Na pratica a teoria é outra?
Por: Jéssyca Soares • 22/6/2019 • Artigo • 479 Palavras (2 Páginas) • 224 Visualizações
Serviço Social : temas, textos e contextos / Valeria Forti, Yolanda Guerra, coordenadoras e organizadoras da série. – 5. ed. rev. e ampl. – Rio de Jneiro : Lumen Juris, 2016.
Aluna: Jessyca Laryssa Soares Silva
“Na Prática, a Teoria é outra?”
Valeria Forti
Yolanda Guerra
No capítulo “Na prática a teoria é outra?” das autorias Valéria Forti e Yolanda Guerra fazem uma reflexão sobre um grande dilema do exercício profissional do assistente social: o julgamento de que na prática a teoria não é da mesma forma que lhe é colocada durante a formação. Porém, o profissional não deve se deixar levar por essa afirmação falsa. Dessa forma, há um desafio em se formar profissionais que tenham a capacidade de identificar e compreenderem a complexidade das demandas que lhe são postas.
O texto nos mostra que os profissionais geram variadas respostas à perspectivas teórico-metodológicas, ético-políticas e tecno-operativas. Podemos apreender que essas três dimensões do exercício profissional não são inseparáveis e se completam na prática, mostrando que uma não é mais importante que a outra. Portanto, é imprescindível que haja uma teoria que permita ao assistente social perceber a tradução dos principais dilemas nas particularidades do Serviço Social, e suas expressões na competência profissional. A realidade complexa exige profissionais que deem respostas as demandas e compreendam seus significados sociais. Portanto, há um desafio de formar profissionais que possuam um olhar crítico sobre a realidade, se fazendo necessária uma visão de totalidade. Assim, o profissional deva responder às demandas do mercado, mas não limitar sua prática profissional apenas a isso.
O capitalismo fortaleceu a lógica da separação entre teoria e prática. Espera-se que as teorias sociais sejam como procedimentos que sejam capazes de serem aplicáveis na realidade e dando respostas imediatas.
“Para o pragmatismo, a verdade fica subordinada à utilidade, entendida esta com eficácia ou êxito da ação do homem, concebida esta última, por sua vez, como ação subjetiva, individual, e não como atividade material, objetiva, transformadora. (VÁZQUEZ, 2007, p.242)
As autoras nos colocam alguns questionamentos como “qual é o papel da teoria para uma profissão interventiva como o Serviço Social?”.
No Serviço Social pode-se perceber a aproximação equivocada à diversas teorias sociais, em que muitas delas são antagônicas ao projeto profissional, dando respostas ao sistema capitalista. Portanto, é clara a necessidade da competência do assistente social frente aos desafios e contradições que ele enfrenta na realidade.
Assim, há uma real necessidade de investimento na compreensão certa do conceito de teoria para uma profissão interventiva, reconhecendo a relevância dos momentos de apropriação teórica para a inserção qualificada do assistente social nos espaços sócio-ocupacionais dando respostas efetivas às demandas sociais.
Como afirma Lukács,
“[...] a sua atividade se reduz a sustentar a práxis no sentido imediato. Se a ciência não pode ou, talvez, conscientemente não quer ir além deste nível, a sua atividade se transforma em uma manipulação dos fatos que interessam aos homens na prática” (1988:103).
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