TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Resumo capitulo 1 Ecomonia Política

Por:   •  6/6/2015  •  Resenha  •  2.593 Palavras (11 Páginas)  •  710 Visualizações

Página 1 de 11

RESUMO DO LIVRO: ECONOMIA POLÍTICA- UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA

A Economia Política aborda questões ligadas diretamente a interesses econômicos e sociais. Suas teses e conclusões estão sempre conectadas a interesses de grupos e classes sociais.

- A Economia Política Clássica

A Economia Política passou a ser reconhecida como corpo teórico apenas nos 20 anos iniciais do século XIX, o que não significa que ela só se constituiu com tal na entrada desse século.

Ao longo dos séculos XVII e XVIII, acumulou-se conhecimentos que estruturariam a Economia Política. Isso se deu, como resultado da contribuição de pensadores como Petty, na Inglaterra e Boisguillebert, na França. A Economia Política Clássica começa com esses pensadores, e vai de meados do século XVIII aos inícios do XIX, e termina com Ricardo, na Inglaterra e Sismondi, na França.

A teoria da Economia Política, em Smith e Ricardo( maiores representantes da economia política clássica), apresenta duas características centrais:

  1. Se refere à natureza dessa teoria: centrando a sua atenção nas questões relativas ao trabalho, ao valor e ao dinheiro, interessava à Economia Política compreender o conjunto das relações sociais que estava surgindo na crise do Antigo Regime(feudalismo)- e naquelas questões se explicitavam as transformações em curso na sociedade. Os clássicos da Economia Política almejavam compreender o modo de funcionamento da sociedade que estava nascendo nas entranhas do mundo feudal; por isso, ‘Ela’ se erguia como fundante da teoria social, um elenco articulado de ideias que buscava oferecer uma visão do conjunto da vida social.
  2. Relaciona-se a o modo como seus autores trataram as principais categorias e instituições econômicas (dinheiro, capital, lucro, salário, mercado, propriedade privada, etc): eles as entenderam como categorias e instituições naturais que, uma vez descobertas pela razão humana e instauradas na vida social, permaneceriam eternas e invariáveis na sua estrutura fundamental.

Em resumidas contas, a Economia Política clássica expressou o ideário da burguesia no período em que esta classe estava na vanguarda das lutas sociais, conduzindo o processo revolucionário que destruiu o Antigo Regime. Lukács considerou-a a “maior e mais típica ciência nova da sociedade burguesa”.

- A crise da Economia Política clássica

Entre os anos 20 e 40 do século XIX desenha-se a crise e a dissolução da economia Política clássica. Nessas décadas, altera-se a relação da burguesia com a cultura ilustrada de que se valera no seu período revolucionário, o chamado Programa da Modernidade.

A cultura ilustrada condensa um projeto de emancipação humana, resumido na célebre consigna liberdade, igualdade, fraternidade. Entretanto, a emancipação possível sob o regime burguês não é a humana, mas somente a emancipação política. A liberdade jurídica esbarrou sempre num limite absoluto que é próprio do regime burguês: nesse, a igualdade jurídica nunca pode se traduzir em igualdade econômico-social – e, sem esta, a emancipação humana é impossível.

Portanto, a Revolução Burguesa, conduziu a uma ordem social muito mais livre que a anterior, mas que continha limites insuperáveis à emancipação humana, devendo-se ao fato de a revolução resultar numa nova dominação de classe – o domínio de classe da burguesia.

Instaurando o seu domínio de classe, a burguesia renuncia aos seus ideais emancipadores e converte-se numa classe cujo interesse central é a conservação do regime que estabeleceu, convertendo-se em classe conservadora.

O movimento das classes sociais, entre as décadas de 20 e 40 do séc. XIX, mostra um novo cenário de confrontos: entre a burguesia conservadora e o proletariado revolucionário.

Em 1848, a burguesia abandona os principais valores da cultura ilustrada e ingressa no ciclo da sua decadência ideológica; a herança ilustrada passa às mãos do proletariado, que se situa como sujeito revolucionário.

É  nesse contexto que se compreende a crise da Economia Política clássica, ocasionada pela conversão da burguesia em classe conservadora. Na medida em que expressa os ideais da burguesia revolucionária, a Economia Política clássica torna-se incompatível com os interesses da burguesia conservadora.

Uma observação para indicar a incompatibilidade da economia Política clássica com os interesses da burguesia convertida em classe dominante e conservadora trata-se do modo como aquela enfrentou o problema da riqueza social: para os clássicos, o valor é produto do trabalho. A teoria clássica do valor-trabalho que fora uma arma da burguesia na crítica ao Antigo Regime, torna-se agora uma crítica ao regime burguês: nas mãos de pensadores vinculados ao proletariado, a teoria do valor-trabalho serve para investigar e demonstrar o caráter explorador do capital em face do trabalho. Os clássicos puderam desenvolver a teoria do valor-trabalho porque pesquisavam a vida social e econômica a partir da produção dos bens materiais, e não da sua distribuição.

O que resulta da dissolução da economia Política clássica são duas linhas de desenvolvimento teórico: a investigação conduzida por pensadores vinculados à ordem burguesa ( onde, a antiga expressão é substituída por Economia) e a investigação realizada por pensadores vinculados ao proletariado (com Marx à frente, se referindo à antiga expressão como crítica da Economia Política).

A Economia vai se desenvolver no sentido de uma disciplina científica especializada. Analisa, preferencialmente, os fenômenos da circulação, privilegiando o estudo da distribuição dos bens produzidos entre os agente econômicos.

- A crítica da Economia Política

Karl Marx, de 1844 até sua morte, dirigiu seus esforços para contribuir na organização do proletariado para que este, rompendo com a dominação de classe da burguesia, realizasse a emancipação humana.

Ele considerava que a ação revolucionária seria tanto mais eficaz quanto mais estivesse fundada numa teoria social que reproduzisse idealmente o movimento real e objetivo da sociedade capitalista. Na medida em que o sucesso da ação revolucionária da classe operária depende do conhecimento verdadeiro da realidade social, o ponto de vista que se vincula aos interesses do proletariado é exatamente aquele que favorece a elaboração de uma teoria social que dá conta do efetivo movimento da sociedade.

...

Baixar como (para membros premium)  txt (17.5 Kb)   pdf (90.3 Kb)   docx (18.2 Kb)  
Continuar por mais 10 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com