Filme “Daens um grito de justiça”
Por: scharlana • 24/4/2017 • Trabalho acadêmico • 730 Palavras (3 Páginas) • 714 Visualizações
ROTEIRO: Filme “Daens um grito de justiça”. Direção: Stijin Conenx; Bélgica, 1992.
A segunda metade do século XIX é marcada pela consolidação do sistema de produção capitalista através da Revolução industrial, período este que apresentou grande avanço tecnológico e científico, o qual refletiu significativamente não somente nas relações trabalhistas, concomitante a configuração social, uma vez que o êxodo rural foi importantíssimo para o início da era industrial. Sob essa nova configuração socioeconômica, homens, mulheres e crianças de todas as idades, para sobreviverem, viam-se obrigados a vender o único bem que lhes restavam: sua força de trabalho.
Em Daens um grito de justiça, as articulações do mundo capitalista, representada pela igreja, burguesia e Estado, visava riqueza sob qualquer perspectiva. Diante disso, o padre Adolf Daens, ao contrariar ideais burgueses é acusado de incitar a violência e o caos social ao defender a causa trabalhista, apesar de sensibilizar uma camada social insatisfeita com a situação social e laboral e adquirir aliados, uma vez que o trabalho de crianças, mulheres, homens e jovens era rigidamente vigiado e controlado por essas instituições. Dessa forma, Daens foi alvo de inimigos capitalista, como na era da Revolução Francesa no qual representantes religiosos e estatais nutriam interesses comuns em busca de poder social, que seria alcançado com a dominação socioenômica, em virtude do lucro exacerbado as custas do povo trabalhador, e que foram alvos da luta do proletariado ao reconhecer as faces do sistema econômico vigente explicito no livro “Serviço Social :Identidade e alienação” de Maria Lúcia Martinelli.
Dessa forma, a ascensão e ambição capitalista promoveu contrastes sociais, em busca do lucro e da alienação. Em consequência disso, a humanização no cotidiano do trabalhador tornava-se cada vez mais escassa, a desigualdade, falta de assistência social e trabalhista, formação de aglomerados urbanos e a insuficiência de serviços como saúde e garantias trabalhistas àqueles que vinham para cidade e viviam em condições desumanas, trabalhando muitas horas e alimentando-se de forma inadequada, ao passo que a remuneração não era recíproca, enquanto a burguesia gozava de riquezas, fazendo jus ao ditado popular: “uns com tanto e outros com tão pouco”.
Nesse sentido, as cenas do filme confirmam a questão social desigual no cotidiano das personagens, entretanto, significava a dura realidade das famílias de classe baixa da época. Em face a esse fato, os indivíduos viviam em situação precária, além disso, as crianças tinham que trabalhar junto de seus pais para garantir o mínimo de alimento para suas residências, obtendo frequentemente capital suficiente para comprar apenas batatas; passavam muita fome e por vezes havia a necessidade de roubar para poder se alimentar, como na cena do filme em que o menino Jefke tentou roubar a carne de um tigre e foi morto pelo animal.
E como se não bastasse a luta pela sobrevivência pela falta de condições básicas para que um indivíduo realize suas funções vitais e esteja apto para realizar o trabalho de forma saudável, por exemplo, a insegurança e o desrespeito imperavam na sociedade burguesa do século XIX. Muitos eram mortos nas fábricas pelas máquinas, principalmente
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