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AS REDES DE MOBILIZAÇÃO NO BRASIL CONTEMPORÂNEO

Por:   •  22/8/2015  •  Trabalho acadêmico  •  2.777 Palavras (12 Páginas)  •  238 Visualizações

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  • 2. Movimentos Sociais REDES DE MOBILIZAÇÃO NO BRASIL CONTEMPORÂNEO Introdução: Será importante para entendermos o cenário político e histórico no qual os movimentos sociais se encontram implantado, além disso, sua permanência e mudanças em benéfico de uma sociedade, viabilizando forças coletivas em busca de solucionar conflitos emresposta de cada questão social, deste modo, a leitura da primeira parte do livro de Maria da Glória Gohn, possibilitará a compreensão e elaboração dos passos a seguir. Na etapa II, esta atividade irá proporcionar através das pesquisas, leituras e discussões em grupo a criação de um texto o qual possibilitará novos conhecimentos sobre a igualdade dos direitos sociais, onde iremos relacionar a construção da democracia e o papel dos mediadores nos novos movimentos sociais. Igualmente na etapa III, ao desenvolvermos as atividades propostas realizaremos um breve mapeamento dos principais atores sociais responsáveis pelas ações coletivas, indicando as diferenças entre movimentos sociais e ações ou redes de mobilização civis. A Conjuntura e as Categorias que se destacam Destaca-se no livro texto, alguns pontos fundamentais, mapeando e analisando as principais formas de associativismo civil no Brasil, expressas em movimentos sociais, redes de mobilização, associações civis e fóruns. “O contexto atual dos principais movimentos sociais da América Latina é um dos principais debates para discutir suas formas, demandas, identidade que constroem, redes que as estruturam, manifestações culturais e políticas sociais a que se articulam”. (p15) Na América latina, especialmente no Brasil os atuais movimentos que ocorreram na fase do regime político populista, são diferentes dos movimentos ocorridos do final da década de 1970 e parte dos anos 1980(movimentos populares reivindicatórios de melhorias urbanas articulados com pastorais, grupos políticos de oposição ao regime militar etc.), embora muitos dos atuais movimentos sejam herdeiros daqueles dos anos 1980, onde naquela década, dos movimentos, lutavam para ter “ direito a ter direitos. “Os movimentos sociais citam suas características básicas como: possuem uma identidade, têm um opositor e articulam ou se fundamentam num projeto de vida e de sociedade (TOURAINE, 1973).”(p16)
  • 3. Na contemporaneidade, muitos deles apresentam um ideário civilizatório que coloca como horizonte a construção de uma sociedade democrática, suas ações são pela sustentabilidade e não apenas autodesenvolvimento, os movimentos sociais, sempre tem um caráter educativo e de aprendizagem para seus protagonistas. Na atualidade, o elemento novo é a forma e o caráter que estas lutas têm assumido não apenas de resistência, mas de luta por direitos: reconhecimento de suas culturas e da própria existência, redistribuição de terras em territórios de seus ancestrais, escolarização na própria língua, destacando a educação básica das escolas , devido ao potencial dos processos educativos e pedagógicos para o desenvolvimento de forma de sociabilidade e constituição e ampliação de uma cultura política, onde passou a ser uma área estratégica também para os movimentos populares, a exemplo do MST. Ressaltada nos estudos uma grande mudança sobre políticas de parceria do Estado com a sociedade civil organizada, está na direção do foco central da análise: do agente para a demanda a ser atendida. Mesmo distinguindo-se as carências, mas buscando superá-las de forma holística, com olhares multifocais que contemplam raça, ,gênero ,idade etc. passam a ser privilegiados. A influencia do Estado por meio da ação de seus governos, se faz mediante uma retórica que retira dos movimentos a ação propriamente dita, onde essa ação se transforma em execução de tarefas programadas, que serão monitoradas e avaliadas para que possam continuar existir. O novo panorama das políticas públicas cria um deslocamento na questão da desigualdade econômica ,com destaque na renda, passa a ser efetivamente social, com evidencia nas características sociais e culturais dos grupos sociais. O tratamento das desigualdades deve ter como horizonte a igualdade, mas isto é muito difícil numa sociedade tão desigual como a brasileira. Desarticula-se o foco para outro tema: o das diferenças e que não é o mesmo que desigualdade. A diferença reflete a diversidade da espécie e de suas formas de organização política e de expressão cultural. Muitos movimentos sociais que são ações coletivas, de fato tiveram que alterar suas práticas e reivindicações para não ficar á margem da história, atuando segundo certas condicionalidades pautadas pela nova institucionalidade, criada pelas políticas públicas que em casos raros, partiram para ações de resistência via desobediência civil.
