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Redes de Mobilizações Civis no Brasil Contemporâneo

Por:   •  1/9/2015  •  Trabalho acadêmico  •  3.583 Palavras (15 Páginas)  •  322 Visualizações

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UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP[pic 1][pic 2]

CURSO: SERVIÇO SOCIAL

Movimentos Sociais

Prof.ª Mª. Laura Santos

São Luís

2015

Movimentos Sociais

Maria de Glória Gonh, condensa em seu livro Redes de Mobilizações Civis no Brasil Contemporâneo, estudos sobre os movimentos sociais, especialmente no Brasil, ao longo de três décadas. A autora apresenta um mapa com os principais e fundamentais aspectos que tematizam e redefinem os movimentos sociais e as redes civis dentro do contexto sociopolítico, econômico e cultural nos países da America Latina.

Gonh, objetiva mostrar, um mapeamento e analise das principais trajetórias que se deu e que levou a formação e organização destes movimentos sociais, suas redes de mobilização, seus campos de analise, sua possível definição e os pontos relevantes que os diferenciam em relação a outros momentos que ocorreram em outras décadas.

Para Gonh, as ações coletivas atuais, seriam expressões concretas de ressiginificação do ideário iluminista, ancorado nos pilares da igualdade, fraternidade e liberdade: a igualdade é ressignificada com a tematização da justiça social; a fraternidade se retraduz em solidariedade; e a liberdade associa-se ao princípio da autonomia – da constituição do sujeito, não individual, mas coletivo.

         O livro traz uma abordagem conceitual diversificada sobre movimentos sociais, com base na leitura feita podemos conceituá-los que: são aqueles criados e desenvolvidos a partir de  grupos da sociedade civil, que tem nos direitos individuais e coletivos a fonte de inspiração para a construção de sua identidade, objetivando alcançar mudanças sociais por meio de embates políticos permeados de conflitos e revoluções dentro de uma realidade hostil voltada a um certo grupo ou classe social.

Dentro desta conjuntura, Gonh destaca as dificuldades e necessidades que os movimentos sociais sofrem no âmbito da sua formação, qualificação e ação coletiva, pois eles apresentam sempre um novo cenário e nova roupagem, trazendo aspectos e identidades que os diferenciam de acordo com a época e o contexto social.

Em seu livro, ela versa também sobre os principais elementos, as categorias que são utilizadas no campo associativo atual e suas redes sociais dentro de uma conjuntura que constituem e configuram relevantes aspectos e diferentes identidades, constituindo bases, lideranças, e assessorias que se articulam formando redes de mobilização, comunicação e recursos tecnológicos dentro de vários segmentos.

Gonh (2010, p.20-21), adverte que as novas políticas sociais do Estado globalizado priorizam processos de inclusão social de setores e camadas tidas como vulneráveis ou excluídas de condições socioeconômicas ou direitas culturais (índios, afrodescendentes etc...).

Ela adverte sobre o novo cenário que transita os movimentos sociais, pois segundo a autora, estes movimentos estão sendo realizados de forma contraditória, onde o sujeito político e cultural da sociedade civil que foram iniciados e organizados de forma coletiva com liderança especifica que reivindicavam melhores condições de vida, atualmente este sujeito vem se dilacerando, sendo mobilizados de forma parcial, com partes de suas estruturas sendo despolitizadas, transformando as identidades políticas destes sujeitos, em políticas de identidades préestruturadas, vinculada aos modelos articulados, arquitetados e controlados pelas Secretarias de Estado, em parceria com organizações civis e não pela própria sociedade civil.

A história social ensina que não existe política sem um movimento social capaz de impô-la, e que não é o mercado, como se tenta convencer hoje em dia,mas sim o movimento social que “civilizou” a economia de mercado, contribuindo ao mesmo enormemente para sua eficiência. [Os movimentos sociais] criam ou recriam formas de ação originais, em seus fins e seus meios, de forte conteúdo simbólico. Orientam-se para objetivos precisos, concretos e importantes para a vida social [...].

Exaltam a solidariedade, que é o principio tácito da maioria de suas lutas, alem de se esforçarem para exercê-la tanto por sua ação (encarregando-se de todos os “sem-“) como pela forma de organização de que são dotados (BOURDIEU, 2001:19-65).

Observando as categorias de analises que emergem dentro do contexto de mobilização social apresentada pela autora, ela discorre sobre algumas centralidades das ciências sociais que ganharam destaque a partir da década de 1990, entre elas podemos destacar a mundialização, planetarização, sistema - mundo, sociedade mundial e sociedade dos indivíduos, processo de exclusão e inclusão social. Estas categorias vêm sofrendo alterações no contexto teórico de seus movimentos, pois lutam por justiça social, igualdade, cidadania, emancipação, identidade, direitos dentre outros.

Atualmente, esta identidade vem sendo tratada e reformulada como uma ferramenta de construção ou reconstrução no âmbito das políticas públicas, pois não se trata de uma identidade construída pela trajetória dos movimentos sociais, mais uma identidade que é modelada e outorgada nas quais determinados sujeitos sociopolíticos e culturais são mobilizados em detrimento ao processo de exclusão que lhe é imposto.

Segundo SCHERER-WARREN, (2009:515),há muitas matrizes teóricas que sustentam a idéia de rede. Na pratica, ela caracteriza-se por “articular a heterogeneidade de múltiplos atores coletivos em torno de unidades de referências normativas, relativamente abertas e plurais. Compreendem vários níveis organizacionais”, estes níveis vão dos agrupamentos de base ás lutas políticas mais amplas transnacionais.

BOURDIEU,P.(2002).Contrafogos - 2: Por um movimento social europeu.Rio de Janeiro:Zahar.

SCHERER-WaRREN, I. (2008). “Redes de movimentos sociais na América Latina”. Caderno CRH – Revista do Centro de Recursos Humanos da UFBa, vol. 21,n. 54, set.-dez., p.505-517. Salvador.

        Segundo os pressupostos preconizados por Gohn (2013), o sujeito coletivo passou a dominar o cenário de conflitos, lutas e demandas sociais e políticas, juntamente acompanhados com seus direitos lesados, despercebidos, ignorados ou atribuindo a eles punição, manifestando-se em ações de lutas coletivas e movimentos sociais expressados em discursos, organizado em redes como emergência para sobrevivência, agora entendendo por outro víeis, considerando as vivências mais urgentes da questão social deve-se notar a atuação de novos articuladores sociais, entre eles as ONGs e entidades do Terceiro Setor que vêm tratando as políticas de caráter público e social com vigor e organizadamente na forma de grupos sociais.

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