Vida Cotidiana Caráter Ético e Moral
Por: liza1009 • 4/11/2018 • Pesquisas Acadêmicas • 2.552 Palavras (11 Páginas) • 163 Visualizações
- Vida cotidiana(vivência de valores, elementos que suspendem a vida cotidiana)
- Caráter histórico da moral(como os valores se modificam através da história)
- Discorrer sobre senso moral; consciência moral, consciência ética, ética. ( o que é senso moral?(obra do Vázquez) Como se dá a construção do sujeito ético? (Obra da Chauí)
A vida cotidiana é a vida do homem inteiro, é repetitiva e heterogênea é nela que aprendemos as nossas necessidades práticas, a vida cotidiana se configura por ser: Pragmática, acrítica (sem grandes reflexões e problematizações), alienada, lugar do “eu singular” que apesar de singular , é também genérico (o ser humano) e também particular ( onde expressa-se a singularidade). É na vida cotidiana que realizamos atividades corriqueiras e de autopreservação . Podemos chamar de vida cotidiana as atividades rotineiras. Atividades comuns que compõem nosso dia a dia como, trabalhar, estudar, encontrar os amigos, conversar, etc. A vida cotidiana apresenta dualidades, o ser humano se mostra ao mesmo tempo controlador e controlado.
As atividades cotidianas são muito mais automatizadas do que conscientes. Elas produzem insatisfação porque há a manipulação, as pessoas sentem-se excluídas da sociedade e para fazerem parte da mesma são levadas a adquirir os objetos comercializados. Também proporcionam segurança, acomodando o indivíduo em uma rotina, impossibilitando-o de enfrentar o novo. A vida cotidiana é heterogênea e hierárquica, pois segue uma ordem de acordo com as necessidades básicas do indivíduo.
A vida cotidiana não é alienada necessariamente, em consequência de sua estrutura, mas apenas em determinadas circunstâncias sociais. O cotidiano propicia que o indivíduo se perceba somente como ser singular; ele põe em funcionamento todas as suas capacidades, paixões e motivações, coloca-se inteiro, mas somente no âmbito da singularidade, ou seja está abaixo do nível necessário às atividades orientadas às objetivações genéricas. Isso porque a cotidianidade se move em função do critério de utilidade prática das ações e não do desvelamento de seu significado.
Vivência de valores
A valoração de um objeto supõe a sua existência material concreta : seu valor corresponde a sua práxis que o transformou em algo novo que corresponde às suas necessidades e, como tal, é bom, útil, belo, etc. Mas os valores se desdobram em múltiplos significados . Exemplo: uma faca existe em função de suas propriedades materiais , é útil porque corta os alimentos , mas também pode matar, ou seja é valorado positiva ou negativamente dependendo das circunstâncias.
O caráter objetivo dos valores sempre correspondem a necessidades e possibilidades sócio-históricas dos homens, em sua práxis. Podemos falar de valores éticos, estéticos, científicos, religiosos e de categorias orientadas de valor, tais como: o bem, o mal, belo e feio, verdadeiro e falso, sagrado e profano. Ao mesmo tempo , as ações são sempre orientadas por categorias de valor, em geral, por mais de uma. Os Valores direcionam o comportamento humano e governam todas as nossas decisões. Os costumes são baseados em valores. São estados emocionais que damos importância e que buscamos vivenciar mesmo que de forma inconscientemente
Cada pessoa possui valores individuais e intransferíveis. A consciência do certo ou errado e suas próprias convicções, ideais, opiniões sobre as pessoas e bens materiais, que influenciam e manifestam nos relacionamentos sociais. Como não existe verdade absoluta, o que é certo para um, pode ser errado para o outro, porque os valores são trazidos do berço, ou seja, são construídos na relação primeira da criança. Na infância, os pais ensinam os primeiros passos e as primeiras palavras, e no decorrer da existência vão evoluindo, adquirindo a maturidade que possibilita crescimento e desenvolvimento da personalidade. Os primeiros valores são aprendidos na relação familiar; amor, segurança e felicidade, ou o contrário, depende da qualidade da relação.
O que é a elevação ao humano genérico ?
Suspensão da realidade, Se faz portanto como uma reflexão crítica , é um reconhecimento enquanto sujeito humano , ou seja suspende o processo de alienação . Isso se dá através da mediação da consciência , conseguindo alcançar uma práxis, fazendo uma reflexão. É o emprego de toda a nossa força para nos elevarmos através da consciência – reflexão crítica , permite ao homem o reconhecimento como representante do gênero humano, supondo a supressão da alienação. Exemplos de atividades de suspensão : arte, criatividade, escolhas conscientes, transformar, escolher , valorizar de forma consciente, o trabalho, a ciência, a filosofia, a política e a ética.
Caráter histórico da moral
Por moral entendemos um conjunto de normas e regras destinadas a regular as relações dos indivíduos numa comunidade social dada, o seu significado, função e validade não podem deixar de variar historicamente nas diferentes sociedades. Assim como umas sociedades sucedem a outras, também as morais concretas, efetivas, se sucedem e substituem umas às outras. Por isso, pode-se falar da moral na antiguidade, da moral feudal própria da Idade Média, da moral burguesa na sociedade moderna, etc. Portanto, a moral é um fato histórico e, por conseguinte, a ética, como ciência moral, não pode concebê-la como dada de uma vez para sempre, mas tem de considerá-la como um aspecto da realidade humana mutável com o tempo. Mas a moral é histórica precisamente porque é um modo de comportar-se de um ser - o homem - que por natureza é histórico, isto é, um ser cuja característica é a de estar-se fazendo ou se autoproduzindo constantemente tanto no plano de sua existência material, prática, como no de sua vida espiritual, incluída nesta a moral.
A moral interfere nos “papéis” sociais donde sua caracterização como um modo de ser, um ethos que expressa a identidade cultural, de uma sociedade, de uma classe, de um estrato social, num determinado momento histórico. Ontologicamente considerada a moral é uma relação entre o indivíduo singular e as exigências genérico-sociais. A moral contém uma série de potencialidades emancipadoras: é uma expressão da capacidade autolegisladora do ser social; supõe a doção de valores, a escolha entre eles; torna o indivíduo responsável pelos seus atos , amplia sua consciência , estabelece vínculos sociais, propicia um exército de autonomia , entre outros.
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