  • 4. Compete registrar também que as problemáticas que dão suporte às demandas dos movimentos não limitam apenas ao tema trabalho, condições de moradia e habitabilidade na cidade e no campo; ou justiça, reconhecimento e reparação de identidades socioculturais. Os novos militantes são mobilizados para participarem de ações sociais, estruturadas por agentes do chamado Terceiro setor, ou por agências governamentais, via políticas públicas indutoras da organização popular, como nos conselhos gestores; ou mobilizados pelos fóruns temáticos nacionais, regionais ou racionais onde a presença de antigos e novos movimentos sociais é corrente. Existe solidariedade nas duas ações sociais, de forma diferente: nos movimentos é orgânico-criada por meio da experiência compartilhada de pertencer e vivenciar alguma situação de exclusão. Nas organizações cívicas ela é estratégica instrumental, criada para atingir metas que resolvam problemas sócios de grupos também excluídos economicamente ou culturalmente, a partir de interesse destes grupos, mas que foram desenhados por projeto de agentes externos. As novas alterações na sociedade civil, as novas políticas sociais, do estado, priorizaram o processo de inclusão social de setores conhecido como vulneráveis e excluído das condições socioeconômicas ou direito cultural. O direito cultural é uma luta que vem sendo mais de negros e índios em movimentos sociais e ações coletivas contra a diferenciação e discriminação socioeconômica em parcerias com as ONGs que tem como papel de mediadoras na busca por coesão e de controle social. Em resumo: ações coletivas geradas por movimentos sociais do tipo MST ,Via Campesina ou movimentos indígenas, o movimento negro ou afro descentes têm outro significado e fundamentos neste novo milênio, além das antigas questões pelas quais estes movimentos foram criados. A categoria mobilização social , em décadas anteriores ,sempre esteve subordinada a outras categorias maiores na análise do social, tais como processo, mudança etc. Mas neste novo século, ganha vida, significado e dinâmica própria. Identidade foi outra categoria redefinida, o qual atualmente a identidade tem sido tratada, por analistas e pelos formuladores de políticas públicas, como uma ferramenta em construção.
  • 5. Não se trata da identidade construída na trajetória de um movimento, mas de uma identidade modelada, outorgada, na qual determinados sujeitos sócio- políticos e culturais são mobilizados para serem incluídos. Acreditamos que um movimento social com certa permanência acaba criando sua própria identidade, a partir de suas necessidades e seus desejos, assumindo indicativos com os quais se identifica, outros igualmente carentes, excluídos ou sem direitos, reconhecimento ou pertencimentos. “Na atualidade, a rede social passa a ter, para vários pesquisadores, um papel até mais importante do que o movimento social. Sabemos que rede é uma categoria muito utilizada, com diferentes sentidos constituindo-se até em certo modismo .Ela é importante na análise das relações sociais de uma dado território ou comunidade de significados porque permite a leitura e a tradução da diversidade sociocultural e política existentes nessas relações. A rede social, para alguns, substitui a categoria movimento social, para outros é um dos suportes ou ferramentas dos movimentos, e, para outros ainda a rede é uma construção que atua em outro campo, das práticas civis, sem conotações com a política onde a ideia de público “participante” substitui a de militante, ou cria o ativista etc. Portanto, o uso das redes e estruturas associativistas para resolver problemas decorrentes da má distribuição dos serviços sociais públicos, via a participação daqueles agentes em projetos e parcerias públicas, onde não há autonomia ou horizonte mínimo de emancipação aos participantes. Eles são tratados como responsáveis pela solução de problemas aos quais eles têm direito a ter acesso. As redes associativas e de mobilização estruturadas em movimentos sociais, Organizações Não governamentais-ONGs, as associações de bairro e as associações comunitárias, as entidades assistenciais, as organizações criadas por empresas a partir de políticas de responsabilidade social, responsabilidade civil, as organizações populares que atuam junto de mediadores, como as entidades articuladoras e fóruns, e os diversos conselhos de gestão pública compartilhada existente. Movimento sociais: Constituem-se como um dos sujeitos sociopolíticos presentes no associativismo no Brasil porque eles foram, e ainda são as bases de muitas ações coletivas no Brasil a partir de 1970.Eles mobilizam ideias e valores, geram saberes e aprendizado coletivo; enquanto isso, a maioria das chamadas ações cívicas são organizadas de cima para baixo, permanecem autocentradas e auto referenciadas, limitando-se a execução de uma estratégia
