Capitulo 5 e 6 do livro questão social
Por: Adilania33 • 1/4/2016 • Trabalho acadêmico • 1.646 Palavras (7 Páginas) • 352 Visualizações
Uepb
Centro de Ciências Sociais Aplicada
Discente: Adilânia Patricia Costa Silva
Docente: Aliceane Almeida
Capítulo 5
Aproximações á “questão social”no Brasil contemporâneo
Em medos de 1970 com a mundialização do capital e a superprodução, o fordismo entra em crise. Em 1974-1975 as chamadas “empresas rede” investem no setor produtivo de forma muito forte, principalmente nos países de terceiro mundo. Esse investimento se dá principalmente com a terceirização da produção e da comercialização dos produtos, garantindo a mais–valia absoluta, esse rearranjo para (Chesnais-1996) provoca um retrocesso econômico , social e humano ,principalmente nos países mais pobres.
Essa mundialização vai gerar mudanças no mundo do trabalho , um novo sistema de administração da produção determina q nada deve ser produzido, transportado ou comprado antes da hora certa “just in time” juntamente com a intensificação da publicidade no mercado,para aproximar produtos de consumidores , impulsionado pela queda dos regimes socialistas do leste europeu em (1980-1990) a reestruturação do modo de produção capitalista ganha força, no confronto capital/trabalho, na contemporaneidade não há uma hegemonia das classes, mas uma fragmentação, principalmente da trabalhadora .
5.1 Crise capitalista e crise do padrão de desenvolvimento do capitalismo brasileiro.
No Brasil, apesar de constituir-se tardiamente o capitalismo, o “fordismo á brasileira” tinha forte semelhança com o clássico, principalmente na composição do parque industrial, aumento da produção de bens de consumo duráveis e diminuição na produção de bens de consumo não duráveis, mas o “fordismo á brasileira “ também teve suas particularidades, precarização das condições de trabalho, rotatividade da mão de obra, consumo restrito, repressão aos movimentos sindicais , desigualdade social assentada, forte intervenção estatal, intervenção do Estado favorecendo o capital privado, e ausente nas políticas públicas sociais ,pautados pela ausência da democracia .
Na página 185 do livro “Questão Social”, no último parágrafo Santos chama atenção para um pioneirismo do Brasil, a flexibilização das condições e relações de trabalho em detrimento das conquistas trabalhistas, esse aspecto sendo fundamental para a reestruturação produtiva. Quando em outros momentos do desenvolvimento capitalista o país sempre foi tardio, negativamente ele se adianta e a autora faz uma citação de (Aranha-1999 p.120).
Com o surgimento das novas tecnologias ,evolução dos conhecimentos científicos (a terceira revolução industrial) esse pioneirismo brasileiro em nada contribui para a posição do Brasil na mundialização, fazendo com que o país, comparado aos que usaram essa inovação tecnológica na reestruturação produtiva , ficasse na retaguarda desse processo. Na divisão internacional do trabalho os países subdesenvolvidos ficaram de fora desses investimentos tecnológicos, e os países mais ricos monopolizaram as novas técnicas, fortalecendo suas posições no mercado internacional. Causando desvantagens para a competitividade da economia brasileira, uma crise econômica apresenta-se e acentua-se pela aplicação neoliberal com o Estado intervindo a favor do capital. Particularmente no Brasil, essa intervenção do Estado marcou o desenvolvimento capitalista e as frações de classe dominante entra em conflito com direitos sociais e trabalhistas garantidos na constituição de 1988.
Assim a flexibilização do trabalho que surge na crise capitalista causa aumento dos índices de desemprego, isso atrelado a um contexto neoliberal atinge economicamente quase q todas as classes sociais.
5.2 Particularidades recentes do desemprego no Brasil
As particularidades do desemprego no Brasil se dão principalmente pela flexibilização estrutural do trabalho e rotatividade de mão de obra, favorecendo os donos do setor produtivo a exploração desse trabalho. A disponibilidade elevada da mão de obra favorece o baixo custo da força de trabalho, sua exploração no mercado informal, contabilizando alto índice de desemprego , que se expressam na “questão social”.
Particularmente no Brasil, entre (1980-1990) esse cenário entra em confronto com avanços e direitos trabalhistas garantidos por organizações sindicais principalmente no setor industrial. Eleva-se os níveis de sindicalização, avanços nos espaços de negociações e direito trabalhistas, e maior reconhecimento social. Uma particularidade dessa organização sindical é sua fragmentação, o esgotamento da sua representação corporativa. Os trabalhadores, com a alta rotatividade trabalhista dificulta sua sindicalização , identificação e reconhecimento sindical impactando na sua representação. O alto índice de desemprego faz com que as contratações desprotegidas pelas leis trabalhistas se ampliem e o medo de perder um emprego seguro e estável aparece como uma forma de disciplinar os trabalhadores, o aumento do tempo que esses trabalhadores passam desempregados com essa rotatividade acrescidos por critérios discriminatórios (gênero/raça) retrai a quantidade de oferta do trabalho formal.
Capítulo 6
Determinantes do desemprego nos anos 1980 -1990
6.1 O desemprego dos 1980 e a relação com a crise do desenvolvimentismo
A correlação entre a crise econômica brasileira no final dos anos setenta e a influência internacional, permitiram uma propagação ideológica de que o Brasil precisava de uma maior abertura para políticas econômicas internacionais desregulamentadoras, sendo que o Brasil sempre teve uma internacionalização econômica considerável, prova disso é os impactos sofridos na economia brasileira diante das decisões internacionais. Com o Estado atuando como agente facilitador no tripé do padrão desenvolvimentista , assumindo papel de investidor que seria do capital internacional, comprometendo o equilíbrio de suas finanças e agravando um movimento recessivo no final dos anos oitenta. Esse comportamento fez com q o capital internacional recuasse nos investimentos diretos no setor produtivo , de pesquisa e desenvolvimento, acentuando ainda mais o atraso tecnológico do Brasil , com isso o capital nacional passa a ser refém da importação tecnológica diminuindo sua competitividade no mercado externo e interno, entendida como “crise do desenvolvimentismo” que explicou parte do desemprego no ano de 1980.
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