O trabalho do Assistente Social no campo da educação: desafios, limites e possibilidades
Por: ThalitaGozi • 1/7/2019 • Resenha • 877 Palavras (4 Páginas) • 522 Visualizações
- "O trabalho do Assistente Social no campo da educação: desafios, limites e possibilidades":
A educação no Brasil se fundou sob bases elitistas e classistas, com viés religioso, e o acesso a esta era bastante restrito. Nesse contexto, a educação adentra o século XX ainda sobre as mesmas bases da era imperialista, entretanto, a partir das décadas seguintes, passa a absorver diversas mudanças.
Em 1961 foi instituída a Lei de Diretrizes e Bases estabelecendo que o ensino no Brasil pudesse ser fornecido tanto pelo setor público quanto pelo setor privado em todos os níveis. Em 1996, acontece um marco na educação do Brasil com a Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) inscrita na Constituição Federal /1988, que define e regulariza o sistema educacional brasileiro, tendo como um dos seus objetivos, a colaboração nas atividades acadêmicas e profissionais dos educadores, estudantes e demais trabalhadores desta área.
Nesse sentido percebe-se que assim como outras políticas sociais a educação foi marcada por avanços e recuos. O fato do Brasil importar modelos europeus, inclusive no que se referia a atuação do Serviço Social fez com que “a profissão se realizasse como imediatista, assistencial, caritativa, missionária, clientelista e beneficente” (UNITINS, 2011).
A falta de acesso e a dificuldade de integração ao sistema educativo, o isolamento da escola em relação à comunidade, a violência cultural e o desconhecimento das características da vida cotidiana das comunidades, configuram um sistema educacional autoritário e promotor da exclusão social.
Temos então um abismo entre universos culturais diferentes: de um lado a chamada cultura oficial determinada por currículos, conteúdos e a cultura letrada dos acadêmicos e do outro, pessoas que vivem uma vida de trabalho e esforço, em sua maioria sujeitos as barreiras dos problemas sociais, mas que possuem um acumulo de experiências vivenciais, crenças e conhecimentos dados através de uma realidade diferente e que devem ser valorizados.
Vemos também que nosso sistema educacional fez com que a população relacionasse sempre a educação com a escola e que esta é a única alternativa para formação dos indivíduos e que deve ser frequentada durante o período da infância e da juventude, aos adultos e aos “desistentes” que perderam o curso normal da vida escolar, a oportunidade de educar-se passa e só há o recurso de acostumar-se com o fracasso. Em vista dessa situação, a educação comunitária, inúmeras vezes apresentou-se como mais do que uma estratégia da educação, uma ação educativa viável para promover a transformação da realidade de seu público alvo.
SIRVENT (1984) define a educação comunitária como “um campo teórico de princípios e hipóteses que pretende enfrentar a realidade da pobreza e de pobreza extrema da América Latina. Permite explorar novas estratégias da ação educativa e cultural tendentes a transformação da realidade. Essa transformação é percebida propriamente, como uma elevação da qualidade de vida dos setores populares mais carentes”.
Considerando que a escola é um lugar onde emergem vários conflitos, por se tratar de um espaço comum a seres únicos, e em fase de desenvolvimento, devem lançar olhares atentos e diferenciados. Isso significa reservar um tempo maior no sentido de possibilitar aos alunos que ele demonstre seus medos, anseios, suas habilidades e sonhos, proporcionando uma maior interação entre o meio onde vive e o espaço novo frequentado.
Com esse efeito, a necessidade de serem equacionadas e atendidas as carências apresentadas, como também os inúmeros problemas de natureza familiar que interferem em seu pleno desenvolvimento pessoal e social. Para esse processo entre aluno e a escola e entre a escola e a família, deve haver um agente facilitador que tenha habilidades e competências. Esse meio irá proporcionar a escola a entender melhor a realidade do aluno. Esse profissional através de uma relação estabelecida irá proporcionar um ambiente de confiança mutua, para que as intervenções surtem efeito.
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