  • 6. de sobrevivência ou uma ação cultural, que na maioria das vezes não desenvolve potencial para autonomia e autodesenvolvimento das ações. Os movimentos sociais de diferentes segmentos da sociedade, e mais especificamente os populares, dada a centralidade e seriedade destes no contexto geral dos movimentos sociais ,serão exemplos básicos de agentes estruturantes das ações coletivas. Observamos que através de nossas pesquisas, há uma precariedade,da nossa cidadania e a ausência de uma cultura política participativa, precisa-se de ações para a consolidação de práticas políticas democráticas. O aumento da exclusão social, os recursos públicos usados de forma errada, propicia um cenário de descrença e de afastamento da população do campo da política, favorecendo a permanência de práticas pautadas em interesses particulares e individualistas. O abarcamento da cidadania depende de informação, e da transformação das relações de poder, que tem produzido concentração de renda, de informação e de saber a custa da pobreza, da ignorância e da exclusão social de milhares de pessoas. Da mesma forma, essa transformação deve acontecer nas relações sociais, com o fortalecimento de organizações sociais e com o surgimento de novos estilos de gestão pública e de ações coletivas, possibilitando a inclusão da população nos processos políticos decisórios. Democracia: A construção da democracia é uma trajetória que surgiu na Grécia Antiga e perpassou a História da humanidade recebendo transformações que culminaram hoje na dita democracia propriamente dita, a partir da própria epistemologia da palavra: “governo do povo”. Democracia é uma forma de governo em que todos os cidadãos elegíveis participam igualmente — diretamente ou através de representantes eleitos — na proposta, no desenvolvimento e na criação de leis. Abrange as condições sociais, econômicas e culturais que permitem o exercício livre e igual da autodeterminação polítca. A democracia da sociedade brasileira se mostra contraditória, de um lado retrata que as classes menos favorecidas que sempre foram excluídas, agora vêem na participação popular uma forma de expressar suas opiniões e buscar os seus direitos a partir de seu poder de escolha. De outro lado mostra que mesmo com esse poder de escolha que temos, somos tratados de forma clientelista, e muitas vezes somos iludidos por nossas escolhas.
  • 7. Na contemporaneidade, um dos desafios da democracia brasileira é a consolidação de um sistema voltado para a construção e o desenvolvimento de uma cultura política que promova valores e hábitos democráticos como a participação, a confiança e a cooperação da população. A descrença e o afastamento da população na esfera política comprometem o fortalecimento da democracia. Participar é uma forma de fazer valer os direitos políticos e sociais garantidos por lei, a participação da população é de extrema importância para o fortalecimento das instituições políticas e das organizações sociais, de modo que favorecem a competência cívica e a eficácia política, conceitos que se referem à capacidade do indivíduo de influenciar o processo decisório. Vivemos em um país onde se fala muito em democracia, liberdade de expressão, e luta pelos seus direitos, mas que muitas vezes são violados, é uma situação às vezes contraditória. Informação e educação são as palavras chave, para haver uma transformação da sociedade, forjando cidadãos críticos, formadores de opinião, para que não sejam manipulados, de modo que tenha discernimento de quais são os seus direitos e como reivindicá-los. Segundo Maria da Glória Gohn, ela descreve os movimentos sociais como ações sociais coletivas de caráter sociopolítico e cultural que viabilizam formas distintas da população se constituir e propagar suas demandas, ou seja, é composto pelo povo que se põe em movimento para conquista de algo em comum (mudanças sociais) conforme seus valores e ideologias. Mas, infelizmente é uma realidade presente até os dias de hoje que não enquadra com a realidade apresentada por Gohn onde há movimentos sociais que vivem em luta constante dos seus direitos e valores sendo os sem terra alvo da mídia, dos grandes latifundiários e dos partidos políticos onde o atual momento político bloqueia a realização da Reforma Agrária. A classe trabalhadora no campo está sob a hegemonia do capital, que aliado aos latifundiários capitalistas impõe o agronegócio. As mudanças sociais só acontecem impulsionadas pelas lutas da classe trabalhadora e pelas transformações estruturais, só que estas articulações políticas conservadoras, às quais os grandes grupos de comunicação brasileiros estão historicamente ligados, tornam estes veículos incapazes de refletir os problemas do povo brasileiro. Todos os espaços dedicados às denúncias contra o MST e os tratam o tema como um caso de polícia, mas não há uma reflexão mais profunda sobre a
