Hanseniase
Projeto de pesquisa: Hanseniase. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: miriromano • 21/2/2014 • Projeto de pesquisa • 2.307 Palavras (10 Páginas) • 509 Visualizações
INTRODUÇÃO
A hanseníase é definida como uma doença neurológica, que apresenta os primeiros sinais na pele e é também considerada uma doença infecto contagiosa. Causada pelo Mycobacterium leprae (bacilo de Hansen), tendo como preferência pelas células cutâneas e pelas células dos nervos periféricos (GALVAN, 2003).
Segundo Neville et al, (2009), como resultado das ações desenvolvidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), há quinze anos tem ocorrido um acentuado decréscimo na prevalência da hanseníase. Desde os meados da década de 1980, o número de casos estimados de hanseníase ativa caiu de 10 a 12 milhões para 1,15 milhão, com diminuição de casos oficialmente registrados em 85%. Entretanto, a hanseníase continua sendo um problema de saúde pública em diversos lugares do mundo, sendo que aproximadamente 82% de todos os casos relatados atualmente são observados em cinco países: Brasil, Índia, Indonésia, Myanmar e Nigéria.
Para Yamashita & Floriano (2006) a hanseníase no Brasil, é uma doença de notificação compulsória e, no início de 2004 estavam registrados 30.693 casos (prevalência de 1,7/10.000 habitantes), com a detecção de 49.384 casos em 2005 (26,9 casos/100.000 habitantes).
Dados da Organização Mundial da Saúde mostram que o Brasil é o segundo país no mundo em termos do número de casos novos detectados no início de 2007 (44.436 casos, aproximadamente 17,0% dos casos novos em todo o mundo) e o 1º lugar nas Américas (com 93,3% dos casos do continente americano) (WHO, 2007).
Filho et al, (2010), dizem em comum acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) que o Brasil tivesse como meta à eliminação da hanseníase como problema de saúde pública até o final de 2010, onde se esperava que todos os municípios atingissem uma taxa de prevalência de menos de um doente por 10.000 habitantes (BRASIL, 2006).
O aumento, urgente, da cobertura das ações de controle da doença para todas as unidades de saúde dos municípios endêmicos faz parte de uma política de descentralização que vem sendo desenvolvida pelo Ministério da Saúde (MS), tendo como estratégia o Programa de Saúde da Família (BRASIL, 2000 apud FILHO et al, 2010).
Recentemente, a melhor estratégia para a eliminação da doença, para o diagnóstico precoce e melhoria na qualidade do atendimento ao portador da hanseníase é a integração dos programas de controle da doença na rede básica de saúde, facilitando o acesso ao tratamento, à prevenção de incapacidades e a diminuição do estigma e da exclusão social (FILHO et al, 2010).
De acordo com Pereira (2009), a hanseníase tem cura quando tratada no início e é de difícil diagnóstico. Entretanto, é imprescindível que a população seja informada a respeito dos sinais e sintomas da doença (manchas com perda de sensibilidade, dentro outros), e que tenha acesso ao diagnóstico precoce, assim como ao tratamento, que é oferecido pela rede pública de saúde: Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, quando diagnosticada e tratada tardiamente pode trazer graves conseqüências para os portadores e seus familiares, pelas lesões que os incapacitam fisicamente (BRASIL, 2002).
OBJETIVOS
• Identificar em artigos científicos a função do enfermeiro no controle da hanseníase.
• Analisar as principais metas de controle e tendências do Ministério da Saúde no combate a hanseníase com vistas a subsidiar ações do enfermeiro nesta área
1 REFERENCIAL TEÓRICO
1.1 HANSENÍASE
No decorrer da história, a hanseníase foi considerada uma doença incurável, onde o indivíduo contaminado era isolado da população, provocando assim, atitudes e estigmas dos mais diversos. A hanseníase apresenta “indícios remotos que datam de 600 a.C. e procedem da Ásia, que juntamente com a África podem ser consideradas o berço da doença” (SILVA JUNIOR et al., 2008, p. 714).
No final do século XX, o agente causador da hanseníase, é descoberto e conhecido popularmente por lepra, caracterizando assim, uma doença infectocontagiosa e cancelando a idéia de “hereditariedade, pecado ou castigo”. É nesse período que surge às colônias com o objetivo de isolar o doente da comunidade. (BOTI; AQUINO, 2008, p. 677).
Em conseqüência ao grande estigma instalado naquela época, era bastante difícil encontrar “recursos humanos para manter o cuidado e os serviços dentro das colônias”. A população possuía muito medo de serem contaminados e terem que acabar dentro das colônias. Sendo assim, os cuidados e as responsabilidades pelos doentes, eram realizados por eles mesmos, pois não tinha ninguém com coragem de cuidar dos aprisionados e se arriscar em contaminar com a doença. Separados de seus familiares, os trabalhadores compunham a equipe de enfermagem “dentro destas instituições” (GUSMÃO; ANTUNES, 2009, p. 822).
Em 1873, Hansen, descobriu o agente causador da Hanseníase o Mycobacterium leprae que também ficou conhecido por bacilo de Hansen, e a doença ficou futuramente conhecida como Hanseníase, em homenagem ao seu descobridor. (MACIEL; OPROMOLA, 2007)
Amaral e Lana (2008) e Vieira et al. (2008), ao falarem da hanseníase destacam o fato de ela ser uma doença de evolução lenta e que se manifesta principalmente através de sinais e sintomas dermatoneurológicos, uma vez que esse bacilo é um parasita intracelular obrigatório que tem afinidade por células cutâneas e pelos nervos periféricos.
A única fonte de infecção considerada da doença é o homem, e o principal meio de contágio é por meio de “secreções nasais e gotículas do trato respiratório de pacientes não tratados” embora também possa ocorrer pelo contato com a pele não íntegra. (PONTES et al., 2008, p. 735).
Outra característica importante é que o bacilo de hansen é de alta infectividade e baixa patogenicidade e virulência. Portanto, admite-se que muitas pessoas se infectam, mas poucas adoecem. (FOCACCIA et al., 2010, p. 1057).
Mesmo em populações que vivem em situações de alta prevalência da doença, somente 10% das pessoas adoecem. O aparecimento da doença na pessoa infectada pelo bacilo e suas diferentes manifestações clínicas dependem da resposta do sistema imunológico do organismo atingi-do e pode
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