A Politicagem e Serviço Social
Por: leonanoliveira • 26/6/2019 • Trabalho acadêmico • 2.333 Palavras (10 Páginas) • 159 Visualizações
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DA CARA SUJA A CARA LAVADA: O SERVIÇO SOCIAL E AS CONTROVÉRSIAS DA POLITICAGEM.
Leonan Santos Oliveira[1]
Resumo
O presente artigo busca analisar as controvérsias da Politicagem, apontando os mecanismos desta pratica e seus malefícios no que diz respeito a garantia dos direitos das classes menos favorecida e seus reflexos na atuação do Assistente Social. Para esta analise, primeiramente foi construído um perfil da concepção da politicagem em si, por conseguinte, buscou-se aprofundamentos no termo da violação de direitos dos cidadãos, ambos as categorias analisadas pela ótica da controvérsia ao que não se configura política. Assim, apontam-se os principais problemas enfrentados pelos cidadãos e profissionais do Serviço Social. Observou-se neste trabalho que o agente político interfere de forma direta na garantia dos direitos dos cidadãos e na execução do trabalho do assistente social, dificultando assim, o exercício da cidadania, contrapondo o seu dever enquanto político quando a sua politicagem se correlaciona em detrimento a beneficiar os seus correligionários.
Palavras-Chaves: Política, politicagem, Serviço Social.
1. Introdução
Sabemos que a politicagem (atuação política de interesse pessoal) é uma prática visível na sociedade, não obrigatoriamente em nomenclatura como citada, porém sempre ganha grandes proporções nos períodos eleitorais, contudo, é notório que a politicagem é um fenômeno presente em todos os dias na sociedade, essa que é uma política de interesses pessoais, de troca de favores, ou de realizações ‘insignificantes. Neste sentido, a politicagem pode interferir na atuação do Assistente Social, na efetivação dos direitos sociais e no exercício da cidadania dos indivíduos.
A politicagem é entendida no jargão popular como à “política suja”, que inclui o abuso de poder e perseguição política com a compra de votos, os esquemas de corrupção, os desvios de dinheiro público para benefícios próprios e a utilização ilícita da máquina pública com fins eleitorais. É uma política inglória e miserável, movida pelo desejo de abusar do poder. Onde políticos, utilizam de manobras arbitrárias para coagir eleitores a fazer as vontades dos agentes políticos, essas que não se limitam apenas a eleição, mas as práticas ao longo do ano, que reflete na perseguição dos eleitores, funcionários e cidadãos.
Existe um grande empobrecimento nas diferenças entre política e “politicagem”, ambas não dizem respeito às mesmas responsabilidades tampouco as mesmas ações, na medida em que uma trata de algo que incentiva boa conduta, responsabilidade e respeito para com quem a pertence como uma organização. A outra destrói os princípios legais da administração pública ocasionando uma avalanche de problemas na gestão e agravando a questão social, ou seja, os problemas sociais como: fome, miséria, violência, dentre outros. (IAMMAMOTO, 2010)
Sendo assim, através de levantamentos bibliográficos relacionada à temática, foi possível apontar alguns problemas enfrentados pelo Serviço Social na execução de seu trabalho, motivado pela politicagem e seus “politiqueiros” (políticos) na sociedade brasileira, que certamente, impede a concretização da atuação profissional como prevê Código de Ética do/a Assistente Social, Lei 8.662/93 de Regulamentação da Profissão instrumento histórico norteador da profissão. (Código de Ética do/a Assistente Social, Lei 8662/93, 1993, p. 23)
2. A politicagem
É imprescindível ressaltar a essência da politicagem detalhado no decorrer histórico e compreender o perfil invertido da política caracterizando a politicagem como uma inexistência da política em sua natureza exatamente com a implantação de comportamentos estapafúrdios racionais ou irracionais concretizados nas técnicas abusivas de poderes individuais e coletivos onde, “Os princípios de justiça são escolhidos por trás de um véu de ignorância. (RAWLS, 2008, p.15)
Identificar a palavra politicagem é essencial para a continuidade da compreensão da temática em foco. Sendo assim, embasado nas análises antigamente traçadas, seguiremos de política para análise da politicagem. Montarroyos (2012) define a politicagem filosoficamente como sendo,
[...] um desvio ético do poder, configurado a partir do interesse de um ou mais indivíduos politiqueiros, que se auto-organizam com a intenção de obter vantagens privativas do poder público, provocando por causa desse comportamento inúmeras externalidades negativas para a sociedade como um todo - através da injustiça, desordem, instabilidade, violência e descrédito, entre outras modalidades antidemocráticas e desumanas, que prejudicam a confiabilidade do cidadão nas instituições públicas responsáveis pela defesa dos interesses de sua própria comunidade. (MONTARROYOS, 2012 p. 48)
Para tal, Montarroyos (2012) trata de uma releitura analítica da obra “Política” de Aristóteles, com objetivo de estruturar os princípios que caracterizam a estrutura da teoria do conhecimento do programa de pesquisa da politicagem ao longo do tempo, esclarecendo assim, um conjunto de idéias relacionadas ao termo política.
É possível observar que a própria descrição do termo politicagem proposto por Montarroyos (2012) dá pressuposto para a compreensão do termo em questão, podendo compreender a politicagem também como um fenômeno, essencialmente politiqueiro, que utiliza forças psicológicas, econômicas, eleitoreiras e a intimidação com a finalidade de propagar o medo, ora para fins de sustentação de determinado poder atuante, ora instigada por chefias não pertencentes diretamente ao governo, mas visando futuro ligamento aos políticos.
A política é formada também de atividades formais e informais que são “adotadas num contexto de relações de poder e destinadas a resolver, sem violência, conflitos em tornos de questões que envolvem bens e assuntos públicos” (PEREIRA, 2009, p. 91). Com tal característica, a política em seu modo clássico é relacionada as eleições, aos votos. Por esse motivo, Pereira (2009, p.90) diz que “a política é uma arena de conflitos de interesses”.
É importante esclarecer que existe um agente propagador da politicagem esse que é denominado "politiqueiro" é para aclarar o entendimento do termo, Montarroyos (2012) conceitua o politiqueiro como: [...] um animal paradoxal. Apresenta versatilidade ontológica para combinar vícios e virtudes simultaneamente no poder com a única intenção de garantir o seu interesse pessoal ou de quem esteja representando.
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