A IMPORTÂNCIA DA PSICOLOGIA NAS OFICINAS DA UNATI/PUC/GOIÁS: EXPECTATIVAS E SATISFAÇÃO
Por: mariavpg • 7/4/2016 • Relatório de pesquisa • 5.323 Palavras (22 Páginas) • 221 Visualizações
A IMPORTÂNCIA DA PSICOLOGIA NAS OFICINAS DA UNATI/PUC/GOIÁS: EXPECTATIVAS E SATISFAÇÃO
Elenice Rodrigues de Morais Andrade[1]
Marli Bueno de Castro[2]
Ivone Félix de Sousa[3]
Resumo
Em um país onde a expectativa de vida encontra-se em crescimento, é importante pesquisar acerca dos fatores que contribuem para melhorar a qualidade de vida dos idosos. O presente estudo tem como objetivo investigar como as oficinas de psicologia contribuem com desenvolvimento da qualidade de vida dos estudantes matriculados na UNATI PUC Goiás. O estudo consistiu-se de um estudo de campo, com vinte e cinco alunos matriculados nas cinco oficinas de psicologia, atendendo a amostragem representativa de no mínimo 10% da população que frequenta estas oficinas. Foram utilizados como instrumento de avaliação, dois questionários aplicados em momentos distintos: um que mensura as Expectativas dos alunos quanto às oficinas e outro que avalia o nível de satisfação com estas oficinas de psicologia. Pode se dizer que as oficinas de psicologia da UNATI da PUC Goiás se constituíram como importantes na formação qualidade de vida do idoso, trazendo benefícios como o desenvolvimento do autoconhecimento, do controle do estresse e ser capaz de mudar a forma de pensar, e na resolução de conflitos.
Palavras-chave: oficinas de Psicologia, qualidade de vida, terceira idade, expectativas, satisfação.
INTRODUÇÃO
A primeira universidade voltada para a população idosa “Universidade do Tempo Livre” foi criada na década de 1960, na França. Os objetivos eram retirar os idosos do isolamento, ocupando a vida deles e favorecendo as relações sociais entre eles. A proposta, nesta época, era voltada para atividades ocupacionais e lúdicas, compreendendo que a universidade deveria voltar sua atenção aos idosos, propiciando-lhes atividades intelectuais, artísticas, físicas e de lazer. (CACHIONI, 2003).
Em 1973,a “Universidade do Tempo Livre”se estruturou na Universidade de Toulouse, como Universidade Aberta à Terceira Idade (UNATI).No Brasil, o interesse por esta temática se fez presente e assim, buscou-se as primeiras experiências com a educação e cultura com idosos. Foi no SESC de São Paulo, em 1963, por iniciativa de sua equipe técnica, que a primeira escola aberta à terceira idade foi instituída. Esta escola foi criada a partir das experiências dos centros de convivência existentes na instituição SESC (SILVA, CANDEIASet al. 2011).
Acompanhando o crescimento e desenvolvimento social do idoso, no século XXI, as pessoas com 60 anos ou mais vão representar mais de 20% da população mundial. No Brasil, o percentual de pessoas idosas tem aumentado consideravelmente nas últimas décadas. De acordo com os novos cálculos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida dos brasileiros é atualmente de 72,7 anos e o número de idosos tende a ser crescente e chegará a 18 milhões de pessoas em 2017. Diante desse cenário, torna-se cada vez mais urgente estabelecer políticas públicas e mecanismos para melhorar a qualidade de vida dessas pessoas, hoje precária para a grande maioria (TONI, 2011).
Já em 1986, Haddad ressaltou que a educação permanente nas Universidades para Terceira Idade constitui a chave para chegar e viver uma velhice feliz, saudável, ativa e com capacidade para combater preconceitos e discriminações, solucionar problemas que atingem os idosos, trabalhados numa perspectiva de educação libertadora. Dentro desse contexto, surge a gerontologia como ciência que se encarrega de estudar o envelhecimento humano no aspecto social. (BEAUVOIR,1990).
Uma das formas de buscar a qualidade de vida é por meio das UNATIs, assim, Instituições de Ensino Superior (IES), por meio das UNATIs, desempenham papel fundamental na definição de como será o futuro brasileiro no que se refere à velhice. Os objetivos de cada UNATI são definidos a partir das especificidades das regiões onde estão inseridas, mas com o foco em comum, o de conhecer o processo de envelhecimento do ser humano para contribuir na promoção do sujeito que envelhece e provocar transformações sociais na conquista de uma velhice bem sucedida (TONI, 2011).
Foi com interesse de estabelecer a qualidade de vida das pessoas da terceira idade que a Organização Mundial de Saúde (OMS) cunhou o conceito de “Envelhecimento Ativo” (Active Aging), formalmente apresentado na Segunda Assembleia Mundial do Envelhecimento em Madrid no ano de 2002. O termo “Ativo” se refere à continuidade de participação do idoso na vida social, cultural, espiritual, cívica, não se restringindo apenas à aptidão para participar da força de trabalho. O conceito sugere que sejam instituídas políticas de Direitos Humanos que priorizem a independência, participação, dignidade e acesso a cuidados (assistencialista) respeitando os direitos de igualdade, de oportunidades e de tratamento. Neste termo, considera-se a responsabilidade dos idosos por exercerem suas participações nos processos políticos, social, comunitário à medida que há manutenção da autonomia (capacidade de tomar decisões pessoais) e independência (realizar funções relativas à vida diária) (TONI, 2011).
Atualmente, as UNATIs desenvolvem ações de ensino, pesquisa e extensão, atividades fins de toda Instituição de Ensino Superior, atendendo de forma direta a pessoa idosa, o que reflete diretamente na aquisição da qualidade de vida, na inserção social e na manutenção da autonomia da pessoa idosa. Por meio destas atividades de extensão, capacitam-se recursos humanos para atuarem, com qualidade e competência, no trabalho com idosos, além de possibilitar a realização de pesquisas que contribuem para qualificar suas ofertas, prospectar novas clientelas, detectar novas demandas sociais e subsidiar as políticas públicas, numa postura a priori (TONI, 2011).
Os cursos e projetos das UNATIs orientam-se para estimular a pessoa idosa a desenvolver atividades de participação na vida social, econômica, política e cultural, promovendo também a solidariedade entre as gerações e a troca de experiências entre jovens e idosos, permitindo o desenvolvimento pessoal, coletivo e a sua reinserção social. Portanto, o foco principal das UNATIs é promover a participação, autonomia e integração do idoso para uma melhor qualidade de vida (OLIVEIRA, SCORTEEGAGNA, 2011).
Beauvoir (1990) ressalta:
Para a velhice não ser uma irrisória paródia de nossa experiência anterior, a saída é continuar a perseguir fins que deem um sentido à vida com dedicação ao indivíduo, a coletividade, para que esse retorno volte sobre nós mesmos. A vida conserva um valor enquanto atribuímos valor a vida dos outros, através do amor, da amizade, da indignação, da compaixão (p.661).
Mesmo antes da sanção da política Nacional do Idoso (Lei 88422/94) e do Estatuto do Idoso (Lei 10741/03), no ano de 1992, a pontifícia Universidade Católica de Goiás, por meio da Universidade Aberta para Terceira Idade (UNATI), tem trabalhado a fim de proporcionar ao idoso uma educação continuada como projeto extensionista.
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