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Estudo Dirigido - História do Serviço Social na América Latina

Por:   •  21/12/2015  •  Trabalho acadêmico  •  2.150 Palavras (9 Páginas)  •  1.643 Visualizações

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CASTRO, Manuel Manrique. História do Serviço Social na América Latina. Tradução de José Paulo Netto e Balkys Villalobos. 12ª edição. São Paulo: Cortez, 2011.

  1. Em que contexto e sob quais condições históricas se dá o surgimento do Serviço Social na América Latina? Que forças sociais e políticas contribuíram para a emergência da profissão no continente Latino-americano?

Em seu livro Manrique procura estudar as relações sociais de classe historicamente construídas e determinadas, compreendendo que o Serviço Social surgiu como prática especifica às exigências da divisão social e técnica do trabalho na sociedade capitalista e a particularidade que este se desenvolveu na América Latina.

[...] o surgimento e o desenvolvimento da profissão se explicam a nível superestrutural e pela intercorrência de forças derivadas deste âmbito (o modelo proposto no exterior, outras profissões, influência de personalidades esclarecidas etc.) [...] (CASTRO, 2011, p.31)

[...] marcada pela emergência de novas classes sociais sob o estimulo de relações de produção embasadas na exploração de força de trabalho assalariada, no dinamismo do precoce processo de industrialização e na penetração dos capitais norte-americanos como parte de uma estratégia geral de substituição da hegemonia inglesa e de interação das economias latino-americanas ao mercado capitalista.  (CASTRO, 2011, p. 35)

[...] as expressões de protesto e os progressos na organização de classe do proletariado – com a influência das ideias socialistas, naqueles anos potenciadas pelo êxito da experiência russa de 1917 – exigiram que o Estado (e, nele, a aliança de classes dominantes), como pilar da hegemonia, articulasse formas de ação para responder às demandas de uma realidade social nova. [...] (CASTRO, 2011, p.35)

[...] Miséria, crescimento urbano caótico, migrações de camponeses expulsos de suas terras etc., instauraram o solo fértil e propicio para a emergência e a proliferação de agentes encarregados de trabalhar estes fenômenos – agentes entre os quais, naturalmente, contam-se os assistentes sociais. [...] (CASTRO, 2011, p.37)

É possível argumentar que o Serviço Social latino-americano, tal como se afirmou, à base da influência concreta que exerceram sobre ele correntes de pensamento e propostas profissionais europeias, foi, até o momento em que se deu o salto qualitativo que modificou substantivamente a sua perspectiva, um “mero reflexo” de concepções elaboradas no exterior. [...]

(CASTRO, 2011, p.38)  

  1. Como o autor interpreta as relações entre a Igreja Católica, o Estado e a Burguesia na profissionalização do Serviço Social Latino-americano?

O autor destaca relações entre a Igreja, Estado e classes sociais. Interesses econômicos, políticos e ideológicos de classe. E a influência histórica da Igreja na “direção cultural”, pois esta detinha o poder político mudando sua estratégia de ação e formação católica para continuar sua hegemonia.

É nessa ótica que se deve visualizar a relação Igreja-Serviço Social, pois os vínculos daquela com o assistencialismo profissional foram mudando de caráter conforme as transformações sociais reclamaram uma redefinição não só do assistencialismo católico, mas também da doutrina social da Igreja, das suas políticas e relações de poder no bojo do novo quadro emergente de forças. (CASTRO, 2011, p.47)

[...] os elementos que mais colaboraram para o surgimento do Serviço Social têm origem na Ação Católica -  intelectualidade laica, estritamente ligada à hierarquia católica -, que propugna, com visão messiânica, a recristianização da sociedade através de um projeto de reforma social [...], criando mecanismo de intervenção em amplos segmentos da sociedade, com a estratégia de, progressivamente, conquistar espaços importantes no aparelho de Estado. (CASTRO, 2011, p.47/48)

No período em que o Serviço Social transita para a sua profissionalização, quando penetra nos centros de ensino superior e se vincula a certas instâncias do Estado – ou ingressa diretamente na Universidade -, duas encíclicas papais tiveram um papel sumamente importante para enformar o seu desenvolvimento [...]. Referimo-nos às encíclicas Rerum Novarum, divulgada por Leão XIII a 15 de maio de 1891, e Quadragesimo Anno, divulgada por Pio XI a 15 de maio de 1931, dois anos depois do grande crack capitalista de 1929. (CASTRO, 2011, p.51)

[...] daí que a encíclica [Rerum Novarum] assumisse a forma de um documento de caráter eminentemente político, tentando se constituir numa proposta articuladora da conciliação entre as classes, reafirmando a condição de exploração da classe operária e apelando à reflexão dos capitalistas e do Estado sobre os riscos morais e políticos da sua conduta voraz. A encíclica é também uma resposta ao pensamento e às propostas de ação socialistas, [...] A partir dela, por consequência, pode-se distinguir não só uma matriz ideológica, mas ainda o perfil de práticas concretas de intervenção social que, como o Serviço Social, a educação etc., iriam encontrando em suas premissas a forma e o sentido da sua orientação. (CASTRO, 2011, p.59)

  1. Como o autor compreende as relações históricas entre o Serviço Social Europeu, Americano e Latino-americano?

Manrique problematiza as visões e literaturas anteriores sobre a história da profissão na América Latina, cujo destaque para as contradições nas teses de Ander Egg e Juan Barreix que procuram mostra Serviço Social latino-americano como um mero reflexo do exterior.

[...] pode-se se investigar a emergência de um Serviço Social “chileno”, “peruano”, “argentino” etc., com marcado cariz nacional ou, ainda, o aparecimento do Serviço Social “latino-americano”, isto é, o momento que a profissão se “latino-americaniza”, adquirindo um perfil, um caráter, uma genérica condição latino-americana e um horizonte comum. [...] (CASTRO, 2011, p.27-28)

[...] os textos mais apreciados e difundidos referentes às origens do Serviço Social no continente – em particular, sobre o começo do seu ensino superior, dentro ou fora do âmbito universitário – partem de definições determinadas ou se rementem à ideia de um simples prolongamento dos desenvolvimentos que a profissão alcançara na Europa. (CASTRO, 2011, p.29)

[...] o próprio Serviço Social da época, europeu e latino-americano, não é somente, em parte, resultado de uma proposta da Igreja, mas ator e autor da gênese do novo pensamento social cristão, como depois o seriam – em grau e amplitude superiores – os próprios partidos políticos de cariz cristão. (CASTRO, 2011, p.62)

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