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O Caso Família Flores

Por:   •  3/11/2017  •  Trabalho acadêmico  •  747 Palavras (3 Páginas)  •  1.548 Visualizações

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CASO FAMÍLIA FLORES

A família Flores é composta por dona Vilma (62 anos), mãe de Sérgio (27 anos), Rony (35 anos) e João (30 anos). A complexa situação de vida na qual a família se encontra chegou à equipe do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) através de vizinhos e não por demanda espontânea da família. Rony é o único que não vivia desde sempre com a família,  está residindo no município com a mãe e os irmãos há mais ou menos um ano e meio.

O CAPS acessou a família e constatou que todos moram juntos numa pequena casa, isolada no alto de um morro, de pouca vegetação e muita terra. O primeiro contato foi marcado por uma falta de entendimento por parte da mãe, que afirmava que não precisavam de ajuda. A moradia, bem pequena, é composta por 3 cômodos, dentre os quais não há clara distinção entre quarto, cozinha, sala e banheiro. Este localiza-se ao lado de fora da casa, sem encanamento de água e esgoto. Rony dorme numa barraca de camping, no quintal.

Sobre a casa, os vizinhos dizem ser comum considerável desorganização e condições insalubres. De fato, não havia geladeira, então algumas panelas ficam com comida estragada, no mesmo cômodo onde há duas camas e um monte de roupas sujas. No quintal, é possível observar grande quantidade de lixo e sujeira. Sérgio costumava ter crises que não duravam muito tempo; estas eram caracterizadas por enorme confusão mental, com conflitos entre ideias opostas e uso abusivo de drogas diversas (cachaça, maconha e cocaína). Também relata, no meio do seu discurso confuso,  sua insatisfação com a moradia, dizendo que a família vive em condições precárias sem precisar, pois agora recebem a pensão do falecido pai, que era oficial de justiça.

Sérgio é muito inteligente, terminou o segundo grau e chegou a fazer a prova do ENEM, pois pensa em cursar uma faculdade, além de saber tocar violão. Dona Vilma apresenta crises que variam desde episódios maníacos, nos quais aparece um delírio com forte conteúdo místico-religioso, a episódios depressivos, de severa prostração e isolamento dentro de casa.

João também apresenta momentos de crise, nas quais faz uso abusivo de diversas drogas, e se coloca em situações de risco. Porém, também é muito inteligente e geralmente está trabalhando, e algumas vezes, até recebe promoções. Mas seu vínculo laborativo fica prejudicado em seus momentos de crise, pois tem dificuldades de manter o trabalho.

Certa vez, Vilma foi à Unidade de Saúde da Família de referência para a sua residência, para aferir a pressão. Chegou lá dizendo que acreditava que os deuses hindus energizaram sua circulação para que ela pudesse salvar a humanidade, e ela estava ali no posto para verificar se sua pressão estava realmente mais alta, como ela acreditava que deveria estar. No entanto, ao ter sua pressão arterial aferida, a técnica de enfermagem disse à dona Vilma que estava tudo controlado, que não havia nenhuma alteração. Dona Vilma insistiu em dizer que isso não era possível, pois ela se sentia energizada. Nisso, a técnica de enfermagem também insisitiu em dizer que estava tudo sob controle, que ela deveria ficar calma e ir pra casa, pois jamais conseguiria salvar a humanidade. Dona Vilma ficou bastante alterada, e sentiu-se afrontada, dizendo que nunca mais compareceria à Unidade.

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