentativa de compreender o homem situado, engajado, incarnado é que caracteriza a vertente existencial de Merleau-Ponty, tão bem apresentada por Anésia.
A FENOMENOLOGIA E O SERVIÇO SOCIAL
Segundo Macedo (1986), na busca de renovação dos esquemas operativos do Serviço Social, alguns de seus profissionais procuram assumir em suas proposições, como orientação metodológica, uma atitude fenomenológica.
A INFLUÊNCIA DA FENOMENOLOGIA NO SERVIÇO SOCIAL BRASILEIRO.
Iniciou-se em programas de pós-gradua-ção, principalmente na PUC do Rio de Janeiro e na PUC de Porto Alegre.
Segundo Brandão (2006), a fenomenologia introduz a visão existencial no trabalho social, proporcionando a aplicação da teoria psicossocial. Na fenomenologia, o Serviço Social se realiza através da intervenção social ou tratamento social. Trata-se de um procedimento sistemático onde se desenvolve um processo de ajuda psicossocial, o qual é realizado através de um diálogo que deve levar a mudanças, partindo das experiências da pessoa, grupo e comunidade.
CONTRIBUIÇÕES DA FEOMENOLOGIA PARA O SERVIÇO SOCIAL.
A partir dos princípios: diálogo, pessoa e transformação social, Neste sentido, a fenomenologia vai trabalhar com a compreensão do ser como pessoa usando o diálogo como o instrumento adequado à sua intervenção profissional. Trata-se de uma proposta onde se busca conceituar o sujeito como pessoa, o reconhecimento de sua condição humana e não na condição de oprimido, alienado ou desajustado.
Segundo Brandão (2006), o assistente social passa a fazer parte da realidade, sendo o instrumento para o desenvolvimento social, estando presente nos processos sociais. A intervenção social vai orientar e transmitir a estratégia para a execução desse novo modelo de prática e/ou operacionalização da técnica. Através da intervenção, o Assistente Social provocará o desenvolvimento de uma consciência teórica que visa assegurar participação e/ou criação de novos mecanismos de cooperação mútua. Essa consciência teórica deve ser entendida como compreensão humanizada do mundo, de si mesmo e das implicações últimas do seu ser no mundo, integrado ao contexto, considerado sujeito ativo, que compreende e critica conscientemente sua realidade, sendo esta condição básica para sua conscientização. O assistente social busca compreender o sentido da existência humana, analisar as relações estabelecidas pelo homem como ser social. Cada relação é essencial para o Serviço Social, para sua intervenção, pois é na relação com os homens que sua prática ocorre. É na relação de ajuda que se realiza o encontro com o outro, dando um sentido, uma significação à vida, que deve levar a uma transformação, que, em última análise, é a finalidade da intervenção realizada pelo Assistente Social.
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