O Conto do Mendigo de Barreto
Por: deborabel • 5/9/2018 • Resenha • 564 Palavras (3 Páginas) • 269 Visualizações
O mendigo do conto de Barreto era “certamente um operário, um homem humilde, ele era espanhol e estrangeiro, tinha por dever voltar pra sua terra rico, um acidente qualquer tirou-lhe a vista”. Como então satisfazer suas necessidades fixadas na despesa diária de setecentos réis, diante desta realidade, ele poderia utiliza-se de inúmeras formas para atender suas demandas de casa e comida, um caldo e uma esteira em uma das hospedarias da rua da misericórdia, mas como como então obter rendimentos? há ocasiões na vida que a gente tem pouco a escolher; ás vezes mesmo nada temos a escolher, pois há um único caminho, esse momento que antecede e dirige a ação, através do qual as consequências da ação são antevistas na consciência, de tal maneira que o resultado é idealizado antes que seja construído na pratica, lukács chama de prévia-ideação, o mendigo entre outras opções “cegando, foi esmolar”.
Ora vejamos o mendigo ao idealizar esta situação concreta, pode previamente confrontar o passado, o presente e o futuro e assim recordar que os séculos consagraram a mendicidade em face dos costumes, anteviu idealmente em seus detalhes que o único meio de manifestação da bondade humana em face a miséria dos outro, foi esmolar e embora o momento da previa-ideação mesmo sendo abstrato, exerce força material na determinação dos atos sociais ou seja tem existência real, material. pode previamente confrontar o presente, de tal modo que se atentou que que lhe seriam vedadas certas práticas como o fumo e a bebida, ócios do oficio! pode previamente confrontar o futuro e projetar o resultado de sua práxis, afinal as relações sociais interferem na economia e não obteria êxito na sua árdua atividade se assim não o fizesse. É através do trabalho que o homem[1]começa a estabelecer relações sociais para satisfazer suas necessidades. Segundo lukács a categoria do trabalho é a forma originaria do agir humano[2], fundante do ser social, isso não significa que todos os atos humanos são redutíveis ao trabalho. Logo a ideia foi objetivada e exteriorizada uma vez que os seis contos de réis foi fruto do trabalho do mendigo sendo exterior a ele.
No primeiro dia o mendigo não possuía conhecimentos e habilidades, mas com a prática, além de melhorar a voz aflautando-a para pedir mais dramaticamente arranjou um cachorro, assim como o trabalhador só possui sua força de trabalho aquele homem tinha por opção a mendicância assim, ele foi encarando-a não mais como imposto voluntario, taxado pelos miseráveis aos ricos e remediados; mas como uma profissão lucrativa, licita e nada vergonhosa e o sucesso da profissão veio. Logo ocorreu um aperfeiçoamento gerado pela mendicância, assim como ocorre no modo de produção capitalista em que o trabalho abstrato se aperfeiçoa gerando o trabalho concreto.
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