A Erosão do Serviço Social
Por: kekaribeiro • 10/9/2015 • Pesquisas Acadêmicas • 2.108 Palavras (9 Páginas) • 291 Visualizações
A erosão do Serviço social “tradicional” na América Latina.
A crise do Serviço Social “tradicional”, no entanto, esteve longe de configurar-se como um processo restrito às nossas fronteiras. Em verdade, vindo à tona nos anos sessenta, ela é um fenômeno internacional.
A sua análise crítica tem sido não casualmente, uma análise do essencial das vertentes teóricas e ideológicas mais relevantes do século XX. Cabe, entretanto, assinalar alguns núcleos problemáticos que, especificamente em relação ao Serviço Social, podem responder pelos traços gerais da erosão da legitimação das suas formas até então consagradas, e em escala mundial; não se trata mais que de um mapeamento, cujo objetivo limita-se a acentuar o que indiscutivelmente incidiu sobre a profissão.
Em primeiro lugar, a revisão crítica que se processa na fronteira das ciências sociais. Os insumos “científicos” de que historicamente se valia o Serviço Social e que forneciam a credibilidade “teórica” do seu fundamento com a chancela das disciplinas sociais acadêmicas viam-se questionados no seu próprio terreno de legitimação original. Segundo vetor que intercorria no processo era o deslocamento sociopolítico de outras instituições cujas vinculações com o Serviço Social são notórias: as Igrejas – a católica, em especial e algumas confissões protestantes.
No caso do credo romano, estas mudanças são flagrantes durante o pontificado de João XXIII e afetarão o Serviço Social por todos os lados no quadro da formação (sensibilizando setores docentes por outras vias menos vulneráveis às pressões sociais), no quadro da ação (mediante a sua relação com as militâncias laicas e suas “obras sociais”). A expressão desse processo erosivo que mais nos interessa, por razões que serão vistas adiante, foi a que se explicou na América Latina a partir de 1965.A evolução do movimento de conceptualização, que como tal se exaure por volta de 1975, vai explicar esta heterogeneidade – patente na sua elaboração e nos confrontos teóricos que pôde propiciar, dissipando completamente a ilusão de unidade que marcou a sua emersão. O primeiro deles refere-se à relação com a tradição marxista. É no marco da conceptualização que, pela primeira vez de forma aberta, a elaboração do Serviço Social vai socorrer-se da tradição marxista – e o fato central é que, depois da conceptualização, o pensamento de raiz marciano deixou de ser estranho ao universo profissional dos assistentes sociais.
No curso das modificações sociopolíticas que se produzem na transição dos anos sessenta ao setenta, mais se explicitam os cortes e as colisões no seu interior, distinguindo com fronteiras muito visíveis os segmentos profissionais modernizantes, daqueles que apostavam numa ruptura com as práticas e as representações do Serviço Social “tradicional”. Já nos primeiros anos da década de setenta, estas fronteiras não podem mais ser veladas – e boa parte dos modernizantes, quase todos vinculados ao reformismo desenvolvimentista, se demarcava intencionalmente do outro polo renovador.
As Direções da Renovação do serviço Social.
Renovação da profissão e a erosão das formas Tradicionais
As direções intrínsecas do processo de renovação do Serviço Social- Direções que serão estudadas particularmente na sequência da nossa argumentação. Desenvolvimento da reflexão profissional durante o período de Vigência e crise da Autocracia burguesa no Brasil.
Na pesquisa deste processo de renovação, no âmbito da auto representação do serviço Social Submetemos a Cuidadoso exame a parcela mais significativa da literatura profissional.
Este exame a partir do qual detectamos as mencionadas direções intrínsecas Revelou o processo de renovação configura um movimento cumulativo, com estágios de dominância Teóricos- Culturais e vá política distinta, porém entrecruzando- se e sobrepondo-se donde a dificuldade de qualquer esquema para representa-lo.
Um cenário de em que se registram três momentos No primeiro momento, o impulso organizador é praticamente monopolizado pelas iniciativas do CBCISS( Centro Brasileiro de Cooperação e Intercâmbio de Serviços Sociais) que então abre a série dos seus importantes Seminários de Teorização no segundo
Verifica- se especialmente a Objetivação das inquietudes sistematizada no âmbito dos cursos de pós-graduação
No terceiro, acresce-se a estas duas fontes alimentadoras a intervenção de organismo ligada as agências de formação (ABESS) Categoria profissional. As direções da Renovação do Serviço Social no Brasil.
O movimento Global desses momentos parciais oferecem desenho nítido: A Renovação que se inicia Neste processo, rebatem tanto o peso novo que vão adquirindo as agências de formação de formação de formação postas a sua inserção acadêmica.
Três direções principais constitutivas precisamente do processo de renovação.
A primeira direção conforma uma (perspectiva modernizadora) para as concepções profissionais- Um esforço no sentido de adequar o Serviço Social, enquanto instrumento de intervenção inserida no arsenal de técnicas sociais e ser operacionalizado no marco de estratégias de desenvolvimento capitalista.
Seus Grandes monumentos, sem duvida são os textos dos seminários de Araxá e de Teresópolis – Revelar –se á um eixo de extrema densidade no envolver da reflexão profissional: Não só continuara mobilizando energias nos anos seguintes como, especialmente, mostrar-se a aquele vetor de Renovação que mais fundamente vincou a massa da categoria profissional.
A formulação da perspectiva modernizadora.
A perspectiva modernizadora constitui a primeira – sob todos os aspectos – expressão do processo e renovação do Serviço Social no Brasil, Emergente desde o encontro do Porto Alegre, em 1965, ela encontra a sua formulação afirmada nos resultados do primeiro “Seminário de Teorização do Serviço Social”, promovido pelo CBCISS na estância hidromineral de Araxá (MG), entre 19 e 26 de março de 1967, e se desdobra os trabalhos do segundo evento daquela série, também patrocinado pelo CIBISS e efetivado entre 10 e 17 de janeiro de 1970, em Teresópolis (RJ), o Documento de Araxá e o Documento de Teresópolis podem perfeitamente ser tomados como a consolidação modelar da tentativa de adequar as representações profissionais do Serviço Social às tendências sociopolíticas que a ditadura tornou dominantes e que não se punham como objeto de questionamento substantivo pelos protagonistas que concorreram na sua elaboração.
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