Faculdade de Serviço Social – FSSO
Por: Pamy R • 21/6/2019 • Monografia • 693 Palavras (3 Páginas) • 127 Visualizações
Universidade Federal de Alagoas – UFAL
Faculdade de Serviço Social – FSSO
Oficina em Estágio I
Pamela Rafaele de Oliveira Santos
5ª período diurno
ORTIZ, Fátima Grave. Serviço Social e Ética: a constituição de uma imagem social renovada. Ética e Direitos: ensaios críticos. Coletânea nova do Serviço Social. Rio de Janeiro, Editora Lumen Juris, 2009.
A autora inicia o texto sustentando a tese de que o Serviço Social no Brasil é reconhecido socialmente e possui traços sócio-históricos além de outros elementos incorporados atualmente, que se vinculam a profissão, baseando-se na defesa dos direitos humanos e nos interesses da classe trabalhadora.
Dando continuidade a sua explanação, Ortiz cita o fato do Serviço Social possuir marcas de sua origem que se restringe ao fato da profissão ser confundida com caridade e que isso incide tanto no exercício quanto na formação profissional.
Ortiz cita a questão da ética na profissão, trazendo exemplos de como a profissão deveria zelar pelo indivíduo e sua família, que por sua vez era considerado o objeto fundamental do desenvolvimento humano. Cabia o homem dominar seus instintos e paixões para viver em sociedade, colaborando para a construção do bem comum; caso contrário deveria submeter-se a um tratamento capaz de devolvê-lo a serenidade de forma que viesse a progredir.
Segundo Ortiz, como o assistente social intervém cotidianamente na vida do usuário e sua família, será ele que buscará efetivar as mudanças de comportamento do usuário em um processo denominado ajustamento, fazendo com que as expressões da questão social sejam transformadas em disfunções que careçam de tratamento.
Em meados dos anos 80 de acordo com a autora, o Serviço Social no Brasil entrou em um processo de amadurecimento e renovação. Além do compromisso social com a classe trabalhadora, buscava-se também uma nova base de legitimidade. Ao buscar essa aliança, era necessária a participação de profissionais e suas entidades na luta pela reconstrução da democracia brasileira, onde houve importantes avanços na afirmação de uma nova postura profissional, o que propiciou uma nova concepção da profissão.
A autora enfatiza o então chamado “salto qualitativo” vivenciado pela profissão nos anos 80, que culminou na construção de uma auto-imagem, tornando-a uma especialidade do trabalho coletivo, inscrita na divisão social e técnica do trabalho, com seus sujeitos profissionais sendo assalariados, e deste modo submetidos à lógica do capital, dando-lhes condições de trabalhos objetivas e subjetivas. Com essa nova articulação, houve a constituição do currículo mínimo de 1982, que possuía limitações, mas que engendrou anos mais tarde as atuais diretrizes curriculares em 1996, além da renovação política do CFAS/CRAS, que instituiu o novo Código de ética e a nova lei de regulamentação da profissão.
Para Ortiz, a condição de assalariamento do assistente social não se apresenta como um entrave e sim como matéria, tendo em vista que será no enfrentamento dos limites existentes no mundo do trabalho que o profissional irá se desenvolver. Segundo Ortiz, na conjuntura atual que é marcada pelo aprofundamento da crise capitalista e pelo esgarçamento de suas relações políticas e socioculturais, o contexto de disputa de projetos profissionais no Serviço Social brasileiro tende a se consolidar e isso irá depender do grau de disposição das forças dos combatentes.
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