Na Pratica a Teoria é Outra?
Por: miriansophia • 4/5/2015 • Seminário • 955 Palavras (4 Páginas) • 530 Visualizações
Cláudia Mônica Dos Santos
Na Prática a Teoria é outra?
2.3 Instrumentos e Racionalidade Emancipatória
É aqui que autora situa os instrumentos e técnicas como elementos que constituem os meios, bem como a aplicação dos meios, estreitamente articulado aos fins e, por isso, aos elementos que compõem esses processo: teoria, ética e politica.
Tanto a teoria, a ética e a politica são indissociáveis da escolha dos meios, com na busca dos meios para tornar ato uma finalidade, são necessários instrumentos e, portanto habilidade em seu uso.
Aplicar os meios requer conhecer os instrumentos, ter habilidades para utilizá-los, capacidade para criá-los e escolher os mais adequados às finalidades postas.
A autora afirma que teoria não gera instrumentos próprios, a relação possível entre teoria e instrumentos é que a teoria empresta à prática o conhecimento da realidade, a qual é o objeto da transformação. Nesse sentido, se a teoria não oferece os instrumentos e técnicas propriamente ditos, ela pode oferecer subsídios para que eles sejam escolhidos, criados e utilizados.
São destacados dois grandes âmbitos da teoria que remetem, através de mediações á escolha e à operacionalização dos instrumentos e técnicas. São eles:
1. O âmbito da análise das tendências estruturais da ordem burguesa e da compreensão da dinâmica dos fenômenos com os quais se deparam os profissionais em sua prática cotidiana;
2. O âmbito da teleologia, ou seja, da projeção, da finalidade.
No primeiro âmbito a teoria é entendida com um “ instrumento para compreender com maior profundidade, riqueza e amplitude os fenômenos da vida” (Lukács, 1978, p.163). Tem por missão propiciar o conhecimento do conteúdo da atividade prática, ou seja, ela possibilita compreender até que ponto determinada atividade prática está contribuindo para a construção da história humana, ajudando a conhecer o verdadeiro potencial da prática.
O que a teoria oferece é a capacidade de pensar sobre os conteúdos postos pela população, sobre os significados das diversas expressões da questão social que chegam até o profissional e que são objetos de intervenção. Para isso, é preciso pensar a intervenção, estudar o fenômeno com processo e indicações que possam subsidiá-la.
No segundo âmbito a importância da teoria se revela aqui por oferecer a possibilidade de compreensão dos aspectos sócio-históricos que interferem nas condições e nas relações de trabalho, bem como nas condições de vida da população, possibilitando a construção de propostas de trabalho que venham ao encontro das reais demandas posta pelo público, que busca por serviços sociais, e que seja coerentes com os limites e possibilidades impostos pela profissão.
De posse dessa demanda, a partir da compreensão da realidade, do conhecimento da instituição com a qual se trabalha, o profissional tem condições de escolher e criar os instrumentos e as técnicas mais adequados àquela situação e de buscar forma de operacionaliza-los, de maneira que ajude a se aproximar das finalidades ideais do inicio da ação, transformando-as em finalidades reais.
Ou seja, o manuseio do instrumento não dispensa orientação teórica, ele implica uma conhecimento teórico.
A partir da análise da realidade, que é fundamental para uma intervenção com competência, devem ser projetados, construídos e utilizados instrumentos de intervenção que poderão contribuir com os objetivos a atingir, tendo em vista as condições concretas para isso.
Se atentos a isso, o uso dos instrumentos não está obrigatoriamente a serviço de uma práxis manipulatória. A práxis manipulatória é considerada limitada do real quando se torna o tipo predominante de práxis humana, pois dificulta a apreensão do significado da práxis, principalmente quando se trata de atividades cujos objetos são sociais.
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