A Inserção do Serviço Social no Terceiro Setor

A Inserção do Serviço Social no Terceiro Setor

Na década de 1970, a sociedade mundial estava passando por uma grande crise no capitalque teve sua expressão com o projeto Neoliberal. Passava também por um processo de transformaçãosocial, tanto na área da tecnologia como na inovação dos processos de produção pois com a crise do capitalismo houve um desgaste nos modos de produção Fordista e Taylorista, assim nasceu o modo Toyotista.

[...] é marcada por um confronto direto com a rigidez do fordismo. Ela se apóia na flexibilidade dos processos de trabalho, dos mercados de trabalho, dos produtos e padrões de consumo. Caracteriza-se pelo surgimento de setores de produção inteiramente novos, novas maneiras de fornecimento de serviços financeiros, novos mercados e, sobretudo, taxas altamente intensificadas de inovação comercial, tecnológica e organizacional. (HARVEY apud ANTUNES, 1995, p. 21).

Já no Brasil com o Regime Militar, houve-se uma necessidade por parte da sociedade civil de mobilização para enfrentar as regras que o Militarismo impunha no país. Essas mobilizações eram compostas por integrantes da classe proletária que com essas mudanças em nível mundial e nacional, se viram totalmente prejudicadas com estes acontecimentos, assim, houve a necessidade de um mediador entre a classe trabalhadora e as classes empresariais e estatais, dai, começa o surgimento do Assistente Social no Âmbito das associações e dos movimentos sociais, hoje denominado com o termo “Terceiro Setor” que surgiu nos Estados Unidos em 1978, John D. Rockefeller III idealizou e ajudou a consolidar este conceito.  Já no Brasil, este termo surgiu através da Fundação Roberto Marinho. Este termo foi apresentado mundo a fora através de empresas e intelectuais ligados à burguesia. Sobre o surgimento dotermo “Terceiro Setor”, MONTAÑO comenta que:

Surgiu na década de 80, numa construção teórica, com a preocupação de certos intelectuais ligados a instituições do capital por superar a eventual dicotomia público/privado? Teria data anterior, nas décadas de 60 e 70, com o auge dos chamados “novos movimentos sociais” e das “organizações não-governamentais”? Seria uma categoria vinculada às instituições de beneficência, caridade e filantropia, dos séculos XV a XIX(ou no Brasil, com as Santas Casas de Misericórdia, Cruz Vermelha etc.)? Sua existência data da própria formação da sociedade, conforme os contratualistas analisam?(2007, p.55).

Nesta época começou a surgir no país os primeiros sindicato, associações e movimentos, como por exemplo o MST (Movimento Sem Terra), CUT( Central Única dos Trabalhadores) CPT ( Comissão Pastoral da Terra), entre outras.

Já na década de 1990, começou surgir uma nova fase para os movimentos sociais e para o terceiro setor. A sociedade se sentia acuada pela mundialização e financiação do Capitalismo e a reforma do Estado, mas essa fase também tinha seus pontos positivos com a criação de conselhos e com a abertura de diálogos entre o governo e a sociedade.

 A inserção do Profissional de Serviço Social no âmbito do Terceiro Setor surgiu partir de uma reflexão das formas que a sociedade Civil Brasileira vinha se comportando nas diferentes fases históricas do país e de sua relação com o Estado e outras organizações sociais.O trabalho que o Serviço Social exerce é o pilar principal para o funcionamento deste setor e mostra um diferencial de trabalho, pois é uma profissão que domina as politicas públicas e tem um olhar perceptivo sobre as questões sociais que este setor atende, além de ser um profissional que atua também de forma coletiva com outros profissionais através das equipes multidisciplinares que geralmente existem nas associações ligadas a este setor. Mas ainda existem dificuldades para o profissional de serviço social, pois na maioria das vezes, falta a troca de conhecimento entre os profissionais que fazem parte das equipes multidisciplinares existentes no campo de atuação, e compreensão por parte dos empregadores nesta área.

Percebemos que o trabalho do assistente social perpassa quase todos os campos da entidade, ele é um profissional que desempenha um papel importante, colabora para a coesão da equipe, auxilia na formação dos profissionais que não são de nível superior, assessora a direção e outros profissionais. Assim, podemos concluir que esses assistentes sociais compreendem a importância do trabalho em equipe no desenvolvimento de projetos e buscam agregar à sua prática o conhecimento de outras áreas. Alguns profissionais ainda sentem dificuldades nesse trabalho: Não há troca de conhecimentos e os profissionais trabalham paralelamente. (Silva 2008, p. 148)