  • 8. questão agrária no Brasil, que aborde os sem terra como um problema social. Propaga-se que o Brasil é um país com uma infinidade de terras férteis, e apesar de tantas terras, milhares de brasileiros continuam a ser expulsos do campo, enquanto outros milhões ainda padecem de fome, devido não ter aonde plantar para obtenção do seu sustento. Os meios de comunicação infelizmente têm se mostrado incapazes de promover uma reflexão aprofundada e um debate democrático, a partir de múltiplas visões, sobre a estrutura agrária e o modelo de desenvolvimento do país. Mas, é preciso que tenha uma política pública decidida para reverter esta situação distinta e vergonhosa, pois, para nós, a luta do povo brasileiro por seus direitos não pode mais ser criminalizada, nem pelos meios de comunicação, nem pelo Estado. Precisa, ao contrário, ser entendida como uma necessidade histórica de transformações sociais há muito almejadas e demoradas em nosso país. Considerações Finais Após estudar a conjuntura nacional e o cenário político e histórico no qual os movimentos sociais se baseiam, percebe-se que esses movimentos atuais são distintos dos movimentos que ocorreram na fase do regime político populista e também dos movimentos ocorridos no passado, pois naquele período os movimentos lutavam para ter “direito a ter direitos” e, atualmente, existe uma ressignificação(modificação) dos ideais clássicos de liberdade, fraternidade e igualdade. Sabe-se que, ela está direta e intimamente correlacionada ao papel dos mediadores nos novos movimentos sociais, visto que é por meio dela que os mediadores são capazes de prover modificações e melhorias sociais. Através da própria legislação democrática, vale observar que os movimentos sociais mudaram substancialmente a constituição da esfera pública, onde apenas os partidos políticos e as elites eram aptos a discutir as problemáticas sociais, em uma clara e evidente verticalização do poder no sentido de cima para baixo. Em uma análise e um breve mapeamento dos principais atores sociais responsáveis pelas ações coletivas foi possível verificar as diferenças entre movimentos sociais e ações ou redes de mobilização civis. Um movimento social é sempre expressão de uma ação coletiva e decorre de uma luta sociopolítica, econômica ou cultural. As ações ou redes de mobilização civis passam a ser, atualmente, até mais importante do que movimentos sociais, visto que “rede” é uma categoria muito utilizada com diferentes sentidos, construindo-se até em certo modismo.
  • 9. Referências Bibliográficas: BRINGEL, Breno; ECHART, Enara. Movimentos sociais e democracia: os dois lados Das "fronteiras". Cad. CRH. v. 21, n. 54, 2008. Disponível em: .Acesso em: 12 out.2012 GOHN, Maria da Graça. Movimentos Sociais e Redes de Mobilizações Civis no Brasil Contemporâneo. 2. Ed. Petrópolis: Vozes, 2010. HAMEL, Márcio Renan. Movimentos sociais e democracia participativa. Revista Espaço Acadêmico. Ano VIII, n. 95. 2009. Disponível em: . Acesso em: 12 out. 2012. JUNIA, Raquel (Editora responsável). Website Fazendo Media. 2012. Disponível em: . Acesso em: 12 out. 2012 ROSENFIELD, Denis. O que é Democracia. Coleção Primeiros Passos. Rio de Janeiro: Brasiliense, 2009. SUBSOLO. Preso à liberdade. In: Álbum Ordem de despejo. 2009. Disponível em: . . Acesso em: 12 out. 2012.
  • 10. Referências Bibliográficas: BRINGEL, Breno; ECHART, Enara. Movimentos sociais e democracia: os dois lados Das "fronteiras". Cad. CRH. v. 21, n. 54, 2008. Disponível em: .Acesso em: 12 out.2012 GOHN, Maria da Graça. Movimentos Sociais e Redes de Mobilizações Civis no Brasil Contemporâneo. 2. Ed. Petrópolis: Vozes, 2010. HAMEL, Márcio Renan. Movimentos sociais e democracia participativa. Revista Espaço Acadêmico. Ano VIII, n. 95. 2009. Disponível em: . Acesso em: 12 out. 2012. JUNIA, Raquel (Editora responsável). Website Fazendo Media. 2012. Disponível em: . Acesso em: 12 out. 2012 ROSENFIELD, Denis. O que é Democracia. Coleção Primeiros Passos. Rio de Janeiro: Brasiliense, 2009. SUBSOLO. Preso à liberdade. In: Álbum Ordem de despejo. 2009. Disponível em: . . Acesso em: 12 out. 2012.

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