Fundamentos Históricos e Teórico-Metodológicos do Serviço Social II.
Por: samumanu • 4/4/2016 • Trabalho acadêmico • 1.507 Palavras (7 Páginas) • 454 Visualizações
Fundamentos Históricos e Teórico-Metodológicos do Serviço Social II.
Trabalho elaborado para fins avaliativos na disciplina de fundamentos Históricos e Teórico-Metodológicos do Serviço Social de Serviço Social sob a orientação da Professora Ma. Laura Santos e da Professora local Elaine Cristina França Tavares Flor.
PÓLO PONTA PORÃ-MS
ABRIL DE 2013.
Relatório I: Á necessidade de um movimento de reconceituação para a profissão do
Assistente Social.
O Serviço Social no Brasil teve suas origens vinculadas á igreja católica e aos movimentos decorrentes á partir dela. As primeiras escolas de serviço social foram fundadas por entidades cristãs, onde predominavam alunos vindos da classe media buscando preparo para um exercício profissional remunerado e uma gratificação profissional, o mesmo foi baseando como instrumento do enfoque marxista, ou seja, predomínio dos interesses da classe dominante sobre a sociedade.
Serviço Social brasileiro procurou apropriar-se da metodologia de trabalho americano, O movimento de reconceituação foi movido pelas pressões sociais e pela mobilização dos setores populares, marcado pela questão social decorrente do acumulo do capitalismo.
Sendo assim a historia do Serviço Social constitui- se num processo que articula conservação e renovação. O movimento de reconceituação deu seus primeiros passos através da doutrina desenvolvimentista que a partir da década de 50,60 e 70, juntamente com a ONU e a OEA, passaram a incluir nas escolas de Serviço Social o estudo do desenvolvimento de comunidades, que naquele momento da historia passavam por grandes mudanças.
Com a implantação desta politica desenvolvimentista em países como a América Latina, foi descoberta uma realidade subdesenvolvida, ou seja, baixo índice de renda da população, ausência de infraestruturas de saneamento, alto índice de analfabetismo, baixo nível de saúde e de escolaridade. Assuntos que já era de interesse dos profissionais de Serviço Social.
A partir de 1964, no Nordeste brasileiro, ocorreu o encontro regional de escolas de Serviço Social, dando um passo a mais para sua reconceituação, tal encontro foi considerado a primeira manifestação na qual criticou o modo tradicionalista adotado pelos profissionais ate o momento, libertando o profissional da opressão que se mantinha sobre ele. Tal encontro foi importante para a ocorrência de outros movimentos, assim como o evento de Araxá (19-26/03/1967) e Teresópolis (10-17/01/1970), que foram considerados um modo de adequação do Serviço Social a politica que a ditadura punha vigente.
O movimento de Araxá teve por enfoque o estudo das teorias do Serviço Social e sua metodologia. Tal movimento adequou o Serviço Social a dois níveis, sendo o primeiro essencialmente operacional, e o segundo dedicado a compreender as funções do Serviço Social ao nível da política e do planejamento para o desenvolvimento da infraestrutura social. Em 1970 em continuidade aos encontros realizados deu-se origem ao movimento de Teresópolis, onde discutiu a metodologia da pratica profissional do Serviço Social, ou seja, buscava mais cientificidade no seio da profissão, redefine o papel do Assistente Social, reduzindo sua condição funcionária, valorizando a ação pratica imediata.
Em 1965, durante o Primeiro Seminário Latino Americano de Serviço Social, realizado em Porto Alegre, foi marcado pela ocorrência do movimento de ruptura com o tradicionalismo, ou seja, deixando de lado a pratica empirista, paliativa e burocrática. Tal encontro buscou enfrentar questão Social vigente naquele momento que passava por uma era de evolução do capitalismo e libertação do pensamento da classe subalterna que naquele momento começava a lutar pelos seus interesses.
A ruptura do Serviço Social com a herança conservadora despertou a vontade de lutar por uma legitimidade da ação do profissional, e coloca-lo a serviço de seus usuários. O rompimento com as amarras imperialistas trouxe uma interação entre a teoria rigorosa e a prática renovada, gerando assim, o principal ponto para superar o voluntarismo, a prática rotineira e burocrática, as tendências empiristas, o alheamento do modo de vida do povo e o desconhecimento do saber popular. O Serviço Social acompanha a sociedade em sua luta por seus direitos fundamentais, incluindo o direito a liberdade.
O movimento de reconceituação também foi marcado por uma forte critica na práxis do Serviço Social, que ate o momento era baseada na metodologia Norte Americana, porem a forma de trabalho dos Estados Unidos atendia somente aos problemas da classe Norte Americana, diferentemente das condições de subdesenvolvimento existentes neste continente. Tal tomada de consciência fez com que o profissional passasse a repensar no aproveitamento da técnica de atuação baseada na teoria Norte Americana, enxergando que a realidade exigia muito mais do profissional. Sendo assim os Assistentes sociais produziram boas análises da realidade brasileira, mas raramente se encontra análise da atuação do Serviço Social nessa mesma realidade.
O Serviço Social por influência americana promovia um trabalho de ajustamento de interação do homem junto ao seu meio. Na tentativa de ruptura com o tradicionalismo, um ponto importante foi à chamada para a realidade concreta da América Latina, que era totalmente diferente da realidade Norte Americana, por tal fato existia uma forte exigência para um maior comprometimento com essa realidade e com o povo oprimido. O principal objetivo do Serviço Social é a ação libertadora e transformação do sistema de dominação que se constituem em finalidade. Assim entendido o Serviço Social como uma práxis precisa atuar para alcançar uma mudança.
Tratando-se da constituição da nova metodologia da profissão, a contribuição foi através do desenvolvimento de propostas solidas e validas. A importância da relação entre a teoria e a pratica acompanhou a profissão durante todo o tempo de mudança. A construção da teoria e da práxis do Serviço Social constitui-se no seu próprio movimento existencial.
No Brasil o Código de Ética Profissional tem duas versões, uma ligada à classe trabalhadora diretamente e a outra vinculada a luta pelos
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