A SISTEMATIZAÇÃO DO TRABALHO SOCIAL
Por: carolbrito23 • 29/3/2017 • Resenha • 2.845 Palavras (12 Páginas) • 340 Visualizações
CAPÍTULO 05
A SISTEMATIZAÇÃO DO TRABALHO SOCIAL
PERSPECTIVA GERAL DA ANÁLISE
O Serviço Social ou Trabalho Social alternativo define-se em relação a uma contribuição ao processo de libertação que implica uma transformação do sistema da dominação e na construção de um projeto racional dessa mesma transformação.
Nesse sentido a prática da libertação implica uma ruptura com o empirismo e o funcionalismo tanto como método quanto como ideologia.
Essas respostas ou a busca dessas respostas alternativas implica também repensar a própria dinâmica do sistema de dominação na sua globalidade. Nessa perspectiva, a sociedade existe como um equilíbrio, sendo o desequilíbrio uma disfunção.
Mas a correção, a reintegração, a readaptação, a rearticulação dos elementos se fazem em função de uma concepção de ordem e de eficiência que se definem pelo equilíbrio geral do processo.
PROCESSOS DE RUPTURA
A sistematização significa o movimento de conhecimento que se vincula à construção de categorias que estruturam a partir da própria dinâmica da realidade que se transforma.
A vivência, as problemáticas, as situações, tornam-se matéria-prima para a reflexão e uma elaboração sistemática, à medida que são teoricamente dinâmicas. No esquema positivista postula-se a exterioridade radical do sujeito em relação ao objeto enquanto no esquema aqui proposto a realidade e conhecimento se transformam dialeticamente. As relações de saber e conhecer são relações de poder, e a sistematização dialética implica uma ruptura dessas relações.
Na sistematização dialética, a s experiências , as lutas cotidianas, devem então ser traduzidas em categorias que ampliem, critiquem, contestem a informação sobre o imediato ao contrario do dogmatismo, que tudo quer explicar por generalizações universais.
Essa transformação de sistematização se realiza no processo de cooperação e luta, exigindo-se, portanto que a representação se transforme em comunicação e informação.
É com os problemáticos particulares das camadas populares que trabalham os profissionais da área social, e para a transformação e a análise dessa problemática é necessárias mediações abstratas e visualizações concretas que possibilitem a comunicação entre os homens.
ESTRUTURA E ESTRATÉGIA SISTEMÁTICA
O s recursos são situados em relações de poder e se tornam objeto de análise complexa num processo de luta, de disputa, em que o receptor, o usuário, o beneficiário é visto numa relação de força. Conhecer essa força para desenvolvê-la é tarefa da sistematização.
Essa sistematização objetiva, pois, de profissionalizar e estabelecer uma aliança entre o saber técnico e o saber popular para avançar as lutas, a transformação da realidade concreta de dominação.
O trabalho social de transformação exige a constante reflexão teórica no engajamento com a prática da transformação.
CAPÍTULO 06
ESTRATÉGIAS PARA A AÇÃO
O Serviço Social como profissão vive hoje na América Latina um momento crucial. Ou se renova ou tenderá a ser superada pela própria realidade como um idealismo impregnado de boas intenções, reflexão observada em nossos países através das manifestações acontecei-as em seminários e congressos exigiram a reestruturação permanente dos currículos das Escolas de Serviço ou Trabalho Social.
CIÊNCIA E TÉCNICA SOCIAL
Precisamos refletir sobre o problema da relação entre ciência e técnica e sua repercussão na atividade profissional do Serviço Social, assunto que gera debates e divide opiniões entre os trabalhadores sociais e alguns autores. Pois para uns o Serviço Social é uma tecnologia e para outros uma etapa científica.
O Serviço Social como profissão moderna começou a ser sistematizado com a contribuição de Mary Richmond a partir do simples voluntariado assistencialista, por meio de sua teorização do diagnóstico social das situações individuais ou familiares.
Os métodos empregados pela ciência e pelo Serviço Social estão em correlação com o desenvolvimento das ciências e das lutas ideológicas, assim, a assistência e a preocupação com uma tecnologia social estão relacionadas com a própria dinâmica da sociedade capitalista.
Nas instituições predominam os modelos tecnocráticos segundo os quais os profissionais devem ser os executantes de uma política determinada por altos escalões administrativos. Nessa perspectiva de ruptura entre as diferentes visões, a atuação profissional coloca-se na mediação entre forças sociais e de forma comprometido com uma delas na solução de problemas.
A RELAÇÃO MEIO-FIM NO TRABALHO SOCIAL
O estabelecimento do fim e dos objetivos profissionais supõe uma análise das condições em que se realiza a própria atuação. O desenvolvimento do saber sobre seu próprio saber e das condições de produção levou os agentes profissionais a situar-se em relação à dominação política e ideológica das classes dominantes por oposição às classes subalternas. As funções do Serviço Social não se fundam, portanto, numa simples sociologia ou numa historiografia, mas numa análise das forças em presença no desenvolvimento global da sociedade.
A AÇÃO PROFISSIONAL
A discussão do problema metodológico não se pode isolar das considerações feitas sobre a complexidade social, as relações de poder e a situação dos atores profissionais na instituição. O trabalho social possui um ciclo operacional e não se contenta em ser somente descritivo, mas também prescritivo, ou seja, com previsão, controle e avaliação dos resultados. Os aspectos quantitativos e qualitativos do diagnóstico apresentam-se de acordo com a lógica institucional de intervenção. A análise da causalidade passa a ser feita a partir do contexto complexo contraditório e estruturado.
As contradições específicas de cada problema devem ser combinadas às contradições globais, que são resultados de um processo histórico, e que isso se reflita na análise e na estratégia.
OS ATORES
É comum, na análise do Serviço Social, considerar somente os atores em presença e suas respectivas estratégias individuais. Os profissionais seriam atores desinteressados, altruístas, na perspectiva funcionalista, ou simples executante numa perspectiva de análise institucional. A presença constante da análise do cotidiano do trabalho social é que vai desvelar atores e contradições, contradições e atores, na dialética da transformação.
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