A origem da acumulação capitalista
Por: sonmelo • 24/3/2017 • Ensaio • 1.419 Palavras (6 Páginas) • 268 Visualizações
CENTRO UNIVERSITÁRIO DO NORTE – UNINORTE
CURSO DE SERVIÇO SOCIAL
ANA LÚCIA AZEVEDO SANTOS
CYNTHIA CRISTINA BARBOSA CASANOVA
DANIELA VINHOTE DOS SANTOS DE OLIVEIRA
LARRANA DOS SANTOS CARNEIRO
MARCICLEI DA SILVA SANTOS
MARIA LETÍCIA MARINHO DE FREITAS
A chamada Acumulação Primitiva
Trabalho solicitado aos discentes do 8º Período do Curso de Serviço Social do Centro Universitário do Norte - UNINORTE, Turma SSN0801, para obtenção de nota parcial na Disciplina de Acumulação capitalista, ministrada pela Profª Márcia Azevedo .
MANAUS
2015
A Assim Chamada Acumulação Primitiva
O texto de Karl Marx, “A assim chamada acumulação primitiva” desvela, segundo a análise do autor, a gênese do sistema capitalista, a qual surgiu em virtude do acúmulo de riquezas ocorrido no período pré-capitalista. O colapso no sistema feudal foi fator preponderante para a germinação e desenvolvimento do sistema vigente. Nas palavras do autor, o objetivo é investigar as causas que permitiram a acumulação primitiva de capitais, “... uma acumulação que não é resultado do modo de produção capitalista, mas sim seu ponto de partida.” (Marx, p.339).
Marx destaca que a acumulação primitiva perpassou por alguns fatores: expropriação do povo do campo, legislação sanguinária contra os expropriados, gênese dos arrendatários capitalistas, mudança da atividade agrícola para indústria, até chegar a gênese do capitalista industrial. Os fatores que proporcionaram o aparecimento de um novo modo de produção, o capitalista.
Entre os fatores citados identificamos características culturais, políticas, econômicas e sociais presentes na estrutura feudal e que permanecem dentro do sistema capitalista revestidos, porém, de outras roupagens.
- Características culturais
A religião – Karl Marx cita um comparativo envolvendo a religião para demonstrar o teor do capitalismo. O autor menciona que a acumulação primitiva desempenha na Economia Política um papel análogo ao pecado original na Teologia.
Segundo a Teologia, Adão mordeu a maça (o fruto proibido), com isso o pecado sobreveio à humanidade, o homem então foi condenado a comer seu pão com o suor de seu rosto. Desta forma, explica-se a atual condição da humanidade, a qual estaria acarretando até hoje as conseqüências dessa desobediência a Deus. Assim também teria ocorrido com a Economia Política, o pecado original econômico deu-se quando os primeiros acumularam riquezas sem que houvesse necessidade disso e os últimos acarretam as conseqüências tendo que vender sua própria pele para sobreviver. Explica-se assim, sua origem contando-a como anedota ocorrida no passado.
Outra característica cultural observada no escrito do autor refere-se a expropriação dos celtas, clãs da região montanhosa da Escócia. Os celtas estavam organizados em clãs, cada um era proprietário do solo em que ocupava sendo o “grande homem” (chefe do clã) o proprietário titular. A atitude do governo escocês foi transformar seu direito de titular do solo em direito de propriedade privada, resolvendo enxotar os membros do clã pelo uso da violência, Marx cita a frieza da duquesa de Sutherland em ocasionar a expulsão de 3000 famílias: Ela dividiu toda a terra roubada do clã em 29 grandes arrendamentos para a criação de ovelhas...” a ponto de cobrar 2 xelins e 6 pences de renda em média por acre , a ser paga por membros do clã, que há séculos, tinham vertido seu sangue em defesa de seus nobres antepassados.” (MARX, p.353-4)
- Características Políticas
Marx apresenta argumentos que perpassam não só as leis econômicas, contudo, as relações de poderes que permeiam toda a esfera de formação da moderna sociedade civil; o Estado em suas formas jurídicas, como principal formulador das leis e de todo o aparato coercitivo, opressor e repressor que pôs em prática a cisão do trabalhador e os meios de produção da sua existência de forma autônoma.
Marx expõe o caráter violento e expropriador do Estado que oprime e responsabiliza o oprimido pela opressão, o confundindo e causando diversos resultados degenerados e até de resistência no convívio social.
Assim, a população rural, expropriada e expulsa de suas terras, compelida a vagabundagem, foi enquadrada na disciplina exigida pelo sistema de trabalho assalariado, por meio de um grotesco terrorismo legalizado que empregava o açoite, o ferro e a tortura. (p. 851)
Que ao lançar uma grande massa da população a mais pura miséria ainda criara recursos para responsabilizar física e moralmente os principais prejudicados neste movimento histórico e ainda não bastando isso
A burguesia nascente precisava e empregava a força do estado, para regular o salário, isto é, comprimi-lo dentro dos limites convenientes à produção de mais-valia, para prolongar a jornada de trabalho num grau adequado de dependência. Temos ai um fator fundamental da chamada acumulação primitivo. p.851
Proibiu-se sob pena de prisão, pagar-se salário acima dos legais, e quem os recebesse era punido mais severamente do que quem os pagasse. (…) A coligação de trabalhadores é considerada crime grave, desde o século XIV até 1825, ano em que foram abolidas as leis contra a coligação dos trabalhadores. p.852
Com a sociedade em partes o surgimento de um movimento operário era coisa de tempo, e ainda com toda esta repressão a classe se movimentou e conquistou alguns direitos, mas ainda amarrada as condições politicas e ideológicas e deficitárias em termos de sua organização politica acabam arrastadas pelo “Grande Partido Liberal”.
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