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A Resenha Feminismo

Por:   •  10/11/2019  •  Resenha  •  528 Palavras (3 Páginas)  •  162 Visualizações

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Heleieth Iara Bongiovani Saffioti, uma renomada socióloga marxista traz uma clara opinião acerca das mulheres na sociedade, abrangendo assuntos como dominação-exploração, movimentos de resistência, violência de gênero, legitimação social, patriarcado, poder, raça e etnia.

Heleieth usa o conceito de dominação-exploração e divide em duas dimensões o processo de sujeição de uma categoria social, sendo elas: a dominação e a exploração. Sendo a dominação simbólica, conceituada por Bourdieu, uma visão androcêntrica, que visa sua legitimação. Assim, a própria dominação é citada como violência. Neste contexto, traz à tona a contribuição das mulheres para a produção da violência de gênero, em seus sensos comuns, onde não é possível ter uma relação de cumplicidade com homens. Pontuando o quanto é difícil para uma mulher romper uma relação amorosa sem o auxílio externo.

Segundo ela, o gênero está longe de ser um conceito neutro, carregando uma dose de ideologia, patriarcal que mascara a uma estrutura de poder desigual entre homens e mulheres e ressalta: “Assim, se gênero é um conceito útil, rico e vasto, sua ambiguidade deveria ser entendida como uma ferramenta para maquiar exatamente aquilo que interessa ao feminismo: o patriarcado, como um fato inegável para o qual não cabem as imensas críticas que surgiram”.

Ela afirma que nem todo o conhecimento é determinado pelas lentes do gênero, por esse motivo, é possível existir o movimento de resistência ao processo de exploração-dominação, e aponta que mecanismos de resistência estão sempre presentes. Na leitura é possível notar como Saffioti é capaz de demonstrar a ilusória neutralidade dos valores considerados universais, assim como o uso político de diferenças biológicas e normatizações acerca de uma marca genital, a fim de se manter um pensamento machista e andrógino das diferenças sexuais.

Abordando violência contra a mulher, intrafamiliar, de gênero, domésticas, etc., e fazendo a análise ao ‘femicídio’, que é um fenômeno muito recorrente nos tempos atuais da qual nada mais é, de acordo com ela, a feminização da palavra homicídio. Já que, na sociedade patriarcal atual há uma forte banalização da violência, assim, homens podem exercer a exploração-dominação com o apoio de certas partes da sociedade, trazendo a normalização de homens maltratarem suas esposas, assim como pais e mães maltratam seus filhos, criando-se um ciclo.

Trazendo várias pontuações e questionamentos de paradigmas culturais, científicos e críticas a naturalização das várias formas de violência contra o gênero em geral e relações sociais entre o feminismo e o masculino em uma forma hierarquizada, em busca de desnaturalizar o senso comum acerca da sexualidade, nos faz entender que o conceito de gênero está mais relacionado a ideologia que o patriarcado, uma vez que o conceito de patriarcado antecede o conceito de gênero.

Partindo do princípio da vida, teoria cientifica, o sexo pertenceu apenas à esfera biológica, e a partir da criação da humanidade, foram sendo construídas as representação do feminino e do masculino, passando a ganhar significado esta diferença social, principalmente na esfera do poder. A impossibilidade das mulheres escapar dessa irraização que veio crescendo acerca do ser mulher. Mas a partir deste texto que traz a esperança, principalmente para a leitora, de que é possível transformar o patriarcado em menos tempo do que foi necessário para construí-lo.

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