A PRÁTICA DO SERVIÇO SOCIAL
Por: Anna Carolina Oliveira • 2/9/2016 • Trabalho acadêmico • 1.971 Palavras (8 Páginas) • 234 Visualizações
1 - INTRODUÇÃO
O objetivo deste trabalho é fazer uma reflexão sobre a prática profissional do Serviço Social e os seus avanços ao longo dos anos. Mesmo com as mudanças a cerca da sua profissão, o assistente social tem na sua práxis o desafio de trabalhar frente às demandas menos favorecidas.
O Serviço Social emergiu no Brasil na década de 1930, para representar a classe burguesa que era ligada a Igreja Católica, em meio a um sistema capitalista. Naquele tempo o objetivo era difundir a doutrina e a ação social da igreja. Outros fatores marcaram a trajetória do serviço, com isto a distancia entre Capital e trabalho foi aumentando.
O serviço social surge então das necessidades de todo o conjunto de expressões das desigualdades sociais, econômicas e culturais e o Estado inicia um processo de implementação de políticas sociais.
Na década de 1960 o referencial teórico começava a ser questionado, com varias mudanças nas áreas econômicas, sociais e políticas diante do capitalismo, foi quando o serviço social começou a matizar tais preceitos a luz da teoria Marxista.
Esta mudança de trajetória teórico-metodológico foi denominada de “Movimento de Reconceituação” aconteceu na época da Ditadura Militar, não podendo ser contestada, a partir daí o profissional do Serviço Social começa repensar e romper (movimento de ruptura) e algumas formas tradicionais que o profissional atuava passou a atuar com os movimentos sociais.
A partir desta década é que ocorreu no ocidente uma expansão de varias organizações, que iam além das organizações formais, através de estratégias, para o desenvolvimento econômico e defendendo os civis e os direitos sociais. Estas organizações são denominadas de Terceiro Setor, que são organizações sem fins lucrativos. A inserção do profissional do serviço social nessas organizações é de grande importância na contribuição de gerenciamento e desenvolvimento institucional e organizacional com um compromisso ético, numa logica técnica e ideopolítica.
2 – DESENVOLVIMENTO
O Serviço Social renovou-se no âmbito de sua interpretação teórico-metodológica e política, com embate no profissional tradicional, adequando a profissão as exigências do tempo, qualificando como uma profissão e legitimada socialmente. A ação do serviço social é de fundamental importância na realidade onde ele vai intervir, atuando para enfrentar as múltiplas faces da questão social.
O profissional de Serviço Social tem na sua trajetória de atividades enfrentar desafios e lidar com a questão social, a base para a sua fundação na especialização de seu trabalho a partir da contradição de uma sociedade capitalista relativo à exclusão social, como princípio formativo e condição central da formação profissional e da relação teoria e realidade.
O profissional de serviço social tem postura investigativa e interventiva, para o desenvolvimento do seu trabalho é necessário que ele conheça a fundo o seu objeto de trabalho, na relação dialética ente investigar e intervir revela-se as possibilidades de ações contidas na realidade, os conhecimentos teórico-metodológico, os saberes interventivos e procedimentos (SANTOS, 2006).
São componentes de fundamentais para o profissional de serviço social que atua sobre a realidade que conduz ao conhecimento conhecer a questão social e suas manifestações no cotidiano dos sujeitos sociais e suas formas de resistência e organização, buscar subsídios e alternativas para o enfrentamento dessa realidade.
Entretanto, apesar desses avanços, o tecnicismo exerceu influência duradoura no Serviço Social. Nos anos 1980 vários depoimentos recolhidos na literatura especializada brasileira informam que a situação da pesquisa nessa área de conhecimento era catastrófica, porque sufocada pelo pragmatismo, pela precária formação universitária e pela falta de curiosidade científica dos assistentes sociais (FALEIROS, 1986; IAMAMOTO, 1987).
Relacionadas a essas atitudes ressaltava-se a falta de espírito crítico da maioria dos profissionais e a existência da velha, mas ainda atual dicotomia entre teoria e prática no desempenho da profissão. Ao longo dos 70 anos do Serviço Social o profissional vem buscando definir e consolidar suas atribuições e competências as quais se encontram, desde 1962, reconhecidas e regulamentadas. O cumprimento delas segundo a Lei n 8662/1993 que exige do assistente social tornar a pesquisa um elemento construtivo do seu trabalho profissional, como precondição no exercício profissional competente e qualificado.
O profissional de Serviço Social enfrenta nas suas atividades o desafio de lidar com as questões sociais relativas á exclusão social. Desta forma quando o profissional insere em organizações ele vive um processo contínuo e dinâmico da ação e na produção de conhecimentos, buscando uma renovação profissional a partir de um projeto ético, em diferentes espaços organizacionais.
Para Carvalho (1999, p. 12), a gestão social é, em realidade, a gestão das demandas e necessidades dos cidadãos. A política social, os programas sociais, os projetos são não apenas canais dessas necessidades e demandas, mas também respostas a ela. O assistente social tem sido reconhecido como o profissional cuja formação aborda aspectos que o possibilitam reconhecer, analisar e dar significado às necessidades sociais apresentadas pelos usuários que demandam ações de análise, planejamento e intervenção.
Discutir política pública e social implica reconhecer os diversos papéis que o Estado assume principalmente o papel regulador da vida em sociedade. Vivemos uma tensão entre a defesa de direitos sociais e a mercantilização dos atendimentos sociais (Iamamoto, 2001). Em relação à tendência da refilantropização mercantilizada, não podemos perder de vista a legislação social.
Segundo Silva (2009), a Lei Orgânica da Assistência Social de 1993 e toda a legislação criada posteriormente a ela, mesmo a que regula a relação das ONGs, implantam a concepção de assistência social como direito. Assim, usuários são vistos como cidadãos, que requerem do estabelecimento de outro tipo de relação além do favor, da caridade e do assistencialismo. As ONGs precisam adequar-se ao novo marco regulatório. "A legislação social é em boa parte responsável por essa mudança cultural da assistência social" (Silva, 2009, p. 54).
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