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Apresente os fundamentos da sociabilidade burguesa

Por:   •  13/6/2017  •  Exam  •  1.980 Palavras (8 Páginas)  •  330 Visualizações

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Apresente os fundamentos da sociabilidade burguesa

Todo começo é difícil em qualquer ciência. (K. Marx)

Somos um Ser Social. O ser humano só existe se for em relação e não consegue viver isolado. Vivemos na mesma sociabilidade e temos a mão o sistema do Capital burguês, ou seja, mercadoria e mercantilização de tudo. O ser social para existir necessita de condições materiais de existência. Exemplo: Comer, se abrigar, se vestir. Para isso, o homem é capaz de transformar a natureza e construir suas condições de existência até o infinito, entretanto, nunca sozinho, necessitando sempre de manter relações sociais por meio de linguagens, memória e então surge o ser social.

“A cooperação no processo de trabalho, como a encontramos nas origens culturais da humanidade, predominantemente nos povos ca- çadores ou eventualmente na agricultura da comunidade indiana, fundamenta-se, por um lado, na propriedade comum das condições de produção e, por outro, na circunstância de que o indivíduo isolado se desligou tão pouco do cordão umbilical da tribo ou da comunidade como a abelha individual da colmeia. ¹ ”

(MARX, 2011, p.450)

           O ser social para ter sua existência garantida desenvolve as relações sócias com o intuito de suprir suas necessidades básicas. Este conjunto de relações é denominado “Produção Material da Vida” que tem como elemento central o trabalho, e como o processo de trabalho é feito em conjunto, surge a relação social. A sociedade burguesa tem como elemento fundamental a produção material da vida e dentro desta conjuntura está o ser humano que é desprezado pela ordem burguesa que não se preocupa em atender suas necessidades básicas.

“A criação do valor é função do trabalho; mais precisamente, a criação de valor se opera mediante o processo de trabalho: o valor não resulta da distribuição, da circulação ou do consumo de bens --- o valor é gerado na produção material

(NETTO E BRAZ, 2014, p.128)

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¹ “Ambos a diferenciam da cooperação capitalista. A utilização da cooperação em grande escala no mundo antigo, na Idade Média e nas colônias modernas baseia-se em relações diretas de domínio e servidão, na maioria das vezes na escravidão. A forma capitalista pressupõe, ao contrário, desde o princípio o trabalhador assalariado livre, que vende sua força de trabalho ao capital. ”

(MARX, 2011, p.450)

          Somente o ser social é dotado de projeção teleológica e por consequência pensa, melhora, articula e facilita os processos. Os animais por sua vez agem instintivamente e não possuem estas dotações.

“Uma aranha executa operações semelhantes às do tecelão, e a abelha envergonha mais de um arquiteto humano com a construção dos favos de suas colmeias. Mas o que distingue, de antemão, o pior arquiteto da melhor abelha é que ele construiu o favo em sua cabeça, antes de construí-lo em cera. No fim do processo de trabalho obtém-se um resultado que já no início deste existiu na imaginação do trabalhador e, portanto, idealmente”

(MARX, 2011, p.298)

          O ser social é complexo e constituído de uma série de dominações, que se denominam práxis (música, religião, arte, afetividade, sexualidade, linguagem, comunicação, filosofia, cultura...).

“ Para denotar que o ser social é mais que trabalho, para assinalar que ele cria objetivações que transcendem o universo do trabalho, existe uma categoria teórica mais abrangente: a categoria de Práxis. A Práxis envolve o trabalho, que na verdade, é o seu modelo --- mas incluí muito mais que ele: inclui todas as objetivações humanas.

(NETTO E BRAZ, 2014, p.55)

       

         Marx estuda como a produção material da vida funciona. Sua teoria reproduz o movimento real das coisas. O movimento do objeto no caso de Marx é a sociedade burguesa, também compreendida como A Ordem Burguesa (reprodução de estrutura e dinâmica)

“ O sistema da Economia Política marxiana não podia ser reduzido a uma teoria sobre os preços. A questão dos preços inseria-se no contexto muito mais amplo da análise das leis do movimento da sociedade burguesa² ”

(MARX, 2011, p.47-48)

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² “Embora salientasse na obra de Marx uma riqueza de elementos menosprezada por Böhm-Bawerk, nem por isso Schumpeter deixaria de declarar a teoria do valor-trabalho morta e enterrada. Aduziu, todavia, a observação original de que o valor-trabalho se aplicaria no caso singularíssimo da concorrência perfeita, quando o trabalho homogêneo fosse o fator de produção único. ”

(MARX, 2011, p.47-48)

         O trabalho mata e esgota, e sempre que o trabalhador o realiza, ocorre a produção de uma mercadoria. Quanto mais o trabalhador produz mercadorias, mais empobrecido se torna, perdendo vitalidade e vigor. O trabalhador não se dá conta de que a medida que trabalha, perde sua vida, sendo assim escravizado pelo sistema capitalista vigente.

“ O trabalho criador de valor é o trabalho socialmente necessário, executado segundo as condições médias vigentes da técnica, destreza do operário e intensidade do esforço na realização da tarefa produtiva. O padrão é o do trabalho simples, ao qual o trabalho complexo (ou qualificado) é reduzido como certo múltiplo dele. ³ ”

(MARX, 2011, p.30)

         A lei geral da acumulação capitalista expulsa a mão de obra e a força de trabalho em detrimento de inovações tecnológicas, dando somente o mínimo possível de condições para sobrevivência do trabalhador. Lembrando que o trabalho rompeu com o padrão natural da vida, exige instrumentos para realiza-lo e se dá através do aprendizado, não sendo relacionado com a genética. O trabalhador passa a ser considerado uma mercadoria²² no meio de produção capitalista, o que leva a reificação¹¹ das relações sociais.

“Marx formulou uma lei geral absoluta da acumulação capitalista, segundo a qual se concentra, num polo, a massa cada vez maior de riquezas à disposição do capital, enquanto, no polo oposto, aumenta a miséria das massas trabalhadoras. ”

(MARX, 2011, p.42)

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³ “Marx não analisou como se dá tal redução, porém indicou a linha geral dessa análise (a diferença de custo de formação da força de trabalho complexa em comparação com a força de trabalho simples) e tomou a redução como dada. Trata-se de um procedimento adotado pelo autor em certos casos: tomar em consideração apenas o resultado dado de um processo, apontando o caminho de sua análise, sem, contudo, desenvolvê-la, na medida em que fosse dispensável para fins prioritários da demonstração. ” (MARX, 2011, p.30). ¹¹ “Reificação é uma operação mental que consiste em transformar conceitos abstratos em realidades concretas ou objetos. No marxismo, o conceito designa uma forma particular de alienação, característica do modo de produção capitalista. Implica a coisificação das relações sociais, de modo que a sua natureza é expressa através de relações entre objetos de troca.” (Pt.wikipedia.org/wiki/Reificação_(marxismo). Arquivo consultado em 21/06/2016). ²² Antes de tudo um objeto externo, para satisfazer as necessidades humanas, qualquer que seja ela. A mercadoria pode ser entendida como uma coisa, e a relação é uma coisa coisificada, da qual a mercadoria é o centro. Produto do trabalho, força do trabalho em movimento.

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